Conseguir um emprego no Brasil não é tarefa fácil. Hoje, existem cerca de 14 milhões de desempregados por aqui, segundo dados do Pnad. A situação é um pouco melhor que no ano passado. Ainda assim, segundo o CAGED o saldo positivo de vagas em 2021 foi de apenas 2,5 milhões. Já nos Estados Unidos o cenário é bem diferente. Foram 10 milhões de vagas apenas em junho! Vendo tudo isso é inevitável pensar: tem como trabalhar nos Estados Unidos? E resposta é SIM! Vem entender como neste texto!

Como trabalhar nos Estados Unidos legalmente?

Os Estados Unidos são um lugar que habita o imaginário dos brasileiros como sendo a terra das oportunidades. Já teve até uma novela que contou histórias de pessoas tentando melhorar de vida indo pra lá. Se você tem esse sonho, saiba que o melhor caminho é ir legalmente para o país. Para isso é preciso seguir alguns passos.

1. Analise os vistos que te permitam trabalhar nos EUA

A primeira coisa que você tem que providenciar, portanto, é um visto. Existem 15 modalidades de vistos americanos disponíveis para brasileiros. Cada um deles é voltado para um tipo de atividade e dentro dessas categorias ainda podem existir subdivisões. Ou seja, para trabalhar nos Estados Unidos você tem que ter um tipo de visto que permita isso. Não é possível trabalhar legalmente por lá com um visto de turista, por exemplo.

Mas não basta se candidatar a um visto que permita trabalho, também é preciso prestar atenção em que tipo de trabalho seu documento permite. Por exemplo, você pode trabalhar com visto de estudante nos Estados Unidos, mas, para isso, precisa seguir regras específicas, como cumprir jornadas de apenas meio período durante os meses letivos. Os vistos que permitem trabalhar nos EUA são:

Vistos que permitem trabalhar nos EUA

Subdivisões

O que ele significa

A1 e A2

Permite que você trabalhe para o seu país de origem em território americano.

Voltado para diplomatas e militares.

C-1 D

Permite trabalho da tripulação de aviões e navios.

H-1B

Permite que profissionais com nível mínimo de bacharel e experiência profissional trabalhem por um tempo específico nos EUA.

H-2A

Permite trabalho agrícola sazonal.

H-2B

Permite trabalho não agrícola temporário para cargos em que não existem funcionários estadunidenses disponíveis.

H-3

Permite a realização de estágios e participação em programas especiais de educação.

H-4

É voltado para cônjuges e filhos de titulares de um visto H. Permite trabalhos por tempo determinado desde que a pessoa seja dependente de um portador do visto H-1B.

I-1

Permite que profissionais de mídia viajem para fazer seu trabalho nos EUA (como cobertura de eventos).

J-1

Visto para intercâmbios de trabalho e estudo. Seus dependentes (cônjuges e filhos) possuem visto J-2 e podem trabalhar caso autorizados pelo governo.

L-1

Esse visto permite a entrada de profissionais que já trabalhavam antes na mesma área e que foram transferidos para os EUA para ocuparem cargo de gerência (L-1A) ou especializados (L-1B).

M-1

É emitido para estudantes e permite trabalho apenas dentro do campus.

O-1

Permite trabalho temporário para profissionais que se demonstrem extraordinários ou no campos de Artes, Atletismo, Ciências, Educação e Negócios (O-1A) ou no de Cinema e Televisão (O-AB). Seus assistentes também podem trabalhar nos EUA com o visto O-2.

R-1

É emitido para trabalhadores religiosos que podem trabalhar para as instituições religiosas patrocinadoras de seus vistos.

Por essa lista já dá para perceber que existem muitas categorias de visto disponíveis. Ou seja, ao contrário do que se fala por aí, não é preciso ter um Green Card para trabalhar nos Estados Unidos. Por outro lado, conseguir um emprego pode te ajudar a conseguir esse visto permanente para morar por lá.

2. Encontre a vaga certa para você

Com tantas possibilidades de visto, você precisa encontrar a vaga certa para você. Antes de decidir qual é a oportunidade de trabalho ideal você tem que levar algumas coisas em consideração, como o seu grau de especialidade e o tempo que você deseja passar nos EUA. As três melhores categorias de emprego nos Estados Unidos são:

1. Trabalhos para pessoas especializadas

Se você já tem uma boa formação e experiência profissional, vale a pena procurar por vagas de trabalho na sua área. Isso é feito da mesma forma que você busca empregos no Brasil: se candidatando a processos seletivos de vagas abertas.

Essas vagas podem ser selecionadas usando sites especializados, como o LinkedIn e o Indeed. Outra opção é ir diretamente no site da empresa em que você deseja trabalhar e verificar quais são as vagas abertas no momento. Mesmo a ONU oferece vagas tanto para estágios quanto para trabalhadores regulares que podem ser de qualquer nacionalidade.

Dicas como essas valem para quem quer conseguir um visto no estilo H-1B (voltado para bacharéis) ou para quem está fazendo um curso no Brasil e quer se candidatar a um visto H-3, para fazer estágio nos EUA. Ou seja, priorize os sites de busca de emprego se você tem qualificação suficiente para ter uma chance naquele cargo.

2. Trabalhos de baixa especialidade

Por muitos anos o perfil de quem se mudava para os Estados Unidos era de pessoas sem muita especialização. Geralmente, os imigrantes ocupavam cargos mal remunerados e que não despertavam tanto interesse dos estadunidenses. Se você quer ir para os EUA exercer esse tipo de função, nós temos uma dica: foque em intercâmbios no estilo Work And Travel.

Nessa modalidade de intercâmbio você troca os seus serviços por hospedagem, alimentação e até um salário. É verdade que não é a mesma coisa que se mudar de vez para os Estados Unidos, porém, é difícil conseguir a residência permanente com cargos de baixa especialização.

Mesmo assim, um Work and Travel pode ser uma ótima forma não só de conhecer a América do Norte como ter um gostinho de como seria a sua vida por lá. Além do mais, você vai receber em dólar, o que pode ser uma forma de voltar para o Brasil com algum dinheiro. Se você for estudante, pode tentar o Disney Cultural Exchange Program, para trabalhar em um dos maiores parques de diversão do mundo

3. Estude e trabalhe nos Estados Unidos

Você deve ter percebido na lista de vistos que os estudantes podem trabalhar enquanto fazem seus cursos nos Estados Unidos. Essa pode ser uma das opções mais vantajosas para quem quer morar por lá para sempre. Além de ter maiores chances de conseguir um emprego, você ainda garante uma educação de alta qualidade.

Ao contrário do que muita gente pensa, não é tão difícil assim conseguir uma vaga em uma universidade estadunidense. Além disso, apesar de todas elas cobrarem anuidades e taxas por seus cursos, os Estados Unidos oferecem uma série de bolsas que te ajudam a conseguir pagar pelos seus estudos.

Passo a passo: como fazer faculdade nos Estados Unidos

Durante o período da sua graduação pode ser que você ainda não consiga um trabalho com boa remuneração. Um dos motivos é que você só pode trabalhar em cargos de meia jornada, já que você está lá para estudar. Porém, estudando em uma universidade americana fica muito mais fácil conseguir estágios e também construir o seu networking para garantir um emprego assim que você se formar.

3. Faça uma boa preparação

No Brasil ou nos Estados Unidos é preciso estar preparado para conseguir um emprego. Isso vale tanto para a sua formação profissional quanto para o conhecimento sobre a vaga e sobre a empresa. Quem já não viu por aí testes de “mindset” para saber se as suas visões de mundo combinam com as da empresa para a qual você quer trabalhar?

Se você quer conquistar uma vaga em uma empresa ou faculdade estadunidense o primeiro passo é pesquisar sobre ela. Aprenda sobre a história da instituição, quais são as especialidades dela, suas missões e valores. Pode parecer só um detalhe para quem está acostumado a aplicar para vagas no Brasil, mas nos EUA isso é essencial.

Essa diferença acontece porque nos Estados Unidos e em outros países você tem que enviar uma cover letter junto com o seu currículo. Esse documento é uma carta em que você explica as suas motivações para trabalhar naquele lugar e como você pode contribuir com a empresa. Essa carta de apresentação vale tanto para vagas fixas quanto para estágios.

Mas não para por aí. Os modelos de currículos internacionais também são diferentes dos nossos. No Brasil as empresas também estão começando a adotar o modelo americano, mas ainda é comum ver currículos com fotos ou assinaturas, características que podem te eliminar da seleção nos Estados Unidos.

Para montar um currículo perfeito para as oportunidades internacionais é preciso seguir o modelo comum em cada país. Nos Estados Unidos o tipo mais comum é o résumé. Nessa categoria de currículo você apresenta as informações mais relevantes de forma sintética, sem ultrapassar o limite de uma página.

6 coisas para não fazer durante uma entrevista de estágio

Se tudo der certo, você será chamado(a) para uma entrevista. Para se dar bem nesse ponto é preciso se preparar. Revise a descrição da vaga e, se possível, pense em perguntas que podem te fazer e nas respostas que você daria para essas perguntas. Desse modo você vai se familiarizar com o vocabulário e deixar o nervosismo de lado. Mas nada de decorar o texto, os entrevistadores querem que você mantenha a naturalidade.

4. Organize sua documentação

Geralmente você só vai conseguir aplicar para um visto nos Estados Unidos quando já tiver conquistado a sua vaga por lá. Mas para conseguir ter sua entrada nos EUA aprovada é preciso muita organização. Cada visto requer documentos específicos, mas uma característica geral é a necessidade de comprovar a razão da sua viagem, seja a aprovação em uma universidade ou a contratação por uma empresa.

Você também terá que preencher formulários e participar de uma entrevista para conquistar o seu visto. Não é possível fazer uma previsão de quanto tempo você terá que esperar pelo seu documento. Em casos onde a empresa contratante paga uma taxa para a emissão do visto pode ser que você consiga a aprovação em cerca de duas semanas, mas, caso contrário, o processo pode levar até 6 meses.

Outra preocupação para quem quer trabalhar em cargos especializados nos Estados Unidos é o diploma. Assim como acontece no Brasil com quem estudou fora, nos EUA é preciso revalidar o seu diploma obtido em um país estrangeiro. Isso pode ser feito de muitas formas, como por meio de provas, acreditação de universidades ou associações profissionais. Existem até mesmo empresas especializadas em revalidações.

Como é trabalhar nos Estados Unidos?

Se você está pensando em ir trabalhar nos Estados Unidos precisa ter em mente que as coisas por lá são muito diferentes da realidade brasileira. Essa afirmação vale tanto para aspectos positivos quanto para negativos. O principal ponto positivo são as vagas de trabalho que um mercado aquecido oferece, porém, eles nem sempre oferecem os mesmos benefícios das leis trabalhistas brasileiras.

Isso significa que quem trabalha nos Estados Unidos não tem direito nem ao 13.º salário nem às férias de 30 dias. Na verdade, a maioria dos lugares oferecem férias de, no máximo, duas semanas, mas nem isso é obrigatório. Mesmo quando se tem férias, muitas vezes elas não são remuneradas.

Nos EUA também não há exigência de aviso prévio para demissões e nem obrigatoriedade de plano de saúde (ainda que a maioria ofereça planos simples). Por outro lado, o governo não desconta taxas de FGTS. Isso permite que seu salário seja maior, porém a sua aposentadoria será menor. Lá a Previdência Pública paga 44% do seu último salário.

Em resumo, as leis trabalhistas dos EUA são muito mais flexíveis do que as da Europa ou as do Brasil, por exemplo. Mas isso não quer dizer que não existam regras. Por lá as pessoas podem trabalhar por um limite de 8 horas diárias e 40 horas semanais. Passando desse período o funcionário tem direito a receber hora extra.

Como são os salários nos EUA?

Outro ponto que diferencia as leis estadunidenses e brasileiras é o salário. Nos EUA os trabalhadores são pagos por hora e o salário mínimo é de 7,25 dólares. Ou seja, se você trabalha 40 horas semanais por 4 semanas tem um salário de 1.160 dólares no fim do mês. Mas em 29 dos 50 estados o salário mínimo é maior, chegando a 15 dólares por hora, ou US$2.400/mês.

Esse valor já é mais alto do que os trabalhadores brasileiros recebem. Ainda assim, nos Estados Unidos é comum ganhar mais que um salário mínimo, principalmente quando se tem boa formação. Nesses casos as empresas também oferecem mais benefícios para manterem os melhores profissionais. Quanto maiores as empresas, melhores as vantagens.

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Também é preciso lembrar que nem todas as pessoas recebem apenas um salário mínimo. Na verdade, de acordo com o Bureau of Labor Statistics (BLS), a média geral dos salários é de 989 dólares semanais. Dependendo da sua profissão, os pagamentos podem ser ainda melhores. Segundo o BLS, as profissões mais bem remuneradas nos EUA são:

20 profissões mais bem pagas dos EUA segundo o BLS

Profissão

Remuneração anual em 2020

Psiquiatras

US$208.000,00

Ginecologistas e Obstetras

US$208.000,00

Cirurgiões (menos oftalmologistas)

US$208.000,00

Clínicos Gerais

US$208.000,00

Anestesiologista

US$208.000,00

Médicos em geral (menos pediatras)

US$208.000,00

Cirurgião Bucomaxilofacial

US$208.000,00

Ortodontista

US$208.000,00

Proto Dentista

US$208.000,00

Médicos da Família

US$207.380,00

Chefes Executivos

US$185.950,00

Enfermeiros Anestesistas

US$183.580,00

Dentistas (de outras especialidades)

US$183.300,00

Pediatras

US$177.130,00

Pilotos e Copilotos de avião e Engenheiros de Voo

US$160.970,00

Dentistas (geral)

US$158.940,00

Gestores de Sistemas de Informação e Computação

US$151.150,00

Gestores de Arquitetura e Engenharia

US$149.530,00

Gestores de Marketing

US$142.170,00

Juízes e magistrados

US$141.080,00

Esses salários são bem superiores à média nacional, que fica na casa dos 50 mil dólares anuais. O setor com menores rendas é o da agricultura, no qual a BLS aponta uma média salarial de 499 dólares para mulheres e 596 dólares para homens. Ou seja, em média, os salários de agricultores e pescadores é de aproximadamente 30 mil dólares anuais.

Quais são as melhores profissões para trabalhar nos Estados Unidos?

Geralmente associamos as melhores profissões aos melhores salários, não é mesmo? E como vimos os profissionais com melhores remunerações nos Estados Unidos são ligados à área da saúde. Porém, existem outros critérios que também devem ser levados em consideração: a oferta de vagas e a possibilidade de se conseguir um Green Card.

Levando esses dois critérios em consideração, elaboramos uma lista com as melhores profissões para trabalhar nos Estados Unidos. Ela é válida tanto para quem já tem um diploma e quer ir para lá quanto para quem ainda está escolhendo um curso, mas sonha em construir uma carreira nos EUA. As melhores profissões são:

E como são as oportunidades fora dos Estados Unidos?

Agora você já sabe como trabalhar nos Estados Unidos e quais são as melhores profissões para ir para lá. Mas os EUA não são o único país que oferece boas oportunidades para estrangeiros. Clique no nome de cada país e descubra quais são as melhores profissões para imigrar para o Canadá, para o Reino Unido, para a Nova Zelândia e para Portugal. Mas se você já se decidiu pelos Estados Unidos, clica aqui e veja quanto custa morar por lá!