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Relações Internacionais: o que faz e onde cursar

O curso de Relações Internacionais atrai muitas pessoas sonhadoras, com muita capacidade de negociação e que, principalmente, são apaixonadas por outras culturas. Parece que quem estuda RI vai estar sempre com o pé na estrada. Mas será que é assim mesmo? Hoje você vai descobrir o que faz o profissional de Relações Internacionais e quais são os melhores lugares para fazer o curso.

Para que serve o curso de Relações Internacionais?

Se você está pensando em fazer Relações Internacionais já deve ter ouvido a pergunta: para que serve esse curso? Essa dúvida aparece porque muita gente não sabe o que são relações internacionais exatamente.

O primeiro ponto que você deve explicar para as pessoas é que RI é uma área interdisciplinar. A princípio, Relações Internacionais serve para resolver problemas globais. Para isso, as pessoas da área estudam sobre política, economia e sociologia. Assim, elas podem ajudar no diálogo entre países.

Ou seja, o profissional de RI, atuando na esfera pública ou privada, tem um papel central na decisão dos rumos da sociedade. Essa é a função das Relações Internacionais para o mundo. Porém, o curso também pode ser muito útil para você. Algumas das vantagens de estudar RI são que você vai:

1. Debater sobre problemas desafiadores

O mundo está cheio de problemas. A pandemia de coronavírus, com certeza, mudou a vida de muitas pessoas de cabeça para baixo, mas não é só isso. A Terra vem enfrentando uma emergência climática e sociedades do planeta ainda sofrem com pobreza e outras epidemias.

Para amenizar todos esses problemas é preciso que os países e empresas trabalhem em conjunto, né? E quem é que vai intermediar esse debate? Acertou quem disse que é o profissional de Relações Internacionais!

2. Fazer diferença no mundo

A função do RI é estabelecer diálogos entre nações, entre empresas privadas e até entre países e companhias. Essas conversas têm o objetivo de resolver questões complexas que afetam não só governos e administrações de empresas, mas todo mundo ao redor deles.

Vamos supor, por exemplo, que você trabalhe em uma multinacional que quer começar suas atuações em um novo país. Nesse caso, as negociações que você fizer podem gerar centenas de empregos!

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Em outra situação você pode trabalhar como representante do seu país. Nesse caso, é seu dever rogar pelos interesses do seu povo. Pode ser que você chegue a um acordo que vai reduzir o desmatamento ou a emissão de carbono, por exemplo. Ou seja, o profissional de Relações Internacionais faz diferença no mundo.

3. Ter muitas possibilidades na carreira

Se você está em busca de flexibilidade, uma profissão no ramo de Relações Internacionais pode ser a ideal para você. As RI servem para mediar conflitos. Por isso mesmo, é possível encontrar uma vaga tanto no setor público quanto privado (sejam em empresas convencionais ou ONGs).

O seu local de trabalho vai depender muito do seu estilo. As pessoas acreditam que trabalhar no governo pode ser muito chato e burocrático, mas você sabia que as agências de inteligência também contratam profissionais desta área?

Já as ONGs oferecem um serviço mais prático e é onde você mais vai poder fazer a diferença. O problema é que elas não pagam tanto. Por outro lado, você pode encontrar ótimos salários nas empresas do setor privado.

4. Desenvolver habilidades demandadas pelo mercado

A maioria das pessoas escolhe fazer um curso superior para poder exercer uma nova profissão, né? Esse tipo de curso, geralmente, te dá habilidades muito específicas que são difíceis de transferir para outras carreiras não relacionadas.

Porém, este não é o caso do curso de Relações Internacionais. Ao se formar em RI você vai ter uma série de habilidades que podem ser levadas para praticamente qualquer área de atuação. Entre elas estão:

  1. Comunicação efetiva;
  2. Flexibilidade;
  3. Negociação;
  4. Trabalho em equipe.

Todas essas características pertencem ao grupo das soft skills, ou seja, habilidades interpessoais. Muitas vezes elas são um diferencial não só para conquistar um novo emprego quanto para permanecer na empresa onde você trabalha.

5. Compreender melhor como o mundo funciona

Nós já te contamos que grande parte do curso de Relações Internacionais envolve negociações. Para fazer isso é preciso entender muito do contexto ao redor de uma discussão. Ou seja, quem quer fazer RI pode se preparar para aprender muito sobre como o mundo é.

E melhor ainda se você pode aprender na prática. Se envolva nos projetos de extensão da sua universidade e tente passar um tempo fora do país. Isso pode ser feito por meio de uma graduação sanduíche ou menos de um intercâmbio voluntário.

O que faz quem se forma em Relações Internacionais?

Certo, você já viu que quem faz Relações Internacionais desenvolve várias habilidades legais. Além disso, o papel dos profissionais desta área é muito importante para vivermos em um mundo melhor. Mas com o que exatamente você pode trabalhar depois de fazer o curso?

Se você perguntar para alguém que está por fora do mercado, provavelmente vão te responder que quem faz RI vai ser diplomata. Essa é mesmo uma opção interessante de carreira para se seguir, mas existem muitas coisas que você pode fazer além disso. Por exemplo:

1. Analista de Inteligência

Os analistas de inteligência ou oficiais de inteligência são o que costumamos chamar de “espiões”. Eles são profissionais contratados por governos para prevenir crimes como terrorismo, ciberataques e tráfico de drogas. Eles trabalham para as agências de inteligência como a CIA, nos Estados Unidos ou o MI6, no Reino Unido.

No Brasil, temos a Agência Brasileira de Inteligência, a ABIN. Assim como nos demais órgãos públicos do nosso país, para ingressar na agência é preciso prestar concurso público. Para isso é necessário:

  • Ser brasileiro;
  • Ter mais de 18 anos;
  • Possuir curso superior (para o cargo de oficial);
  • Estar em dia com as obrigações eleitorais e militares;
  • Ter aptidão física (verificada em testes).

Como os analistas de inteligência lidam com a segurança nacional, a maioria das agências não permitem o ingresso de estrangeiros. No Brasil, a ABIN não exige um curso de graduação específico para o ingresso. Porém, quem forma em  Relações Internacionais tem mais facilidade em passar no concurso e também a executar o trabalho.

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2. Assistente social internacional

As ONGs ao redor do mundo precisam de profissionais qualificados para lidar com empresas e governos. Se você tem interesse nesse tipo de função, você pode se tornar um “international aid worker”, que traduzimos como um assistente social internacional.

Nesse cargo você vai lidar tanto com trabalho de campo quanto de escritório. Entre as funções estão levantar fundos, recrutar voluntários, etc. O objetivo final é ajudar vítimas de desastres naturais ou outras situações de emergência.

3. Consultor

Existem consultores de vários setores e dizer apenas isso parece meio vago. Os consultores de Relações Internacionais servem para orientar empresas ou ONGs sobre o contexto internacional da área em que elas estão inseridas.

Esses profissionais atuam com organizações que estão em fase de expansão internacional. Um exemplo seria abrir suas ações em uma bolsa estrangeira. Nesses casos, a consultoria vai levar em conta o mercado do outro país, a situação do governo e a concorrência. 

4. Diplomata

O diplomata é a profissão mais visada pelos profissionais de Relações Internacionais. Assim como acontece no caso da ABIN, os diplomatas brasileiros devem passar por um concurso. As vagas abrem anualmente e para participar é preciso ser formado em qualquer curso superior.

O concurso é oferecido pelo Instituto Rio Branco e, se aprovado, você fará um curso preparatório. São vários cargos possíveis no Ministério de Relações Exteriores, mas o objetivo geral é estabelecer relações com outros países representando os interesses do Brasil.

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5. Profissional de Comércio Exterior

Enquanto os profissionais de consultoria em Relações Internacionais trabalham mais em momentos específicos, os profissionais de comércio exterior estão sempre trabalhando. É que a função deles é buscar oportunidades de exportação e importação.

Conseguir um trabalho fixo é mais fácil na área de comércio exterior. Por outro lado, ao contrário dos consultores, o tipo de empresas que podem te contratar são mais limitadas. O motivo já está no nome: nem todas as organizações trabalham com comércio. Então você não vai conseguir trabalhar em ONGs, por exemplo.

6. Profissional de planejamento governamental

Um profissional de planejamento governamental atua no setor público, mas mantendo muito o contato com as organizações privadas. Nesta área você vai analisar questões econômicas, sociais e humanitárias.

O seu trabalho como planejador governamental é dialogar com empresas sobre decisões de negócios e planejar estratégias. Na maioria das vezes esses profissionais atuam no setor público, mas existe uma versão desse profissional que atua nas empresas privadas. Nesse caso, eles são chamados de analistas de risco político.

7. Professor de ensino superior

Uma das vertentes possíveis para todas as profissões é se tornar professor. Mas os professores universitários têm um diferencial. Além de ensinar os alunos os detalhes sobre a profissão, eles também são pesquisadores.

No caso de Relações Internacionais, pode ser uma boa se tornar professor se você tem um interesse mais acadêmico. Ou seja, ser pesquisador da área vale muito a pena se o que você mais quer é entender melhor o mundo à sua volta através de análises científicas.

Quanto ganha um profissional de RI?

Já deu para perceber que existem muitos caminhos possíveis para quem quer fazer Relações Internacionais. Isso também significa que os salários são bastante variados. Um dos fatores que muda as faixas salariais são os setores para os quais você trabalha. Os órgãos que mais contratam internacionalistas são:

  • Bancos;
  • Companhias de Mídia;
  • Firmas de advocacia;
  • Governos (sejam locais ou nacionais);
  • Multinacionais;
  • ONGs;
  • Organizações Intergovernamentais (como a ONU ou o Banco Mundial).

O salário médio de um profissional de Relações Internacionais no Brasil varia entre 3 e 15 mil reais. Isso vale mais para o mercado privado. Nos cargos públicos, em especial na diplomacia, os salários são bem melhores, iniciando em cerca de 20 mil reais.

No exterior a realidade é um pouco diferente. Nos Estados Unidos os salários de um RI costumam partir dos 60 mil dólares anuais. Porém, alguns cargos podem pagar em torno de 150 mil dólares por ano.

Quais são as melhores faculdades de RI do mundo?

Se você quer fazer faculdade de Relações Internacionais, nada melhor do que fazer o curso fora do Brasil. Ir para o exterior significa aprender ainda mais sobre outras culturas e realidades. Porém, isso também é uma forma de ter acesso aos melhores cursos do mundo.

O QS World University Ranking by Subject avaliou os 203 melhores cursos da área de Política (onde se encaixa o curso de RI) e chegou à conclusão que EUA e Reino Unido são os melhores no ramo. Ao todo, 44 instituições estadunidenses e 27 britânicas entraram para a lista, frente a quatro brasileiras. A lista das melhores inclui:

1. Harvard (EUA)

Em Harvard, o curso de Relações Internacionais é oferecido pelo Departamento de Governo da Harvard Graduate School of Arts and Sciences, como uma especialização em Ciências Políticas. Esse departamento é conhecido por incentivar a diversidade de abordagens no campos dos estudos políticos. 

Seus estudos por lá vão ter o auxílio dos recursos oferecidos pelo departamento e pela universidade. Harvard tem a maior biblioteca universitária do mundo, além de diversos centros de pesquisa e institutos que reúnem acadêmicos e profissionais da Ciência Política e das Relações Internacionais de todo o mundo.

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2. Sciences Po (França)

Na Sciences Po, o curso de RI também é oferecido como especialização, dentro do mestrado em Ciência Política. Lá, o curso oferece uma visão geral do conhecimento da área (passando por Ciência Política, História, Direito, Economia e Geografia), além de abordar questões como organizações internacionais, multilateralismo, política externa, governança mundial, novos conflitos e estudos sobre a paz.

Uma das vantagens desse curso, que coloca a Sciences Po entre as melhores faculdades de RI, é que ele é voltado tanto para estudantes que querem seguir com o trabalho acadêmico e de pesquisa, quanto para os que buscam uma carreira diplomática.

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3. Universidade de Oxford (Reino Unido)

O Departamento de Política e Relações Internacionais de Oxford é considerado uma das melhores faculdades de RI tanto em termos de ensino quanto de pesquisa. O estudo dessa área na universidade tem uma longa história e conta com um corpo docente muito diversificado, que cobre fontes históricas e contemporâneas e aborda problemas técnicos, práticos e filosóficos.

O departamento ainda conta com o IR Colloquium, um congresso de Relações Internacionais no qual estudantes e professores apresentam trabalhos acadêmicos e discutem questões teóricas e analíticas da área.

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4. Princeton (EUA)

Em Princeton, o curso de Relações Internacionais busca abordar temas como guerras internacionais, dissuasão, cooperação, alianças, equilíbrio de poder, sanções econômicas, crescimento e estabilidade econômica, e instituições internacionais. O corpo docente da instituição realiza pesquisas e dá aulas sobre as mais variadas teorias e métodos, além de focar em estudos de segurança, direito e organização internacional, economia política, sociedade civil transnacional e análise normativa.

A universidade conta ainda com o Centro Niehaus para Globalização e Governança, criado em 2004 com o intuito de discutir as dimensões acadêmicas e políticas da globalização e da governança internacional, por meio de conferências, workshops e grupos de pesquisa. O Centro oferece um programa de bolsistas visitantes.

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5. London School of Economics and Politics (Reino Unido)

Com 93 anos, o Departamento de Relações Internacionais da LSE não só é uma das melhores faculdades de RI, como também está entre as maiores e mais antigas do mundo. O prestígio é tão grande que o departamento é apontado como um dos maiores precursores da “Escola Inglesa” de Relações Internacionais. 

O objetivo do departamento é “oferecer aos alunos uma ampla gama de opções”, incluindo as principais perspectivas teóricas sobre RI, o estudo e a gestão de conflitos, o trabalho das principais instituições internacionais e as principais regiões do mundo, da Europa ao Oriente Médio.

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Como é o curso de Relações Internacionais?

Nós já comentamos que o curso de Relações Internacionais é muito interdisciplinar. Se você quer fazer esse curso, seja na graduação ou na pós-graduação, esteja preparado(a) para aprender sobre:

  • História (nacional, mundial e de áreas específicas);
  • Direitos Humanos;
  • Economia (tanto mundial quanto nacional);
  • Sistemas políticos;
  • Política externa;
  • Política nacional;
  • Filosofia Política;
  • Sociologia;
  • Diplomacia.

Além dessas disciplinas, cada curso é livre para incluir matérias especializadas. Geralmente essas disciplinas têm relação com o país onde fica a universidade. Então dependendo de onde você estudar, o curso pode ter ênfases muito diferentes.

O profissional de RI precisa saber outras línguas?

Você deve ter percebido que o curso de RI não inclui disciplinas de idiomas, não é mesmo? Mesmo assim, agora que você entende o que faz um profissional de Relações Internacionais, sabe que aprender outras línguas é essencial. Isso vale tanto para conquistar uma vaga no mercado de trabalho quanto para conseguir uma formação melhor fora do país.

A primeira língua que você precisa dominar é o inglês, claro. Se você ainda não é fluente no idioma, veja como fazer isso clicando aqui. Mas se você já está com o inglês na ponta da língua, está na hora de clicar aqui e escolher qual o melhor idioma para aprender depois do inglês!

Este texto foi escrito por Lucas Almeida (04/21) e Ana Resende Quadros (11/21).

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Lucas Almeida
AUTOR

Mineiro, jornalista e mestrando em Comunicação. Entusiasta de idiomas, viagens e cibercultura. Tem o sonho de mudar o mundo, uma pauta de cada vez.

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