A Coreia do Sul está com tudo. Além de filmes de destaque no Oscar, os coreanos estão quebrando recordes com as bandas de K-pop e as empresas do país estão entre as maiores de seus segmentos. Mas você sabia que fazer um intercâmbio na Coreia do Sul pode ser uma excelente opção para você? Se você ainda não tinha pensado nisso, vem descobrir o que tem de bom na Coreia e o que você precisa saber antes de ir para lá!

Por que fazer um intercâmbio na Coreia do Sul vale a pena?

A Coreia do Sul pode não ser o destino de intercâmbio mais óbvio de todos. Ainda assim, cada vez mais intercambistas escolhem a Coreia como seu destino. Essa escolha é bastante acertada, pois o país asiático tem muitos atrativos, como: 

1 - Tem excelentes universidades

Uma das intenções de quem quer fazer um intercâmbio de graduação ou pós-graduação fora do país é buscar uma qualidade melhor de ensino. Se essa é a sua vontade, a Coreia é uma boa escolha. Seis das 100 melhores universidades do mundo ficam por lá. As melhores instituições de ensino superior na Coreia do Sul são: 

Além de ter universidades bem classificadas no ranking geral, as universidades sul-coreanas aparecem com um desempenho acima da média em todas as áreas do conhecimento.

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Na área de Artes e Humanidades, com exemplo, o país tem três instituições entre as 100 melhores: Universidade Nacional de Seul (38.ª colocada); Universidade Yonsei (72.ª colocada) e Universidade da Coreia (77.ª colocada). O bom desempenho se repete nestas três universidades na área de Ciências Sociais e Gestão. Desta vez elas ocupam a 31.ª, 64.ª e 46.ª posições, respectivamente. A Universidade de Sungkyunkwan (SKKU) também se posicionou bem e é a 82.ª colocada.

(Universidade SKKU (foto: Adil/Wikimedia Commons)

Já a SKKU é uma boa opção para quem quer cursos nas áreas de Ciências de Vida e Medicina (91ª posição) e Ciências da Natureza (96ª posição). Na primeira área, a Coreia tem três universidades entre as 100 primeiras e na segunda tem cinco.

Como era de se esperar de um país com tantas empresas voltadas para este ramo, os coreanos se destacam bastante na área de engenharia e tecnologia. No total, a Coreia do Sul tem sete das 100 melhores universidades do setor. O grande destaque vai para o KAIST, que ficou com a 16.ª melhor colocação global.

Mas o destaque da Coreia do Sul não é apenas no ensino superior. O país também é um dos que apresentam o melhor desempenho no Pisa, a prova da OCDE que avalia o desempenho global em educação básica. Os coreanos dão muito valor à educação e, apesar de o ensino obrigatório terminar aos 15 anos, a maioria segue estudando para ingressar na faculdade.

2 - Aprender coreano não é essencial

Um dos motivos que podem afastar os brasileiros de irem fazer um intercâmbio na Coreia do Sul é o idioma. O coreano é uma língua muito diferente da nossa e envolve o aprendizado de outro alfabeto e outras sonoridades e, mesmo sendo considerada a língua asiática mais simples, ainda assusta muita gente.

A boa notícia é que, para fazer um intercâmbio na Coreia não é essencial dominar o idioma. Se o seu objetivo é fazer uma faculdade por lá, você tem duas opções. A primeira é escolher um programa que seja ministrado em inglês.

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Isso é relativamente comum na Coreia e acontece em 30% dos programas de graduação. A universidade KAIST, por exemplo, oferece diversos programas em inglês, como graduação em Negócios e de Ciência e Tecnologia.

Mesmo para a vida prática é relativamente fácil se virar em inglês. Ao contrário do que acontece no Brasil, por lá, muita gente domina o idioma. Até mesmo sinalizações em transporte público, por exemplo, têm legendas em inglês.

Ainda assim, pode ser uma boa ideia aprender coreano. E é muito fácil estudar a língua por lá. As próprias universidades oferecem programas que ensinam coreano para os alunos internacionais e o governo da Coreia do Sul divulga opções para aprender a língua online

3 - Possibilidades de parcerias e bolsas

A Coreia do Sul tem se esforçado para fortalecer a internacionalização nas suas universidades, por isso, é bastante comum conseguir uma bolsa para graduação ou pós-graduação no país.

O ministério da educação sul-coreano criou um departamento exclusivamente para facilitar a entrada de alunos internacionais, o Instituto Nacional para Educação Internacional (NIIED). O órgão incentiva o aprendizado de coreano, oferece provas de  proficiência e distribui bolsas para vários programas.

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Existe ainda a possibilidade de ir para a Coreia fazer uma graduação ou pós-graduação sanduíche. Muitas universidades brasileiras têm parcerias com instituições sul-coreanas. Para conseguir essa oportunidade é preciso consultar as parcerias da instituição que você estuda na divisão de Relações Internacionais.

5 - É um bom lugar para se morar

A Coreia do Sul tem um índice de Desenvolvimento Humano (IDH) considerado muito elevado. Isso significa que, de forma geral, as pessoas por lá vivem bem. Da mesma forma, o coeficiente Gini, que mede a desigualdade em um país, indica que a Coreia está melhor colocada do que o Brasil e até que os Estados Unidos.

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Além disso, escolher fazer um intercâmbio na Coreia do Sul significa ter gastos menores do que em países anglófonos e até mesmo outros asiáticos, como o Japão. A segurança também é um destaque. Segundo o site governamental Study in Korea, o país é o mais seguro do mundo para estudantes internacionais.

As boas condições que os estudantes encontram por lá, fez o número de intercambistas aumentarem consideravelmente nos últimos anos. O transporte público, por exemplo, é de alta qualidade. Os meios de transporte não atrasam e as maiores cidades do país são totalmente interligadas.

6 - Uma cultura rica para explorar

A música e o cinema coreanos estão fazendo muito sucesso e as novelas produzidas na Coreia vêm sendo exportadas para o mundo inteiro. Mas o k-pop é apenas um pequeno pedaço da rica e milenar cultura do país.

A península coreana é ocupada desde o período Paleolítico, sendo considerada por arqueólogos uma das civilizações mais antigas do planeta. A arte da Coreia do Sul recebeu muita influência da religião tradicional da região, o budismo.

O Kinchi é um prato tradicional coreano (foto: Pixabay)

O budismo influenciou a culinária local que é tão reconhecida no mundo que até tem um curso permanente em uma das escolas mais tradicionais de cozinha da França, a Le Cordon Bleu. Geralmente, os pratos sul-coreanos são feitos à base de arroz, peixes, verduras, carnes e macarrão. Um dos pratos tradicionais mais conhecidos do país é o Kimchi, que é quase como o arroz com feijão de lá. O prato é feito à base de vegetais, como a acelga, e pimenta.

Como fazer intercâmbio na Coreia do Sul?

A Coreia do Sul tem diversas opções para quem quer fazer intercâmbio por lá. A mais popular é ir estudar em uma das universidades coreanas, mas também pode ser interessante fazer seu ensino médio por lá ou mesmo um curso de idiomas e até um work and travel para conhecer o país sem gastar muito.

Os modelos que exigem menos documentação são o work and travel e os cursos curtos (de idiomas ou não), já que, geralmente, não existe um processo seletivo elaborado para as vagas. Porém, ambos os casos requerem visto. São dois tipos de autorização diferentes. Para trabalhos curtos é preciso pedir o visto C-4, que tem duração de 90 dias. O mesmo prazo vale para o visto D-4, que serve para quem vai fazer curtos de pequena duração.

Já quem pretende fazer um curso regular no Ensino Médio ou em uma universidade, vai precisar de um visto de estudante chamado D-2. Para isso é necessário já ter sido aprovado na instituição de ensino e apresentar uma carta de recomendação da escola ou faculdade, além de uma série de outros documentos que podem ser conferidos no site do consulado da República da Coreia (nome oficial do país).

Apesar de ser permitido que alunos estrangeiros façam Ensino Médio na Coreia do Sul, essa é uma opção bastante incomum e não tem muitas regras estabelecidas, variando muito conforme as escolas. Também não existe um padrão no caso das universidades, mas as instituições de ensino superior coreanas costumam exigir:

Geralmente as universidades da Coreia do Sul permitem duas entradas anuais: na primavera e no outono. O mais comum é que as inscrições ocorram entre setembro e novembro para a entrada no começo do ano seguinte e entre abril e julho para o semestre de primavera.

Qual o melhor lugar para morar na Coreia do Sul?

A Coreia do Sul é um país bem pequeno. Mesmo assim, os pouco mais de 100.210 quilômetros quadrados que representam a metade sul da península coreana abrigam quase 52 milhões de pessoas. E se engana quem pensa que na Coreia não tem muitas opções de cidades para conhecer. Para quem vai fazer intercâmbio as melhores são:

Seul

Seul é a capital da Coreia do Sul e lar de quase 10 milhões de pessoas. Esse número não inclui a região metropolitana que, se somada, tem 25 milhões de habitantes no total, fazendo dela a segunda maior do mundo.

Além de ser o centro político coreano, a cidade também concentra muitas oportunidades. Seul oferece todos os confortos que uma capital pode proporcionar, como acesso à cultura, saúde, transporte de qualidade e muitas vagas de emprego. 

A empregabilidade é um dos índices que a capital coreana teve o melhor desempenho na avaliação de cidades universitárias da QS. Além disso, 21 das universidades sul-coreanas avaliadas pela instituição ficam lá. Considerando todos os critérios, Seul foi considerada a terceira melhor do mundo para os estudantes. Já se eles forem avaliados isoladamente, a cidade foi classificada assim:

Critérios de melhores cidades QS

Classificação de Seul

Emprego

3.ª

Desejabilidade

18.ª

Visão dos alunos sobre a cidade

38.ª

Acessibilidade financeira

57.ª

O único ponto que pode ser considerado negativo em Seul é o seu custo de vida. A capital sul-coreana é uma cidade cara, sendo necessário gastar 18% a mais para viver por lá quando comparada a Tóquio.

(foto: Domenico Convertini/Flickr)

Daejeon

Daejeon pode não ser tão famosa ou importante quanto Seul, mas com certeza a cidade é um excelente destino de intercâmbio. Ela foi eleita a segunda melhor da Coreia do Sul para os estudantes e a 78.ª melhor do planeta. Daejeon teve bons desempenhos principalmente em empregabilidade e custos de vida acessíveis.

Apesar de ser bem mais barata do que Seul (em torno de 20%), Daejeon também é uma metrópole. Cerca de 1,5 milhão de pessoas vivem por lá, o que a torna a quinta maior cidade da Coreia do Sul. Além disso, Daejeon abriga alguns escritórios do governo nacional, como o Instituto Nacional de Estatística e a Alfândega.

Um dos maiores destaques da cidade é o Instituto Avançado de Ciência e Tecnologia da Coreia, mais conhecido como KAIST. Esta é a segunda melhor universidade da Coreia do Sul e a 41.ª melhor instituição de ensino superior do mundo. Mas a KAIST não é a única organização de ciência e tecnologia da cidade. Os centros de desenvolvimento da Samsung e da LG que ficam por lá ajudam a consolidar o título de Vale do Silício da Coreia do Sul para Daejeon.

(foto: Jacques Beaulieu/Flickr)

Busan

Busan, também chamada de Pusan, é a segunda maior cidade da Coreia do Sul, com 3,5 milhões de habitantes (mais que Brasília). Além de aglomerar uma grande quantidade de pessoas, a metrópole também é um centro cultural e econômico, especialmente para o sudeste da península coreana.

Apesar de ter uma grande importância econômica e cultural, Busan não aparece na lista de melhores cidades estudantis da QS. Porém, isso não quer dizer que lá não tenham boas universidades. Na verdade, Busan tem algumas instituições de ensino superior que entraram para a QS World University Ranking. A melhor delas é a Universidade Nacional de Pusan, 24.ª melhor do país e entre as 601 e 650 melhores do mundo.

Mesmo que não tenha a melhor educação que a Coreia do Sul pode oferecer, Busan tem outros atrativos. É fácil encontrar oportunidades de work and travel por lá, especialmente para trabalhar em hostels. Isso porque Busan é um destino turístico famoso, com muitas praias para aproveitar e construções deslumbrantes para conhecer.

(foto: by lwy/Wikimedia Commons)

Quanto custa um intercâmbio para a Coreia do Sul?

Não existe um preço fixo para intercâmbios em qualquer lugar do mundo. Porém, existem alguns gastos que você precisa levar em consideração como os valores da passagem aérea, da acomodação, do custo de vida, dos documentos necessários e do curso que você vai fazer.

No caso da Coreia do Sul é possível encontrar passagens aéreas entre São Paulo e Seul em uma média de preço entre 4.500 e 7 mil reais, um valor bastante superior ao das passagens para destinos mais comuns como o Canadá ou o Reino Unido. Além disso, é preciso desembolsar em torno de 600 reais para emitir seu visto e passaporte.

O custo de vida na Coreia do Sul também é mais elevado do que o desses países. Segundo a calculadora Numbeo, o país é o 18.º mais caro do planeta, mas ainda fica mais em conta viver na Coreia do Sul do que no Japão, na Austrália ou na França. A estimativa é que se gaste em torno de 5 mil reais para passar um mês por lá, sem contar com o valor do aluguel. Mas, sem fazer gastos abundantes, dá para gastar 1.600 reais com alimentação.

Alugar um imóvel em solo sul-coreano pode sair bem caro. Em média, um apartamento de um quarto em uma área central sai por volta de 3 mil reais mensais. Porém, ficar um mês em um Airbnb é bem mais barato. É possível encontrar acomodações que saem por volta de mil reais em um mês em Seul. Caso você fique apenas algumas semanas é comum encontrar quartos por menos de 100 reais a noite.

Somando esses valores, uma viagem de um mês para a Coreia do Sul deve sair por volta de 12 mil reais. Nesta conta não foram levados em consideração os valores cobrados para fazer um curso por lá, mas eles também tendem a ser relativamente acessíveis.

Quanto custa estudar na Coreia do Sul?

É importante ter em mente que, apesar de o sistema de ensino coreano ser um dos melhores do mundo, a educação gratuita por lá acaba aos 15 anos, quando também termina o ensino obrigatório. Existem escolas de ensino preparatório para a universidade que são públicas e mais baratas, mas todas cobram taxas, assim como os cursos universitários.

Um benefício de escolher a Coreia do Sul é que por lá são cobrados os mesmos valores dos alunos internacionais e nativos, diferente do que acontece na Inglaterra. Além disso, as melhores universidades sul-coreanas são públicas e têm taxas bem mais acessíveis. Pode-se dizer que estudar na Coreia do Sul custa entre 4 e 20 mil dólares por semestre em cursos de graduação e por volta de 1.500 dólares para cursos de idiomas para 10 semanas. 

Quais são as melhores bolsas da Coreia do Sul?

Os custos de estudar na Coreia do Sul são mais baixos do que em outros países reconhecidos como os Estados Unidos ou o Reino Unido. Além disso, existem bolsas para todos os níveis de ensino. Algumas delas cobrem até mesmo gastos com a sua passagem para ir para a Coreia do Sul. As melhores opções são:

Global Korea Scholarship

A Global Korea Scholarship é uma das melhores opções para quem quer estudar na Coreia do Sul. Anualmente são distribuídas 220 bolsas para graduação e 1.080 bolsas para pós-graduação desse tipo. Uma das suas principais vantagens é que ela cobre praticamente todos os seus gastos no país, incluindo o preço exato da sua passagem aérea e até uma recompensa pelo seu domínio do idioma.

Quem consegue a GKS não precisa se preocupar com dinheiro durante todo o período do curso. Para quem quer fazer graduação, a bolsa é válida por quatro anos. Já para os alunos de pós-graduação, a bolsa também cobre os custos da defesa.

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Korean Government Scholarship Program

A bolsa oferecida pelo governo da Coreia do Sul, a Korean Government Scholarship Program, também é uma ótima opção. Assim como a GKP, esta bolsa é no estilo full-ride, ou seja, cobre todos os seus gastos, incluindo a sua passagem e até o seguro de saúde.

Para se candidatar é preciso não ser um cidadão coreano e ter menos de 40 anos. Ela serve para todas as áreas de ensino desde que o curso pretendido seja de pós-graduação (mestrado ou doutorado).

Ainda que a bolsa seja bastante ampla, ela tem algumas exigências, como um GPA superior a 2,64 em uma escala de 4 pontos. Além disso, pessoas que estudam ciência e tecnologia, professores universitários em países em desenvolvimento ou quem tem certificado de proficiência em coreano (ou inglês) têm preferência.

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