Já falamos aqui sobre como escrever uma carta de motivação capaz de convencer qualquer banca avaliadora sobre suas qualidades e objetivos. Agora, é a vez de explicar como conseguir uma carta de recomendação exemplar. É isso mesmo que você leu.
Nos processos seletivos para estudar no exterior não basta apenas falar de você mesmo. O que os outros têm a dizer também é importante. E se você não sabe se precisa de uma carta de recomendação e nem quem deve escrevê-la, fique tranquilo que vamos abordar todos esses pontos!
E se você recebeu um pedido para escrever uma carta de recomendação para alguém, também temos várias dicas para facilitar esse processo. Acesse aqui.
O que é a carta de recomendação?
A carta de recomendação nada mais é do que um documento que vai atestar suas capacidades, experiências e até mesmo sua personalidade para comprovar que o seu perfil está de acordo com uma vaga em específico, seja da aprovação na universidade ou bolsa de estudos, seja de trabalho.
Geralmente, esse documento, no caso dos intercâmbios, é pedido pelas universidades ou pelas empresas para conhecer mais sobre os candidatos. É que essa carta é escrita por um professor, coordenador, diretor ou qualquer superior que conheça o interessado, sua trajetória e quais são seus pontos positivos. Afinal, como o próprio nome já diz, é uma carta de recomendação e você estará sendo indicado por suas qualidades a ser aceito em uma determinada oportunidade.
De acordo com cada vaga, pode ser que a carta de recomendação tenha um enfoque diferente. Por exemplo, no caso de um mestrado acadêmico, pode ser voltado especialmente para a linha de pesquisa do interessado.
Já para as vagas de trabalho ou emprego, pode ser direcionada às experiências e relatos no ambiente profissional ou que estejam diretamente relacionadas.
(mentatdgt/Pexels)
Como saber se eu preciso enviar uma carta de recomendação?
Em especial para as oportunidades internacionais, os sites das universidades e empresas costumam contar com uma aba especial para listar os documentos exigidos. Geralmente, essa lista fica em “required documents” ou “how to apply”.
Caso não seja exigido, você pode, dependendo da oportunidade, enviar como um complemento a sua aplicação. Mas, claro, tudo isso varia bastante de acordo com a vaga e o modelo da aplicação.
Também não é muito indicado repetir as cartas de recomendação, exceto se a aplicação é para o mesmo objetivo e, no edital, seja pedido os mesmos pontos do interessado. É que, por exemplo, se você aplicou para uma bolsa de mérito acadêmico, uma carta de recomendação para uma bolsa esportiva será bastante diferente, não é mesmo?
Confira agora 4 dicas para conseguir uma carta de recomendação arrebatadora:
O primeiro passo é verificar junto à universidade ou curso de interesse se há um modelo de carta de recomendação recomendado por eles, caso esse item seja listado como obrigatório.
É que algumas instituições exigem um determinado padrão para as suas cartas de recomendação. Por exemplo, para algumas bolsas você deverá enviar duas cartas, outras indicam que você precisa, obrigatoriamente, de uma carta de recomendação de um professor e apenas recomendam que você tenha um segundo documento de um coordenador. E, assim por diante.
Além disso, alguns processos seletivos vão exigir um determinado tamanho da carta de recomendação. Geralmente, isso é indicado por quantidade de palavras: 200, 500 ou mil palavras. Outros aspectos que podem ser pedidos são tipo e tamanho da fonte, espaçamento, margens e demais detalhes de formatação. Por isso mesmo, uma das dicas principais é ler o edital (vamos saber mais sobre isso abaixo).
(Andrea Piacquadio/Pexels)
Agora vamos às dicas:
Procurar pelas pessoas certas
Essa dica é fundamental. A sua intenção é obter cartas genuínas de pessoas que realmente te conhecem, certo? Então vá atrás de antigos professores e empregadores com os quais você manteve bons vínculos durante seu tempo de faculdade ou de trabalho. E mais que isso, dê preferência por pessoas que podem falar das suas qualidades com 100% de confiança nelas. Ou seja, gente que realmente acredita no seu potencial.
E tenha sempre um plano B, C, D... Peça para o maior número possível de pessoas, desde que elas atendam aos requisitos acima. Dessa forma você não ficará à mercê da sorte e ainda terá a possibilidade de escolher a carta que melhor reflita sua verdadeira personalidade.
Além de te conhecer, pode ser bastante interessante que essa pessoa conheça também seu trabalho acadêmico ou profissional e possa falar, com confiança, sobre os pontos positivos dele.
Objetividade
Certifique-se de ter como produto final uma carta sucinta, de no máximo uma página (exceto para casos em que a oportunidade exija um documento maior). O texto deve conter, entre outras coisas, passagens que destaquem as suas qualidades, o seu diferencial como candidato e de que maneira você pode contribuir para os interesses da instituição. Isso nas palavras de quem estiver te recomendando, claro.
Também é indispensável que a carta identifique quem a escreveu. Além da assinatura, o ideal é que ela possua informações como nome completo, cargo, telefone, endereço e qualquer tipo de logo ou carimbo que relacione o autor com a instituição em que ele trabalha.
De forma geral, esse documento costuma ser enviado junto aos demais da aplicação. Pode ser que seja pedido que o professor, coordenador ou aquela pessoa responsável pela carta, envie o texto através de um e-mail oficial da instituição onde trabalha. Tudo isso para garantir a autenticidade e oficialidade do documento!
Experiências
Outro ponto importante: peça para que o autor do texto fale sobre as suas experiências práticas. E tudo aqui vale: projeto de pesquisa, trabalho voluntário, estágios remunerados e não remunerados etc. Mas é importante ter moderação. Afinal, você não vai querer entregar um livro no lugar de uma carta de uma página.
A ideia nesse ponto é demonstrar o que você fez, como você fez e quais resultados você obteve. Mesmo que a experiência não seja a mais “revolucionária” do mundo, pode chamar a atenção para o seu potencial de liderança, capacidade de trabalhar em equipe ou como você soluciona situações de problemas.
De olho no edital sempre
Como em todo processo seletivo, ler o edital das oportunidades com atenção é a base de tudo. Se o edital disser que a carta de recomendação deve conter determinadas coisas, tudo isso deve, de fato, constar no resultado final.
Então, antes de procurar por quem escreverá sua carta, se preocupe em ler todas as regras do edital. Em alguns casos pode ser que a carta nem seja um dos itens obrigatórios. Então não vacile! Ler o edital é sempre fundamental para garantir que você cumpre todos os critérios daquela oportunidade.
O mesmo vale para vagas de trabalho ou estágio! Se não houver um edital, leia, com bastante atenção, o escopo da vaga. E caso você tenha dúvidas, não hesite em entrar em contato por e-mail com o responsável para esclarecê-las.
(Ketut Subiyanto/Pexels)
Mas como pedir uma carta de recomendação?
Agora você já sabe sobre a importância da carta de recomendação. Outro ponto importante é a escolha da pessoa certa para fazer essa tarefa. Isso, aliás, é um passo fundamental para ter uma carta de boa qualidade.
Mas afinal, como fazer para pedir esse documento de forma adequada? Confira a resposta para essa pergunta no passo a passo abaixo:
Passo 1: Decida para quem você irá pedir o documento tendo em mente que sempre se deve dar preferência para alguém que te conheça bem e que saiba descrever suas qualidades.
Passo 2: Marque uma reunião com essa pessoa (seja online ou pessoalmente) ou pelo menos reserve um espaço de tempo para conversar com ela. Esse tempo é necessário para que você consiga apresentar bem a bolsa e a oportunidade.
Passo 3: Faça um resumo da missão e da visão da bolsa de forma organizada, de preferência em um formato que a outra pessoa poderá ler de forma fácil.
Passo 4: Faça uma lista das atividades que você desenvolveu durante o período que você conhece essa pessoa. Isso dará maior percepção do que pode ser destacado.
Passo 5: Na reunião, não esqueça de dar um prazo para que a carta seja encaminhada a você, já que na maioria das vezes as bolsas não tem prazos muito longos.
Passo 6: Pergunte se você pode ler o documento antes do mesmo ser encaminhado, para dar sua opinião e talvez sugerir alterações.
E por fim: Verifique se a bolsa exige que o autor da carta a encaminhe ou se dá permissão para que o candidato faça isso.
Em alguns casos, será pedido que o próprio interessado envie o documento escrito pelo professor ou superior. Em outros, você deverá indicar apenas o nome e contato de quem será responsável pelo envio.
Essas costumam ser as formas mais comuns de envio, mas outras podem ser exigidas. Por isso, mais uma vez, vale a pena ler o edital para saber qual o formato utilizado.
E, independente de quem deverá fazer o envio, a atenção ao prazo é fundamental. Geralmente, as oportunidades não consideram os documentos que são enviados depois da data limite. Por isso, certifique-se de estar enviando dentro da data!
E quem é a pessoa ideal para escrever a carta de recomendação?
Vamos agora focar no Passo 1: a escolha da pessoa ideal para escrever a carta. Como, de fato, tomar essa decisão de forma adequada?
O perfil perfeito do escritor de sua carta de recomendação dependerá sempre do programa. No entanto, existem 3 coisas que, independente do destino da application, devem ser sempre observadas para conseguir uma carta de recomendação:
A primeira característica
Escolher uma pessoa que te conhece a certo tempo e que tenha presenciado seu crescimento acadêmico, profissional e pessoal. Isso é importante pois essa pessoa será capaz de falar com mais propriedade sobre você como aluno ou funcionário. E, dessa forma, mostrar que, pelo tempo que te conheceu, você demonstrou qualidades válidas ao ponto de ser escolhido para a vaga.
A segunda característica
Optar por alguém que tenha tempo para entender o programa para o qual você está aplicando, assim como o perfil de candidato procurado.
Isso se justifica porque determinados programas buscam por qualidades específicas em seus candidatos. Dessa forma, o autor da carta poderá dar um maior destaque à elas. Um exemplo muito comum é o perfil de liderança, que é sempre muito requisitado pelos programas no exterior.
Mas em outros casos, pode ser que a oportunidade também tenha preferência por candidatos que tenham histórico de superação, por exemplo. Por isso, é fundamental relacionar sua trajetória ao que está sendo buscado.
A terceira e mais importante
Procurar por uma pessoa que possa dar exemplos práticos de situações onde você mostrou excelência em suas atividades e determinação para com seus objetivos no futuro. Assim, além de apenas contar, ela poderá mostrar do que você é capaz. Esse é o modelo "Show, don't tell" tão apreciado pelos programas no exterior.
Através desse meio de escrita, a pessoa que estiver dissertando sua carta poderá mostrar seu diferencial como candidato ao trazer maior realidade às situações citadas. Por exemplo, suponha que em seu currículo está escrito que você realizou um projeto de extensão por 2 anos. E que, além disso, também desenvolveu novas iniciativas dentro dele.
Seu professor ou superior poderá contar sobre algum evento dentro desse projeto em que as iniciativas que você criou se mostraram úteis e inovadoras. E assim assinalar como elas impactaram a universidade e o ambiente ao seu redor.
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*Texto escrito por Gabrielle Hayashi (2019) e Elaine Maciel (2022).