O governo da Austrália anunciou a implementação de novas regras de trabalho pós-formatura que beneficiarão estudantes internacionais no país. A proposta, que vem sendo elogiada por intercambistas, pode, consequentemente, atrair novos alunos e alunas para as universidades australianas.
De acordo com as novas regras propostas no Jobs and Skills Summit, realizado recentemente, os formados em cursos selecionados agora poderão trabalhar por quatro anos após a graduação, em vez de dois. Além disso, os estudantes de mestrado poderão trabalhar por cinco anos, além dos três iniciais, e os alunos de doutorado por seis, em vez de quatro.
Embora o governo ainda vá anunciar, em outubro, os diplomas incluídos, um porta-voz da ministra do Interior, Clare O'Neil, disse à rede de notícias australiana SBS News que os estudantes de enfermagem, engenharia e TI serão áreas prioritárias.
“Eles são os graduados que o governo acredita que a Austrália precisa e podem ir direto para um setor onde há escassez de trabalhadores altamente qualificados”, disse o porta-voz. "A Austrália precisa usar melhor o incrível recurso de estudantes internacionais”, acrescentou.
Desenvolvimento das novas regras
Segundo O'Neil, será criado um grupo de trabalho para aconselhar os ministros do Interior e da Educação sobre o andamento das novas regras e outras questões importantes.
O grupo, composto por representantes do Conselho de Educação Internacional, União Nacional de Educação Superior, Universidades da Austrália, Departamentos de Assuntos Internos e Educação, deve se reportar aos ministros em 28 de outubro.
Segundo a apuração da SBS, embora o presidente nacional do Conselho de Estudantes Internacionais da Austrália (CISA, na sigla em inglês), Oscar Zi Shao Ong, tenha elogiado as extensões fornecidas aos estudantes internacionais, ele disse que vários “equívocos fundamentais” sobre intercambistas também devem ser abordados.
“Os estudantes internacionais sempre acharam difícil encontrar emprego devido a equívocos sobre seus direitos trabalhistas e a percepção de que não ficarão na Austrália por mais de dois anos”, disse.
“O fato de os estudantes internacionais estarem preenchendo a escassez de mão de obra na Austrália e também o imenso valor que eles fornecem ao país, não apenas econômico, mas social, precisa ser admitido”, acrescentou.
Além da extensão concedida a estudantes internacionais após a formatura, o canal informou que o governo australiano também pretende expandir o relaxamento do número de horas que estudantes e portadores de visto de treinamento podem trabalhar até 30 de junho de 2023, com as partes interessadas podendo opinar sobre o limite.
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