Como aprender coreano e 5 motivos para fazer isso

A Coreia do Sul tem se tornado cada vez mais popular. O país é a terra de marcas famosas na área de tecnologia como a Hyundai, a Samsung e a LG. É também de lá que vem o grupo musical BTS e todo o estilo K-pop. Isso sem contar os sucessos do audiovisual, como Parasita e Round 6. Se você se interessa pelo país, esse texto é para você. Hoje nós vamos te apresentar 5 motivos para aprender coreano e como fazer isso sozinho(a).

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Por que você deveria aprender coreano?

Sem dúvidas a Coreia do Sul está se tornando um país cada vez mais importante, tanto na área de entretenimento quanto na de negócios. Então se engana quem pensa que aprender coreano só vale como um hobbie. Entre os motivos para aprender o idioma estão:

1. Entrar no mundo do entretenimento coreano

A onda sul coreana - ou Hallyu, como chama quem curte esse estilo - tomou conta do mundo. É muito comum ouvir músicas como “Dynamite” tocar no rádio ou ter um celular, TV ou carro de marcas sul-coreanas. Pode parecer que esse fenômeno é recente, mas a popularização da cultura coreana foi planejada pelo governo do país desde o final dos anos 1990.

Na tentativa de aumentar sua influência mundial e recuperar sua economia, o governo coreano passou a investir e incentivar produções na área da cultura. O primeiro ramo a ser popularizado foi o k-drama, ou as novelas coreanas. Esse gênero se popularizou pela internet, mas também foi exportado para exibição televisiva em alguns países. O sucesso foi tanto que serviços de streaming resolveram investir no gênero. Já é dito até que a Coreia é o novo México das novelas.

Mas o carro chefe das produções sul-coreanas é o K-pop, a música popular coreana. A explosão do estilo já foi sentida em 2013, quando o hit “Oppa gangnam style” foi o primeiro a alcançar um bilhão de visualizações no YouTube. O fenômeno mais recente, o BTS, é responsável por gerar cerca de 3,6 milhões de dólares anualmente para o país, por incentivar o turismo local.

Hoje a cultura sul coreana ganhou tanto espaço a ponto de ter um grupo musical de K-pop no topo da lista das paradas de álbuns mundiais da Billboard (a parada musical mais importante do mundo) e uma produção cinematográfica ganhadora do Oscar. Se você quer acompanhar o entretenimento produzido no país, pode ser uma boa ideia aprender coreano.

2. Oportunidades de trabalho

A Coreia é uma das nações com maior crescimento na Ásia. Desde o início do século XXI, o país triplicou o seu Produto Interno Bruto (PIB). Entre 2013 e 2019, por exemplo, a Coreia cresceu cerca de 3% ao ano. Mesmo com a pandemia de coronavírus, o país conseguiu aumentar sua economia em 2% em 2020.

Essa realidade faz com que a Coreia do Su seja um lugar atrativo para empresas estrangeiras e várias delas já abriram filiais por lá, como a Johnson & Johnson.  Além disso, existem grandes multinacionais que são nativas de lá, como a Kia e a Hyundai no setor automobilístico; e a Samsung e a LG, que têm grande importância no campo dos eletrônicos.

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As áreas que mais empregam na Coreia são a produção de veículos, a indústria química e o setor de tecnologia, que envolve a produção de eletrônicos, chips, semicondutores, aço e telefones celulares.

Mas para trabalhar nesses setores é preciso ter conhecimentos básicos de coreano, além de um diploma de ensino superior reconhecido no país. É recomendado que se faça o teste de proficiência em língua coreana, o KLPT, para comprovar seu domínio da língua.

3. Oportunidades de ensino

A Coreia é famosa pela sua educação de alta qualidade. Lá, professores podem até se tornar celebridades. Isso porque, no país do K-pop, professores e reis são vistos como tendo a mesma importância. Há até um ditado que diz que não se pode nem pisar na sombra de um professor!

Com todo esse respeito, não é de se estranhar que a Coreia do Sul tenha 6 das 100 melhores universidades do mundo. Esse número é o mesmo de países como Austrália e China e até maior do que o de nações como o Canadá e a França. Segundo o censo da QS, as melhores universidades coreanas são:

• Universidade Nacional de Seul (36.ª colocada);
• KAIST - Instituto Avançado de Ciência e Tecnologia da Coreia (41.ª colocada);
• Universidade da Coreia (74.ª colocada);
• Universidade Yonsei (79.ª colocada);
• Universidade de Ciência e Tecnologia de Pohang (81.ª colocada);
• Universidade Sungkyunkwan (97.ª colocada).

A maioria das instituições de ensino coreanas oferecem cursos em inglês, mas se você decidir morar por lá, com certeza vai precisar saber ao menos o básico do idioma local. Também é importante aprender coreano se você quiser trabalhar enquanto estuda, já que os estudantes podem ter empregos de 20 horas semanais no país.

Estudar na Universidade Nacional de Seul pode ser um motivo para aprender coreano (Foto: Dalcrose/Flickr)

4. Popularização da imigração

A Coreia do Sul tem se preocupado com o crescimento de sua população. Desde os anos 1970 têm nascido menos bebês por lá. O governo incentiva que os coreanos tenham mais filhos, mas apenas isso não é suficiente para deter a queda demográfica.

Por esse motivo, o país tem se aberto mais para imigrantes. No último censo realizado pelo governo coreano, em 2015, a população de trabalhadores que vieram de outros países havia crescido consideravelmente.

Em 2006, o total de trabalhadores imigrantes era de cerca de 255 mil pessoas. Em 2015, esse número subiu para 608 mil. Coisa parecida aconteceu com o número de estudantes estrangeiros que saiu de cerca de 56 mil, em 2008, para pouco mais de 83 mil em 2015. Esse cenário faz com que a Coreia seja um bom lugar para quem deseja morar fora do país.

5. É um dos mais fáceis idiomas asiáticos

Aprender um novo alfabeto não é exatamente uma tarefa simples. Assim como os outros idiomas do continente asiático, o coreano não utiliza o alfabeto romano e sim o Hangeul. No lugar do abecê, os coreanos usam 40 caracteres para representar os sons de suas 10 vogais e 14 consoantes.

A diferença entre o número de letras e de caracteres acontece porque as consoantes sofrem alterações. Parece complexo, mas coisa parecida acontece com o português. Apesar de nós só termos 26 caracteres no nosso alfabeto, também alteramos algumas letras com sinais gráficos como os acentos, o til e o cedilha.

Uma curiosidade é que o alfabeto coreano nem sempre foi o Hangeul. Essa forma de se escrever foi criada pelo rei Sejong, o Grande, no século XV. Mesmo assim, os coreanos seguiram usando o alfabeto Hanja, mais próximo do chinês tradicional. A mudança foi feita no século XX porque o Hanja era considerado mais difícil de se aprender e não combinava bem com os fonemas comuns do coreano.

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Como aprender a falar coreano sozinho?

Agora que você já viu todos esses motivos deve estar pensando: “Tudo bem, aprender coreano pode até ser vantajoso, mas como eu faço para aprender?”. Realmente o coreano ainda não é tão popular nas escolas de idiomas, nem nas presenciais plataformas online. Sites renomados como a Babbel e o Busuu ainda não tem curso dessa língua.

Mas isso não é motivo para desanimar. Isso porque existem opções online para quem quer aprender coreano sozinho e até de graça! Um deles é até mesmo do governo da Coreia do Sul. Entre os melhores sites para aprender a língua estão:

1. Duolingo

O Duolingo é um dos sites mais conhecidos para o ensino de idiomas. Quando o programa surgiu, ainda em 2009, a ideia era ensinar inglês ao mesmo tempo que traduzia frases simples. Porém, o projeto se expandiu e hoje abarca dezenas de idiomas.

O número de línguas disponíveis no Duolingo varia conforme o idioma configurado como padrão para o site. Se você já domina o inglês pode aprender até mesmo idiomas criados para a ficção, como o Alto Valiriano de Game of Thrones.

Porém, mesmo com o site configurado para o português, você já tem acesso a várias línguas importantes. Uma das línguas disponíveis para os brasileiros é o coreano. Atualmente a plataforma indica que 7,78 milhões de pessoas estão aprendendo o idioma por lá. Esse é um número muito superior ao dos alunos de italiano na plataforma, que somam apenas 6,07 milhões.

Para aprender coreano no Duolingo o processo é o mesmo que para qualquer outra língua. Você precisa criar uma conta gratuita e, se desejar, pode fazer um teste de nivelamento. Mas também é possível começar do básico. O programa funciona como um jogo, pedindo para você ouvir, escrever e repetir frases simples, sempre que você completa uma “fase” desbloqueia outro capítulo de aprendizado.

O Duolingo é inteiramente gratuito, ou seja, o curso completo pode ser acessado sem o pagamento de taxas. Mas também é possível escolher pagar uma tarifa mensal para eliminar as propagandas e também baixar as lições para estudar quando estiver offline.

2. LingQ

Assim como o Duolingo, o LingQ é uma ferramenta de aprendizado de idiomas. No total, são 25 línguas oferecidas por lá. Apesar de ser bem menos famoso que o concorrente, o LingQ surgiu um pouco antes, tendo sido fundado em 2007.

O responsável pelo LingQ é o poliglota canadense Steve Kaufmann. Ele começou a aprender idiomas aos 17 anos, quando fez curso de francês na escola. Nos 45 anos seguintes ele aprendeu 9 línguas. Mas Steve sentia que os métodos tradicionais eram muito lentos e pouco eficientes. Foi assim que ele resolveu criar seu próprio método de ensino de idiomas.

Steve Kaufmann criou o método LingQ usado para aprender coreano e outras línguas (Foto: LightSpeed Spanish/Wikimedia Commons)

A ideia de Steve Kaufmann era aproximar a experiência de aprendizado de línguas com aquela utilizada com bebês. Ou seja, você aprende com áudios e textos da vida real e não gravações feitas especificamente para a ferramenta. Eles especificam o método em dois passos principais:

1. Ler e escutar conteúdos (como livros de literatura ou algum programa de TV);
2. Aprender palavras e frases a partir do que você leu, ouviu ou assistiu.

Além dos milhares de livros e conteúdos já transcritos no site, também é possível adicionar você mesmo conteúdos do seu interesse para te ajudar a aprender a língua. No caso do coreano, são mil horas de conteúdo transcrito sobre política, entretenimento, tecnologia, esportes e outros.

O LingQ tem opções de planos gratuitos, com limitação de alguns conteúdos e recursos e também do plano pago que pode ser adquirido mensal, semestral ou anualmente. Existem duas categorias de planos pagos, uma que abrange apenas o curso online e outra que vem com tutoria e correção de exercícios, mas é mais caro.

3. LingoHut

O LingoHut também é uma ferramenta online de aprendizado de idiomas. Porém, a proposta desse site é um pouco diferente da dos demais. Por lá é possível aprender 45 línguas com lições totalmente gratuitas e sem nenhum tipo de cadastro.

O método do LingoHut é mais eficaz para quem não tem nenhum conhecimento prévio da língua. Na maioria dos idiomas é possível aprender apenas o básico, correspondentes aos níveis A1 e A2 do CEFR.

No curso de coreano do LingoHut existem 125 aulas gratuitas. Nelas você aprende a se apresentar, a dizer nomes dos alimentos, pedir direções entre outras tarefas simples. Cada uma das lições apresenta um novo vocabulário com áudios de pessoas nativas para você ouvir e repetir. Além disso, você pode testar os seus conhecimentos recém-adquiridos em jogos como flashcards, jogo da memória e jogo da velha.

4. King Sejong Institute

Se você sabe falar inglês e agora quer aprender coreano, talvez uma das melhores opções seja o King Sejong Institute. Essa é uma fundação criada pelo governo da Coreia do Sul para popularizar a cultura e o ensino da língua local. Existem escolas físicas do King Sejong no Brasil, mas também dá para aprender o idioma online.

Existem dois tipos principais de curso. O primeiro deles tem um formato mais próximo ao tradicional. Nele você é acompanhado por um professor que te passa materiais e corrige seus exercícios.

Agora, se você realmente quer aprender coreano sozinho(a) também é possível com o King Sejong Institute Self-learning Korean Courses. Lá existem cursos do nível introdutório ao intermediário com materiais disponíveis em várias línguas incluindo, em alguns casos, o português.

Muitos dos cursos do King Sejong Institute são pagos e alguns exigem uma inscrição prévia. Porém, existem uma série de materiais em formatos de vídeos ou livros que podem ser acessados de forma gratuita. Você pode acessar esses livros clicando aqui, mas para fazer o download é necessário fazer um cadastro gratuito no site do instituto.

5. Coursera

A Coursera é uma plataforma em que algumas das universidades mais renomadas do mundo oferecem cursos em diversas áreas do conhecimento. Os cursos são gratuitos, mas, geralmente, é preciso pagar para receber um certificado da instituição de ensino.

Por lá é possível encontrar opções de cursos de coreano de nível básico e intermediário. Um dos de maior destaque é o oferecido pela Universidade Yonsei, a quarta melhor instituição de ensino superior da Coreia do Sul e 79.ª mais prestigiosa do mundo.

No total, são 10 cursos de coreano disponíveis na plataforma. A Yonsei disponibiliza apenas cursos básicos, já a Universidade Sungkyunkwan (SKKU), que está entre as melhores da Coreia do Sul, tem cursos para todos os níveis, do básico ao avançado.

Existe ainda o curso da Universidade Estadual de São Petersburgo, que é dividido em quatro níveis, partindo do básico e chegando ao intermediário. A maioria dos cursos oferecidos são lecionados em inglês, embora alguns de nível intermediário e avançado sejam em coreano. Nos cursos da Universidade Yonsei é possível colocar legendas em português europeu.

Como aprender coreano de graça na Coreia do Sul?

Aprender coreano sozinho é possível e muitas vezes nem mesmo é preciso desembolsar um centavo para isso, caso você escolha uma das opções que falamos aqui. Mas imagina poder estudar coreano de graça na Coreia do Sul?

Não existe melhor maneira de aprender uma nova língua do que fazendo uma imersão no idioma. O problema é que fazer um curso no exterior em escolas privadas costuma ser bastante caro. Mas na Coreia do Sul é possível encontrar diversas organizações que oferecem cursos de coreano de forma gratuita.

Isso acontece porque o governo incentiva a chegada de estrangeiros do país e a maioria dessas pessoas não sabe o idioma local. Para resolver essa dificuldade, algumas organizações ensinam coreano de graça. A prefeitura de Seul, por exemplo, divulgou em seu site cinco organizações locais com aulas gratuitas para estrangeiros.

Vale a pena fazer intercâmbio para a Coreia do Sul?

Agora você já sabe por que vale a pena aprender coreano e que dá para aprender a língua de graça. Ir para a Coreia do Sul pode ser uma excelente maneira de reforçar seus conhecimentos ou mesmo aprender o idioma quase do zero. Mas você sabe como é fazer um intercâmbio por lá? A gente te fala tudo que você precisa saber antes de fazer um intercâmbio na Coreia do Sul se você clicar aqui.