Você já ouviu falar nas cartas de recomendação? Esse documento é uma parte muito importante nos processos de aplicação para universidades do exterior e pode confundir muito os estudantes brasileiros, já que não o utilizamos muito por aqui. Pensando nisso, montamos esse guia explicando o que são as letters of recommendation, como escrever uma e erros para evitar nelas. Vamos lá?
O que são cartas de recomendação?
As cartas de recomendação são um documento que dá aos avaliadores do processo de aplicação uma visão mais abrangente da sua candidatura à vaga na universidade em questão. O objetivo dessa carta é que eles entendam, de forma mais clara e favorável, sua experiência, realizações, contribuições e habilidades. Tudo isso vai ser exposto não por você, mas por uma outra pessoa que te conhece, ou seja, o recomendador.
Tipos de carta de recomendação
As cartas de recomendação podem ser classificadas em duas grandes categorias, com base em quem é o recomendador e para onde elas vão ser enviadas:
1. Carta de recomendação acadêmica
Esse tipo de carta de recomendação é fornecida por um membro do corpo docente da sua instituição de ensino anterior, e normalmente é voltada para o ingresso em novas instituições, como universidades. Normalmente, as faculdades pedem que você forneça duas ou três cartas de recomendação da sua instituição anterior (podem ser os professores da sua escola do Ensino Médio, no caso de cursos de graduação ou professores da sua faculdade, no caso de você estar se candidatando a programas de pós-graduação).
O formato da carta de recomendação acadêmica geralmente varia em termos de conteúdo e exige que o professor destaque as realizações do candidato como aluno do curso.
2. Carta de recomendação profissional
A maioria dos programas de MBA no exterior pedem experiência de trabalho entre os requisitos para ingresso no curso. Sendo assim, eles solicitam uma carta de recomendação profissional, escrita por um supervisor direto. Ou seja, seu chefe, supervisor ou qualquer pessoa à qual você deveria responder no seu trabalho.
O formato da carta de recomendação profissional difere de uma acadêmica no que diz respeito às habilidades que devem ser demonstradas. Na profissional, o conteúdo deve se concentrar na capacidade do candidato de trabalhar em equipe, no domínio de ferramentas relevantes para o trabalho e suas habilidades de liderança.
As cartas de recomendação profissionais também podem ser solicitadas em processos seletivos para vagas de emprego.
(Patrick Fore/Unsplash)
Quem precisa enviar cartas de recomendação?
Basicamente qualquer aluno ou aluna que for estudar no exterior vai precisar enviar uma carta de recomendação. Independentemente do curso (graduação, mestrado, PhD, etc.) e do país, todo estudante vai precisar de pelo menos três cartas de recomendação acadêmicas ou profissionais.
Para estudantes de graduação, as cartas podem ser escritas por professores, supervisores, conselheiros ou diretores das escolas de Ensino Médio. Para candidatos a uma vaga em um curso de mestrado, professores universitários, supervisores de estágios ou líderes de projetos de extensão podem escrever as cartas de recomendação.
Para alunos de MBA, as cartas devem ser estritamente profissionais, especialmente se o candidato tiver três anos ou mais de experiência na área. Para candidatos a MBAs e PhDs que se formaram recentemente na faculdade, é possível pedir cartas de recomendação de professores universitários ou líderes de projetos.
Por que as cartas de recomendação são importantes?
Como quase todos os processos de aplicação exigem que você envie de 2 a 3 cartas de recomendação, é preciso se preparar com antecedência. Além disso, não subestime a importância de uma carta de recomendação, pois ela é quase tão importante quanto seus essays, suas notas nos testes, seu currículo ou qualquer outro documento solicitado.
As cartas de recomendação são o documento que dá credibilidade a todo o seu perfil, pois é uma comprovação, por parte de pessoas entendidas e experientes, de que você de fato sabe tudo o que expôs nas outras partes da sua aplicação. Da mesma forma, é muito importante escolher o recomendador certo, para que ele possa falar sobre você com propriedade. Vamos falar mais sobre isso mais para a frente.
Como escrever cartas de recomendação?
A esta altura, tenho certeza de que você já entendeu que a sua carta de recomendação é um dos documentos essenciais da sua aplicação. A escolha do recomendador certo depende basicamente da sua associação com quem vai escrever a carta. O seu recomendador deve ser capaz de apresentar e justificar a sua candidatura à vaga de maneira eficaz,preferencialmente com o auxílio de exemplos.
O recomendador deve ter uma ideia clara sobre seus atributos específicos, seu desempenho na escola ou no trabalho e as suas habilidades que podem ser citadas na recomendação. Além disso, é importante não apenas mencionar as habilidades, mas também a maneira como você as usava na prática.
Ao preparar suas cartas de recomendação, um aspecto muito importante é que todas elas devem, preferencialmente, ser exclusivas. Isso significa que você precisa incluir exemplos únicos relativos às suas experiências acadêmicas e profissionais. Portanto, escolha dois recomendadores que possam oferecer uma perspectiva semelhante, embora a partir de dois pontos de vista bastante diferentes.
Por exemplo, digamos que você precisa de uma recomendação para um programa de mestrado. Se você enviar duas cartas, deve se concentrar em conseguir dois recomendadores que possam falar sobre duas coisas bastante diferentes. Por exemplo, um dos seus professores pode falar sobre seu aprendizado durante seu estágio, enquanto o outro fala sobre o seu desempenho em uma matéria.
E isso vale também para as recomendações profissionais. Por exemplo, se o recomendador usar como amostra o seu papel no desenvolvimento de um produto, os demais recomendadores – mesmo que pertençam à mesma organização – devem fazer questão de não incluir este exemplo.
Aqui estão algumas dicas para ter em mente ao redigir uma carta de recomendação:
- As informações fornecidas devem ser precisas e relevantes;
- Evite copiar modelos que você encontrar na internet. O comitê de admissão é muito rígido quando se trata de plágio. Inspire-se, mas não copie!;
- O recomendador deve escrever características positivas sobre o candidato;
- A linguagem e a composição da carta de recomendação devem ser simples e diretas;
- Durante a revisão final da sua carta de recomendação, analise todos os erros gramaticais e corrija;
- O aspecto mais importante de uma recomendação são as frases curtas e pontuais. Frases longas tendem a quebrar o fluxo do texto e não conseguem transmitir uma mensagem adequada para o leitor;
- A carta deve ser sucinta e não deve ter mais de 500-600 palavras;
- Em uma recomendação profissional, "discuta" o papel e as responsabilidades do candidato e destaque suas características. Não “descreva” as responsabilidades do cargo, caso contrário, soaria mais como um CV do que uma recomendação;
- O recomendador deve conhecer o candidato há pelo menos seis meses;
- Também é importante fornecer os detalhes de contato do recomendador.
É importante ter em mente que declarações genéricas não agregam nenhum valor à carta de recomendação. Um texto realmente bom depende do nível das suas competências exibido pelo conteúdo da sua recomendação. Portanto, incluir exemplos únicos, que realmente demonstrem suas habilidades e objetivos cria uma impressão positiva nos avaliadores.
Erros comuns em cartas de recomendação
Muitos estudantes tendem a ignorar a importância das cartas de recomendação na aplicação. E, como resultado, embora o aluno possa ter preparado uma inscrição impressionante, a falta de uma recomendação convincente pode arruinar suas chances de conseguir a vaga. Aqui estão algumas dicas para te ajudar a evitar erros comuns que os estudantes cometem ao preparar suas cartas.
1. Escolher o recomendador errado
Antes mesmo de pensar sobre o conteúdo das suas cartas de recomendação, você deve analisar os seus possíveis recomendadores. Essa pessoa deve ser alguém que conhece seus pontos fortes e é capaz de apresentá-los aos avaliadores da maneira mais convincente.
Escolher um recomendador que mal te conhece é o erro mais grave que você pode cometer. Um professor substituto que ensinou só uma matéria durante o curso pode ser uma escolha melhor como recomendador do que o diretor da escola, que pode te conhecer só de vista. Para saber mais sobre para quem pedir as suas cartas, clique aqui.
2. Não dar tempo suficiente ao recomendador
Apressar seu recomendador e, mesmo assim, esperar que ele venha com uma carta de recomendação impressionante e convincente é um dos erros mais comuns que os candidatos cometem. Peça a carta com bastante antecedência em relação ao prazo de inscrição e continue lembrando o professor, mas sem exagerar.
O tempo mínimo que você deve dar aos seus recomendadores deve ser de um mês. Abordá-los de última hora e forçá-los a escrever sua recomendação sem dar tempo suficiente para estudar e analisar sua candidatura seria injusto com sua própria aplicação, já que a pressa de última hora definitivamente refletiria em sua recomendação e enfraqueceria suas chances de conquistar a vaga.
3. Não incluir exemplos
Uma carta de recomendação desprovida de exemplos não tem muito valor em um processo de aplicação. Sempre que o recomendador elogiar o candidato na carta, deve incluir um determinado exemplo para validar o elogio.
Por exemplo, se o recomendador disser que você era um dos alunos que mais tinha “capacidade de aplicação prática dos conceitos teóricos ensinados na aula”, ele deve provar essa afirmação com um exemplo de qualquer conceito teórico que você implementou na prática em sala de aula ou em laboratório. O recomendador também deve mencionar o resultado dessa implementação. Para mais informações, leia o nosso guia de como escrever uma carta de recomendação.
(Álvaro Serrano/Unsplash)
4. Elogiar demais
Usar muitos termos positivos na carta de recomendação levanta algumas dúvidas na mente do avaliador. Ninguém realmente te impede de usar palavras positivas, mas saber o limite é a chave aqui. Além disso, mencionar apenas os aspectos positivos da sua personalidade e omitir os traços negativos também não deixa nenhum impacto positivo no comitê, pois não mostra como você se desenvolveu.
Portanto, busque incluir pelo menos um ponto fraco sincero seu na recomendação e – por favor! – não use o clichê "XXXX, sendo um perfeccionista, acaba pressionando a si mesmo e aos membros de sua equipe".
5. Usar um tom frio e seco
Embora uma carta de recomendação seja um documento formal, o recomendador deve manter um nível de cordialidade ao escrevê-lo. Usar o nome completo do candidato no início da carta, seguido por seu primeiro nome no resto do texto em vez de "O candidato" é sempre uma boa ideia.
Como enviar minhas cartas de recomendação para as universidades?
Já falamos bastante sobre a importância de uma carta de recomendação para sua aplicação para uma universidade no exterior. E embora acertar o formato seja importante, é preciso ter em mente a maneira como a carta deve ser enviada às universidades no exterior. Abaixo, listamos os principais tipos de envio de uma carta de recomendação para instituições internacionais.
Antes de começarmos, no entanto, você precisa entender que o modo de envio depende unicamente da universidade para a qual você está se inscrevendo. Cada universidade tem especificações sobre como recebem as cartas de recomendação. No entanto, caso eles não especifiquem, existem alguns princípios básicos que o estudante deve sempre ter em mente e são exatamente o que discutiremos a seguir.
1. Formulário online
Esse é o modo mais simples e, como o nome sugere, são formulários na internet que podem ser enviados com o simples clique de um botão. Algumas universidades fornecem aos recomendadores indicados pelos alunos um portal para fazer login e responder a algumas perguntas sobre o candidato. Embora este formulário seja o mais fácil de enviar, geralmente é o formato de carta de recomendação mais complicado.
O que precisa ser observado neste formulário é que às vezes a universidade também solicita que o recomendador inclua um documento anexo, que deve estar no formato correto. Portanto, os alunos são sempre aconselhados a manter as cartas de recomendação redigidas prontas e digitalizadas.
2. E-mail
É muito comum que as universidades exijam que as cartas de recomendação sejam enviadas pelos recomendadores por meio de seus e-mails institucionais. No entanto, em alguns casos, também são aceitos e-mails com endereços não-institucionais (como Gmail, Hotmail, etc.). Além disso, as cartas de recomendação, neste caso, são arquivos PDF digitalizados e devem estar de acordo com o formato básico (completo em papel timbrado com o carimbo e as assinaturas).
3. Correio
Esse modo de envio não é muito utilizado no caso de estudantes internacionais, mas ele existe. Nele, as cartas são enviadas em envelopes lacrados, assinados e carimbados (embora não necessariamente no envelope oficial, mas no papel timbrado). Os alunos devem incluir no envelope uma carta de apresentação que menciona claramente o nome do curso, número de inscrição e todas as especificações dos recomendadores.
Observe que cópias das cartas de recomendação não são aceitas e o aluno deve enviar as originais para todas as universidades. Caso esteja se candidatando a três universidades que exigem as recomendações por correio, você deve pedir três cartas “originais” (o conteúdo pode ser o mesmo) para cada professor, para enviar às várias universidades.
(Trinity Treft/Unsplash)
Cartas de recomendação: FAQ
P. Algum conselho sobre como solicitar uma carta de recomendação?
R. Se você é um estudante, seus professores certamente vão ficar felizes e dispostos a te enviar uma carta de recomendação para sua admissão em universidades no exterior. No entanto, você pode ficar confuso sobre qual professor pedir.
Nesse caso, você pode pedir a qualquer professor com quem você tem um bom relacionamento. Você não vai precisar de muita conversa para convencê-los a escrever uma carta. No caso das profissionais, você pode pedir ao seu gerente, líder de equipe ou líder de projeto, pois eles já te conhecem de perto. Por último, mas não menos importante, é sempre favorável ser bem visto por esses professores e/ou líderes e gerentes!
P. Que tipo de informação o recomendador precisa de mim?
R. Se o seu recomendador estiver disposto a escrever a recomendação por conta própria, você deve fornecer os seguintes dados:
- Seu currículo (deve conter toda a sua experiência na faculdade/empresa). Isso vai ajudar a lembrar as ocorrências com facilidade;
- O nome da universidade de destino e um link para o site dela. É uma boa ideia compartilhar com eles o programa e o nome do curso também;
- Características pessoais que você gostaria que eles falassem (relacionadas ao recomendador);
- Conquistas específicas que você gostaria que mencionassem (relacionadas ao recomendador).
P. Um colega pode escrever uma recomendação para mim?
R. Este é um equívoco comum, mas não. Um colega não pode escrever uma carta de recomendação para você, pois ela precisa ser profissional e imparcial.
Universidade do Intercâmbio
Agora que você já sabe o que são cartas de recomendação, só falta se preparar para conquistar uma oportunidade internacional! Com a ajuda da nossa mentoria especializada, você pode atingir o seu objetivo com mais facilidade. Os nossos mentores já estiveram nas principais universidades do mundo e vão te ensinar como aproveitar as melhores oportunidades de intercâmbio! Tire seu sonho do papel! Faça agora mesmo o teste de perfil clicando aqui!