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O cenário acadêmico internacional está em constante transformação, e as bolsas de pesquisa acompanham essas mudanças de perto.
As áreas que recebem maior investimento refletem as prioridades globais de inovação, tecnologia e impacto social.
Para quem deseja construir uma carreira sólida no exterior, entender quais setores estarão em destaque em 2026 pode ser o diferencial entre conquistar ou não uma bolsa competitiva.
Neste artigo, você vai conhecer as áreas mais promissoras e entender por que elas estão atraindo tanta atenção de universidades, governos e empresas no mundo todo.
O que você vai aprender:
- Por que algumas áreas científicas recebem mais bolsas e investimentos
- As 10 áreas de pesquisa com maior potencial em 2026 e por que elas crescem
- Onde buscar bolsas e programas de financiamento nessas áreas
- Como montar uma candidatura de pesquisa forte (proposta, CV, cartas)
- Cronograma prático para disputar bolsas em 2026
Panorama rápido: por que algumas áreas “bombam” em determinado ano
Nem todo aumento de bolsas depende apenas da curiosidade científica — há gatilhos claros: crises (saúde pública, clima), avanços tecnológicos (IA, computação quântica), prioridades governamentais (transição energética, segurança alimentar) e investimentos privados (indústria farmacêutica, venture capital em deep tech).
Em 2026, espere que a combinação entre demandas sociais pós-pandemia, agendas climáticas e revoluções digitais mantenha o foco em temas aplicados e interdisciplinares. Para quem busca bolsas, isso significa priorizar projetos com impacto mensurável e alinhamento com agendas de financiamento público e corporativo.
10 áreas de pesquisa com maior tendência de crescimento em 2026
A seguir, cada área com justificativa, tópicos de pesquisa típicos e o que evidenciar na candidatura.
1. Inteligência artificial e aprendizado de máquina (IA/ML)
Por que cresce: A adoção de IA em saúde, finanças, logística e educação segue em expansão; há demanda por pesquisa responsável e por aplicações robustas (ex.: LLMs, visão computacional).
Tópicos quentes: modelos multimodais, explicabilidade (XAI), segurança de modelos, aplicações clínicas.
Como se destacar: mostre experiência com pipelines de ML, conjuntos de dados relevantes, repositórios de código e publicações/implementações reproduzíveis.
2. Sustentabilidade e ciência do clima (energia limpa)
Por que cresce: A pressão por metas de redução de emissões e transição energética gera financiamento público e privado.
Tópicos quentes: armazenamento de energia, hidrogênio verde, captura de carbono, modelagem climática regional.
Como se destacar: integrar modelagem, prototipagem e análise de custo-benefício; parcerias com grupos de engenharia e indústria ajudam.
3. Biotecnologia e genética (genômica)
Por que cresce: avanços em edição genética, terapias celulares e medicina personalizada continuam atraindo grandes bolsas.
Tópicos quentes: CRISPR, terapias gênicas, single-cell omics, vacinas inovadoras.
Como se destacar: experiência laboratorial, publicações, e claro, cumprimento de exigências éticas e biossegurança.
4. Saúde pública e doenças infecciosas
Por que cresce: aprendizado pós-pandemia e investimento em vigilância, resposta e equidade em saúde.
Tópicos quentes: vigilância genômica, sistemas de saúde resilientes, saúde mental populacional.
Como se destacar: metodologias epidemiológicas sólidas, experiência com grandes bases de dados e colaboração com serviços de saúde.
5. Computação quântica e materiais avançados
Por que cresce: países e empresas investem pesado em capacidades quânticas e materiais para next-gen devices.
Tópicos quentes: algoritmos quânticos, qubits mais estáveis, materiais 2D, metamateriais.
Como se destacar: mesclar teoria e experimentação; demonstrar conhecimento em instrumentação ou simulação avançada.
6. Cibersegurança e privacidade de dados
Por que cresce: digitalização massiva exige soluções para proteger infraestrutura crítica, IA e dados sensíveis.
Tópicos quentes: criptografia pós-quântica, privacidade diferencial, segurança de modelos ML.
Como se destacar: projetos práticos, auditorias de segurança, certificações ou parcerias com empresas do setor.
7. Agricultura inteligente e segurança alimentar (agritech)
Por que cresce: mudanças climáticas e necessidade de produzir mais com menos recursos.
Tópicos quentes: sensores remotos, agrotech de precisão, biotecnologia de cultivos resistentes.
Como se destacar: combinar dados de campo com modelos preditivos e protótipos que demonstrem ganho de produtividade/sustentabilidade.
8. Neurociência e saúde mental
Por que cresce: demanda por tratamentos melhores e políticas públicas para saúde mental.
Tópicos quentes: interfaces neurais não invasivas, modelos computacionais do cérebro, psicofarmacologia.
Como se destacar: publicações em confluência entre clínica e técnica, experiência com protocolos humanos e ética em pesquisa.
9. Espaço e observação da Terra
Por que cresce: aumento de satélites, interesse em dados geoespaciais para clima, agricultura, cidades inteligentes.
Tópicos quentes: pequenos satélites (CubeSats), sensoriamento remoto, aplicações comerciais de dados.
Como se destacar: missões de demonstração, parcerias com agências espaciais e experiência em processamento de imagens.
10. Ética, governança e impacto social da tecnologia
Por que cresce: sociedade exige regras para IA, biotecnologia e dados; grandes fundos apoiam estudos que orientem políticas públicas.
Tópicos quentes: regulação de IA, impacto social da automação, frameworks de governança.
Como se destacar: propostas interdisciplinares com evidências empíricas e caminhos claros para influenciar política pública.
Tipos de bolsas e programas que você deve considerar
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Bolsas de doutorado e PhD (tuition + estipêndio): geralmente atribuídas por universidades, conselhos nacionais e programas internacionais.
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Fellowships pós-doc (estipêndio e projetos): atraem pesquisadores com publicações e propostas de alto impacto.
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Projetos institucionais e grants competitivos (ERC, NSF, Horizon Europe, agências nacionais): financiam grupos de pesquisa inteiros; entrar como membro é uma porta.
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Bolsas industriais e parcerias público-privadas: empresas de tecnologia, farmacêuticas e energia financiam pesquisas aplicadas com foco em produto.
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Programas multilaterais e fundações (Wellcome, Gates, A*STAR): costumam apoiar temáticas globais como saúde e desenvolvimento.
Dica prática: combine fontes — por exemplo, ser contratado num projeto financiado por agência e, paralelamente, candidatar-se a um fellowship pessoal.
Como encontrar bolsas nas áreas em alta
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Páginas oficiais das universidades — verifique oportunidades de PhD/fellowship em departamentos específicos.
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Agências de fomento nacionais e internacionais — acompanhe chamadas (open calls) e avisos em sites como Horizon Europe, NSF, FAPs locais.
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Plataformas agregadoras — portais de bolsas, redes acadêmicas e listas de e-mail (sociedades científicas) ajudam a filtrar por área.
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Contato com grupos de pesquisa — enviar e-mail bem direcionado ao potencial supervisor pode descobrir oportunidades ainda não publicadas.
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Eventos e conferências — apresentações, posters e networking costumam gerar convites e colaborações financiadas.
Como montar uma candidatura competitiva (passo a passo)
1. Proposta de pesquisa (research proposal)
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Problema claro: delimite lacuna de conhecimento e relevância prática.
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Objetivos e hipóteses: mensuráveis e realistas.
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Métodos: descreva dados, técnicas, cronograma e métricas de sucesso.
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Impacto: explique impacto científico e aplicação (política, indústria, saúde).
2. Currículo e portfólio
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Priorize publicações, projetos, código aberto, patentes e apresentações.
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Para engenharia/ciência aplicada, inclua protótipos, repositórios GitHub e datasets.
3. Cartas de recomendação
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Escolha quem conhece seu trabalho de perto (orientadores, coordenadores de projetos).
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Forneça um resumo e pontos que quer que o revisor destaque.
4. Supervisor e instituição
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Alinhe a proposta com a linha do grupo e explique por que aquele supervisor é ideal.
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Mostre contatos prévios (e-mails, reuniões) — confirma interesse do orientador aumenta chances.
5. Habilidades complementares
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Métodos quantitativos, programação, gestão de dados e competências de comunicação são valorizadas.
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Cursos, certificados e MOOCs relevantes podem reforçar lacunas de formação.
Cronograma prático para concorrer a bolsas em 2026
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12+ meses antes (out/nov 2024 – jan 2025): escolha área e comece a mapear programas e supervisores.
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9–6 meses antes (mar–jun 2025): contato com potenciais orientadores; rascunho da proposta; coletar documentos.
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6–3 meses antes (jul–out 2025): submeter candidaturas a bolsas com deadlines de início 2026; solicitar cartas.
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3–1 mês antes (nov–dez 2025): revisar propostas com mentores; preparar entrevistas e apresentações.
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0–resultado (jan–jun 2026): acompanhe resultados; prepare logística (visto, mudanças, onboarding).
Observação: prazos específicos variam conforme país/agência — sempre consulte as chamadas oficiais.
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Foto de capa por Dan Dimmock na Unsplash