O sistema de ensino nas universidades no exterior funciona de forma diferente em relação às instituições brasileiras. Se você já pesquisou um pouco sobre, provavelmente já deve ter ouvido falar em Majors e Minors. Mas você sabe exatamente o que é isso?
É que nos países do exterior, você pode cursar a graduação ou bacharelado, que é Major in [determinada área], por exemplo: Major in Biology. Mas por lá, você também pode cursar outras disciplinas e que não precisam necessariamente ter relação com sua área principal. No caso desse exemplo, o aluno pode realizar o Minor e ter aulas relacionadas aos estudos da biologia ou ainda de outra área totalmente diferente!
De forma resumida, podemos dizer que Major se refere ao curso de graduação ou bacharelado. Essa é a área que você quer se especializar e seguir uma carreira profissional quando terminar a faculdade, portanto, é o seu Major. Assim sendo, como exemplos, temos: Matemática, Medicina, Psicologia, Direito etc.
Já os Minors são aulas secundárias, que podem estar relacionadas ou não ao seu curso de graduação, e servem como um complemento a sua formação principal. Geralmente, são interdisciplinares e podem (ou não) ser obrigatórias.
O mais interessante sobre o Minor é que, mesmo que o estudante se matricule em uma instituição que não exige esse tipo de aulas complementares, ele pode decidir cursar algum Minor. Ou seja, mesmo que não seja obrigatório, pode ser facultativo para complementar o conhecimento acadêmico.
Essa é uma possibilidade muito atrativa, porque permite que você aprofunde seus conhecimentos na sua área de estudos ou se envolva em um novo campo de estudos que já é do seu interesse. Bastante diferente do que estamos acostumados aqui no Brasil, mas pode abrir um mundo de possibilidades para a graduação!
Por que no exterior a formação tem Major e Minor?
É que, diferentemente do que acontece no Brasil, as universidades do exterior normalmente não aceitam os estudantes para um curso pré definido e sim para uma vaga.
Na prática, isso significa que o aluno não precisa começar a faculdade já sabendo profissão que pretende seguir. O estudante só vai definir qual será o Major durante as aulas da college, por volta do final do segundo ano de graduação.
Essa metodologia, apesar de diferente da brasileira, é bastante interessante. Isso porque o estudante só vai decidir sua graduação quando já tiver “experimentado” diversas aulas, além de estar mais preparado.
Portanto, quando o estudante decide se formar em uma determinada área, está escolhendo o Major, que é a graduação ou bacharelado. Nesse caso, ele vai precisar, de forma obrigatória, cursar uma série de aulas diretamente relacionadas. Porém, um segundo interesse ou uma aula “complementar” pode ser escolhida para ser cursada como Minor.
Tipos de Minors
Agora, você sabe que os Minors são formações complementares à sua formação principal (Major). Porém, é importante saber também que existem dois tipos de Minors.
1. Minors related to a Major
Como o próprio nome diz, os Minors podem ter relação com o curso de graduação. Nesse caso, elas podem acabar servindo como uma base para aqueles estudantes que pretendem se especializar em algo após a conclusão do curso.
Por exemplo, um estudante de Jornalismo pode optar por um Minor em Estudos Literários e assim já começar a se aprofundar em um campo bem específico para a sua atuação jornalística no futuro.
2. Freestanding Minor
Além desses Minors relacionadas a área de formação principal, existem casos de Minors independentes. Esses são chamados de Freestanding Minors. As aulas não têm relação direta com o Major, mas visam atender mais aos desejos e interesses pessoais de cada estudante.
Para ficar mais claro, vamos conhecer uma possibilidade. Um aluno de Engenharia pode optar por uma Minor em Artes Cênicas. Ou seja, é uma disciplina complementar e que não está nem mesmo relacionada ao seu estudo principal. Mas isso pode ser importante para abordar nos estudos outras áreas que também fazem parte da gama de interesses do estudante.
É bom ressaltar que para que o estudante curse qualquer Minor ele precisa estar obrigatoriamente matriculado em um Major. E, após a conclusão do curso de graduação, todos os Minors realizados serão incluídos em seu currículo acadêmico. Dessa maneira, serão um diferencial no seu resume, já que, além da formação majoritária, você vai ter incluído outras áreas na sua jornada acadêmica.
Quanto tempo dura major e minor?
Normalmente, o major é o foco do estudo do curso e dura, em média, 36 horas de créditos para cada aula obrigatória, totalizando 4 anos e cerca de 120 créditos, em média. Para os minors a demanda é de, normalmente, cerca de 3 anos de estudos. Portanto, a graduação ou bacharelado como um todo tem duração entre 3 e 4 anos, dependendo do curso.
Devo cursar Minor no exterior?
Caso você tenha a oportunidade de realizar um (ou mais) minor durante a faculdade, essa é uma formação complementar muito recomendada. É que, pelo fato de ser uma disciplina secundária opcional, vai demonstrar no seu currículo que você tem interesse em ir além na sua formação. A ideia é aprender mais e desenvolver suas habilidades, portanto, pode chamar a atenção dos recrutadores dos processos seletivos.
Vale destacar que os Minors raramente são exigidos como requisito para empregos. No entanto, eles podem dar um impulso na jornada, especialmente quando a Minor está em um campo relacionado ao trabalho. Portanto, se você estuda no exterior (ou quem embarcar para essa jornada), e pode cursar sua graduação fora, é uma boa ideia investir nessa formação complementar.
Ah, mas não se esqueça: o minor só pode ser cursado se você estiver estudando um major. Então, é preciso estar matriculado na college para ter acesso às aulas extras.
Exemplos de majors e minors
Como vimos, Major é a sua graduação principal, enquanto os Minors são disciplinas “extras” que podem ser obrigatórias ou não, dependendo da universidade. Em todo caso, os Minors vêm complementar seus estudos e interesses, abrindo até mesmo uma nova gama de possibilidades.
Um estudante de engenharia, que realiza Major in Engineering, pode cursar algumas aulas bastante diferentes, como um Minor em Artes ou Direito, dependendo do seu interesse pessoal.
Essa é uma boa possibilidade de ampliar o conhecimento e até mesmo desbravar outras áreas. Por outro lado, esse mesmo estudante de graduação em engenharia, pode decidir cursar um Minor em Robótica e Mecatrônica, ou seja, que vai estar diretamente relacionada a sua formação principal.
É que o estudante pode cursar Minor dentro da sua faculdade, como na Escola de Direito para aqueles alunos que querem ser advogados, ou investir em aulas complementares na área da Psicologia.
Portanto, não existe uma regra exata para escolher seus Minors. Porém, sempre é bom checar se são obrigatórias ou não no seu curso.
Separamos algumas possibilidades bastante comuns no exterior de Major e Minor. Confira:
- Major em finanças e minor em ciência da computação;
- Major em economia e minor em estatística;
- Major em negócios e minor em psicologia;
- Major em marketing e minor em comunicação;
- Major em ciências políticas e minor em relações internacionais.
Apesar de essas serem algumas combinações possíveis, lembre-se que cada universidade pode ter uma oferta diferente de aulas e créditos que são indicados para cada formação. Portanto, uma dica é conferir no site da instituição, as aulas que ficam disponíveis dentro de cada escola.
O que é double major?
Além de cursar apenas um Major e se graduar em uma única faculdade, existe outra possibilidade no exterior. Lá fora, o estudante pode decidir pela realização de um double major. Na prática, isso significa realizar duas graduações ao mesmo tempo e, assim sendo, sair da universidade com dois diplomas!
Diferentemente de cursar um Major e alguns Minors (que vale lembrar: são aulas “extras” que podem ou não estar relacionadas ao curso principal), para ter um double major, o estudante vai escolher duas áreas de graduação e vai estudar ambas ao mesmo tempo.
Dessa forma, você não deve confundir cursar um major e outros minors de cursar um double major. Além de propostas diferentes de ensino, a dedicação necessária para cursar duas graduações de forma simultânea também poderá ser bem maior.
Essa modalidade de graduação dupla tem seus pontos positivos e negativos. Os benefícios incluem sair da faculdade com dois diplomas e aumentar sua rede de contatos.
Por outro lado, o estudante terá que se dedicar em dobro, pode ter que pagar a mais nas anuidades e até mesmo terá menos tempo para outras atividades extracurriculares, como estágio.
Para conferir todos os prós e contras de cursar um double major no exterior, você pode conferir esse artigo.
Como colocar majors e minors no currículo?
Você deve colocar majors e minors no seu currículo, no setor destinado à educação. E esse estudo “extra” com certeza vai chamar a atenção para o seu currículo e sua formação acadêmica. É que as aulas vão ser um complemento nos seus estudos, para fomentar sua área principal de dedicação ou até mesmo para indicar seus demais interesses.
Por isso, a recomendação é que você coloque qual a sua formação (major), seguida do minor. Para facilitar o entendimento, confira esses exemplos:
2018–2022
University of California, Los Angeles — Los Angeles, California
Bacharelado em Inglês, Minor em Jornalismo [Bachelor's Degree in English, Minor in Journalism]
2018–2022
University of Florida — Gainesville, Florida
Bacharelado em Educação de Crianças, Minors em Matemática e Sociologia [Bachelor's Degree in Early Childhood Education, Minors in Mathematics and Sociology]
O recomendado é sempre que você indique primeiro a sua formação principal e, na sequência, separado por uma vírgula a sua formação complementar que é o minor. Portanto, independente se são em áreas correlatas ou não, você deve indicá-las juntas. Isso porque a formação aconteceu na mesma instituição de ensino e durante o mesmo período de estudos.
Conseguiu entender a diferença básica entre Majors e Minors?
Com uma graduação no exterior, você terá acesso a um mundo de possibilidades inimagináveis aqui no Brasil. Essa pode ser uma boa chance para desenvolver mais de uma habilidade durante a graduação.
Dois pontos principais se destacam com as possibilidades de Major e Minors. O primeiro deles é que o estudante não tem aquela pressão de escolher todo seu destino acadêmico com 17 ou 18 anos, ao realizar o ENEM. Aqui no Brasil, para ingressar na universidade, você já deve ter decidido qual o seu curso.
Enquanto isso, no exterior, você garante sua vaga na universidade e pode explorar as aulas antes de decidir, de fato, qual o foco da sua graduação. Portanto, você estará mais maduro e até mais experiente quando decidir pela formação principal (major).
E temos uma outra questão muito bacana e que faz a diferença na formação. Sabe aquele medo que algumas pessoas sentem em estudar um curso considerado “sem futuro”? Sabe aquelas pessoas que acabam fazendo cursos que não se identificam apenas pela estabilidade que eles podem oferecer?
Pois é, com os Majors e Minors esse tipo de problema pode passar bem longe da vida dos estudantes. Você sempre sonhou em estudar música, mas sempre teve medo por causa da instabilidade da carreira? Que tal então estudar a área musical em um minor ao mesmo tempo em que se especializa em uma outra graduação? Essa é uma possibilidade real dentro das universidades do exterior.
São muitas as chances de estudar no exterior e muitas delas contam com bolsas bastante generosas. Algumas universidades e instituições de ensino ofertam bolsas que cobrem as anuidades e também ajudam o estudante internacional nos seus gastos de alimentação, alojamento e demais demandas do dia a dia. Portanto, estudar fora do Brasil pode estar bem mais próximo do que você imagina!
E para ficar sabendo ainda mais sobre as chances de estudos no exterior e como se preparar da maneira certa para conquistá-las, o ideal é receber o apoio de quem entende do assunto. Com a orientação certa, você pode estudar fora com bolsa ou de graça! A nossa mentoria especializada pode ajudar nessa trajetória de sucesso e que transforma vidas. Faça agora mesmo o seu teste de perfil clicando aqui!
*Texto escrito por Rafael Cerqueira (2019) e atualizado por Elaine Maciel (2022).