Não está nada fácil encontrar trabalho no Brasil. Por aqui, o desemprego está batendo recordes, com quase 4 milhões de pessoas desempregadas há mais de dois anos. Essa realidade faz com que muita gente busque oportunidades internacionais. Mas quais são os melhores países para trabalhar no exterior? É isso que vamos te responder hoje!
Quais são os melhores países para trabalhar no exterior?
No mundo inteiro existem 281 milhões de pessoas que deixaram seus países para viver em outro lugar. Os dados da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que 3,6% da população do planeta vive fora de sua terra natal.
O relatório aponta ainda que o destino favorito dos imigrantes é os Estados Unidos. Porém, um estudo feito pela InterNations, uma rede global de imigrantes, aponta que o país norte-americano não é a melhor opção para aqueles em busca de emprego no exterior.
Essa pesquisa é feita anualmente e visa identificar qual o melhor país para os imigrantes. Ela é segmentada em qualidade de vida, facilidade de inclusão, finanças pessoais e emprego. Cada um desses critérios recebe uma lista individual com critérios próprios.
Por aqui, nos interessa a lista de melhores países para trabalhar. Essa lista leva em conta três pilares: satisfação e possibilidade de ascensão na carreira; trabalho e lazer; economia e segurança da sua posição de trabalho.
Cada um desses critérios são categorizados em listas específicas. Ao fim, elas são ponderadas para a geração da lista geral dos melhores países do mundo para trabalhar no exterior. Em 2021, a lista foi baseada na opinião de 12 mil imigrantes de 174 nacionalidades que moram em 186 países. Segundo eles, os melhores lugares para trabalhar são:
1. Taiwan
Taiwan é uma pequena linha no litoral sudoeste da China com 23,5 milhões de habitantes. Apesar de ter administração independente, a ONU vê Taiwan como apenas uma província da China. Porém, isso não impede que esse território seja analisado de forma autônoma.
É isso que acontece na classificação de melhores sistemas de educação básica do mundo, onde o lugar aparece como Taipei Chinesa. Já no caso da pesquisa da InterNations, China e Taiwan são vistos como países diferentes, mas ambos estão no TOP 5.
Mas o principal destaque vai mesmo para Taiwan que está desde 2019 no primeiro lugar entre os melhores países para trabalhar. Por lá, os estrangeiros podem exercer profissões que pertencem a sete categorias:
- Artes plásticas e artes cênicas;
- Atletas e treinadores esportivos;
- Diretores e gerentes de empresas internacionais ou da China continental;
- Professor de ensino básico;
- Professor de idiomas;
- Trabalhadores especializados ou técnicos;
- Trabalhadores estrangeiros contratados por empresas estrangeiras.
Ou seja, não é possível para um estrangeiro assumir cargos de direção em empresas taiwanesas. Então, nada de ser CEO da Asus, mas ainda é possível trabalhar em várias das empresas internacionais com sede por lá, como a IBM e o Yahoo.
Outro ponto positivo é que Taiwan não é um país muito caro para se morar. O Numbeo classificou Taiwan como o 34.º país mais caro do mundo, o que é mais barato do que lugares como Estados Unidos, Japão e Hong Kong.
Para facilitar a comparação entre todos os países que vamos falar aqui, colocamos os valores em dólares americanos. Porém, é importante ressaltar que essa não é a moeda padrão em nenhum desses países.
A média de gastos em Taiwan para uma única pessoa sem aluguel é de 800 dólares. Já o salário mínimo por lá é de 857 dólares por mês. Pode parecer apertado, mas a média salarial em Taiwan é de 1.400 dólares mensais. Além disso, como os estrangeiros têm trabalhos especializados, eles ganham mais.
2. Nova Zelândia
A Nova Zelândia está entre os 10 melhores países do mundo para se morar. Não é à toa que os imigrantes que moram lá se consideram felizes e seguros. Além disso, os neozelandeses são vistos como amigáveis, então é fácil se sentir em casa no país.
Quando o assunto é conseguir um emprego no exterior, o país se torna uma das melhores opções. Um dos principais motivos para isso é o idioma, já que os neozelandeses usam o inglês como língua oficial.
Outra grande vantagem de escolher a Nova Zelândia é a quantidade de profissões favoráveis a imigrantes. Mesmo quem não tem um curso superior pode conseguir uma oportunidade por lá. Isso acontece porque o país tem vários trabalhos com “skill shortage”, ou seja, vagas abertas sem ninguém capacitado o suficiente para ocupá-las.
Embora seja possível ir para Nova Zelândia para trabalhar em serviços sem formação universitária, isso tem impacto no seu salário. Profissionais que trabalham no varejo ganham em média 32 mil dólares americanos por ano. Enquanto isso, profissionais formados ganham entre 40 e 70 mil dólares anualmente.
Esses valores devem ser o suficiente para se manter na Nova Zelândia. O Numbeo estima que os custos de vida sem aluguel ficam em cerca de 913 dólares americanos. A ferramenta também indica que os neozelandeses ganham, em média, 2.800 dólares americanos mensais (convertidos na moeda local).
3. Tchéquia ou República Tcheca
A Tchéquia, mais conhecida pelo seu antigo nome, República Tcheca, é uma das 28 nações que fazem parte da União Europeia. Um dos maiores destaques do país é a sua segurança, já que ele consta na lista do GPI como um países mais seguros do mundo.
Além de segurança, a Tchéquia oferece bons índices de qualidade de vida e é um bom lugar para quem busca estabilidade no emprego e possibilidade de ascensão na carreira. Esses foram dois critérios determinantes na posição da República Tcheca como o terceiro melhor país do mundo para imigrantes trabalharem.
Por lá o salário mínimo é de 654,25 dólares, enquanto o custo de vida estimado sem aluguel é de 624 dólares. Por outro lado, a média salarial indicada no Numbeo é mais de US$1.200, o que pode gerar uma vida confortável.
Mesmo sendo um país vantajoso, pode não ser tão fácil assim conseguir um emprego na Tchéquia. Por lá, cidadãos de fora da União Europeia tem que conseguir um visto de trabalho antes de poderem ocupar uma posição no país. Porém, esse visto só é obtido se uma empresa contratante solicitar que você ganhe um visto.
Parece relativamente simples, né? Acontece que para que a empresa possa te contratar é preciso que não exista nenhum candidato tcheco ou cidadão da UE para preencher a vaga. De toda forma, o país pode valer a pena para brasileiros que tenham dupla cidadania, com um passaporte da União Europeia.
4. China
A China é uma das maiores potências econômicas do mundo. O país é o lar de importantes empresas que atuam em todo o planeta, como a Huawei e a Xiaomi. Só por isso o país já parece ser bem atrativo para aqueles que querem arrumar um emprego no exterior.
De fato, os estrangeiros que trabalham na China costumam estar satisfeitos com seus trabalhos, terem facilidade na hora de serem promovidos e, ao mesmo tempo, estabilidade nas empresas. Essas características fazem o país ser considerado o 4.º melhor para trabalhar fora, segundo a InterNations.
Outras vantagens de escolher a China é que o custo de vida local é baixo quando comparado ao de outras nações asiáticas como o Japão e a Coreia do Sul. Por outro lado, o salário mínimo de 360 dólares não é muito alto. Ainda mais considerando as despesas médias em US$560.
Porém, a média salarial na China é maior que o mínimo, chegando à casa dos mil dólares. Além disso, como é necessário ser aceito em uma empresa chinesa antes de conquistar seu visto, seu salário provavelmente será acima do mínimo.
5. Dinamarca
A Dinamarca é famosa por sua alta qualidade de vida. Lá é um dos países em que os trabalhadores sentem que existe um equilíbrio entre as horas trabalhadas e o tempo livre. Esse foi um dos fatores chave que garantiram a Dinamarca no TOP 5 da InterNations.
É claro que outros fatores também contribuíram para esta colocação, como a estabilidade dos empregos e da economia local. Outro atrativo para os estrangeiros que querem morar por lá são os salários. O salário mínimo dinamarquês é um dos melhores da Europa, ultrapassando a marca dos 2.800 dólares.
Essa faixa salarial é bastante confortável. Não é segredo para ninguém que a Dinamarca é um país caro. Segundo o Numbeo, o país é o sétimo com maior custo de vida no mundo. Mesmo assim, a calculadora aponta um gasto médio de pouco mais de mil dólares para uma única pessoa sem contar o aluguel.
Assim como acontece com a Nova Zelândia, a Dinamarca tem uma lista de trabalhadores que estão em falta no país. Elas se dividem em duas linhas: as de serviços técnicos e a de profissões que exigem formação universitária.
Se você se inclui em uma dessas categorias, pode ser uma boa ideia concorrer a uma vaga na Dinamarca. Quem é selecionado pode aplicar para um visto de trabalho. Como acontece na Tchéquia, cidadãos europeus têm preferência para ocuparem os postos de trabalho.
6. Alemanha
Trabalhar na Alemanha é um sonho não só para os brasileiros, mas também para europeus. Existem até produções de audiovisual que retratam essa realidade, como o filme espanhol Perdendo o Norte.
Os motivos para isso são muitos. O primeiro deles é que a Alemanha é uma das principais economias europeias. Por isso, o país tem muitos empregos a oferecer. A taxa de desemprego por lá é de menos de 6%. Para se ter uma ideia, no Brasil a taxa está em 13,5%.
TESTE: Estes fatos sobre a Alemanha são verdadeiros ou falsos?
Além disso, a estabilidade econômica permite empregos estáveis e possibilidades de ascensão na carreira. O salário também é alto, chegando a quase 1.800 dólares. Enquanto isso, o custo de vida no país é, em média, de 874 dólares, sem contar o aluguel.
Tendo em vista esse cenário, não é de se estranhar que 85% dos estrangeiros que trabalham por lá estejam felizes com suas posições. Por outro lado, os alemães são um povo mais fechado e o país é um dos mais difíceis de se sentir acolhido.
Se você quer trabalhar na Alemanha, uma das dicas é completar este teste rápido para avaliar suas chances de conseguir um emprego por lá. Se você se qualifica, é hora de procurar um emprego, já que você só consegue a permissão de trabalho se tiver uma oferta concreta. Você pode buscar uma oportunidade aqui, na ferramenta do Governo Federal alemão.
7. Áustria
A Áustria também tem um excelente índice de qualidade de vida. As pessoas que decidem trabalhar no país ficam satisfeitas com elementos como transporte de qualidade, acesso à saúde e equilíbrio entre as horas trabalhadas e as horas vagas.
Outra facilidade é que a Áustria enfrenta uma grande escassez de mão de obra qualificada. É comum que as principais empresas do país façam até feiras de empregos. Algumas das áreas com mais oportunidades são:
- Arquitetura;
- Contabilidade;
- Educação;
- Enfermagem;
- Engenharia de Software.
- Desenvolvimento para Web;
- Gestão de Marketing;
- Gestão de Produtos;
- UX Design.
Os dois principais pontos negativos da Áustria é que lá não existe um salário mínimo definido, apenas acordos com os sindicatos de cada categoria. Além disso, como na Alemanha, é difícil se entrosar com a população local.
Ainda que não exista um salário mínimo padrão, o Numbeo aponta uma média salarial de 2.200 dólares mensais na Áustria. Nas profissões listadas aqui, os rendimentos variam entre 36 e 66 mil dólares anuais, ou seja, entre 3 e 5 mil dólares mensais.
Como era de se esperar, viver na Áustria é mais caro do que no Brasil. Em média, o custo de vida por lá é de 955 dólares mensais sem levar em conta o aluguel. Mesmo assim, com uma renda de 2 mil dólares é possível viver confortavelmente.
8. Irlanda
Segundo a pesquisa desenvolvida pela InterNations, a Irlanda é o melhor país no mundo no quesito satisfação e perspectiva de carreira. O país venceu até mesmo os Estados Unidos, que está em segundo lugar neste aspecto.
Outro ponto que agrada os estrangeiros são os salários. A Irlanda está entre os cinco países com os maiores salários mínimos da Europa. Por lá a renda básica de quem trabalha 40 horas semanais é de quase 1.950 dólares mensais.
Esse valor pode variar conforme suas horas de trabalho. Estudantes universitários, por exemplo, têm permissão para trabalhar no país, porém, a carga horária não pode passar de 20 horas por semana. Ou seja, no final do mês a renda será a metade da do trabalhador convencional.
Por outro lado, uma das melhores formas de conseguir um emprego por lá é fazendo um intercâmbio na graduação. Estudar na Irlanda pode abrir suas portas para as empresas locais e facilitar a sua permanência após se formar.
Porém, se você já tem uma graduação no Brasil, também é possível trabalhar na Irlanda. Para isso você vai precisar de uma permissão de trabalho. A lógica é a mesma das outras nações europeias: é preciso primeiro conseguir uma vaga para depois pedir o visto.
9. Vietnã
O Vietnã é o terceiro país asiático a ser listado entre os melhores do mundo para trabalhar. O país também aparece entre os melhores destinos para estrangeiros do InterNations. Seus pontos fortes são a facilidade de fazer amigos locais e de ascensão no emprego.
Outro ponto positivo é o custo de vida. Segundo o Numbeo, é possível viver no Vietnã com cerca de 500 dólares. Os aluguéis também são mais baixos, girando entre 200 e 300 dólares. É uma faixa confortável, considerando que o salário mínimo por lá é de mil dólares mensais.
As principais áreas abertas para estrangeiros no Vietnã estão ligadas às Relações Internacionais na área de comércio, como importações e exportações. Também existem oportunidades no setor de serviços, como em bancos e turismo.
Ainda que esteja listado como um bom país para trabalhar, talvez o Vietnã não seja a melhor opção para os brasileiros. Isso porque conseguir uma permissão de trabalho por lá não é muito fácil. Além disso, existe uma forte barreira linguística, já que muitas pessoas no país falam apenas vietnamita.
10. Austrália
A língua pode ser uma barreira para quem quer trabalhar fora do país. Em muitos lugares, como a China e alguns países da Europa, é possível se virar apenas com o inglês, mas é interessante aprender o idioma local. No caso da Austrália, a língua provavelmente não será um problema.
É verdade que o sotaque australiano é visto como mais difícil que os demais, porém você logo se acostuma. Além da facilidade do idioma, a Austrália é uma dos melhores lugares do mundo para se viver. Essa característica se reflete também no mercado de trabalho.
A Austrália ficou entre os 15 primeiros lugares em todas as categorias do InterNations para trabalhar no exterior. Entre os pesquisados, 85% estavam felizes de morar no país. Lá é fácil se enturmar e a qualidade de vida é excelente.
O único ponto negativo para a Austrália é o custo de vida. Para o Numbeo, a terra dos cangurus é a 14.ª mais cara do mundo para se viver. É preciso gastar cerca de 960 dólares americanos para pagar as suas despesas e o aluguel fica na casa dos mil dólares.
Por outro lado, o salário mínimo na Austrália também é bastante alto. São cerca de 15 dólares americanos por hora de serviço, o que totaliza pouco mais de 550 dólares semanais. No fim do mês, o salário mínimo fica em torno de 2.200 dólares, trabalhando 38 horas por semana.
Outra vantagem é que os australianos têm muitas profissões abertas para estrangeiros. Algumas das áreas mais demandadas para imigrar para a Austrália são relacionadas à Arquitetura, Enfermagem, Tecnologia da Informação, entre outras.
Como é o perfil de quem vai trabalhar fora?
Em um balanço geral, dá para perceber pela pesquisa da InterNations que a maioria das pessoas gosta de trabalhar fora. Os dados apontam que 68% estão felizes com seus empregos e 66% conseguem equilibrar trabalho e lazer.
Outra grande vantagem de trabalhar fora são os salários. Segundo a pesquisa, 53% das pessoas que trabalham no exterior ganham salários entre 25 e 100 mil dólares anuais. Se analisarmos apenas os brasileiros que trabalham fora, essa porcentagem sobe para 56%.
Mas o que é preciso para conseguir viver essa realidade? De maneira geral podemos dizer que é uma educação adequada. De acordo com a InterNations, 47% de quem trabalha fora tem ao menos um curso de mestrado. Para os brasileiros o número é de 63%.
Esses dados fazem ainda mais sentido se analisarmos os ramos que mais empregam estrangeiros. Educação sai na liderança, seguido por Tecnologia da Informação e Finanças. Para brasileiros também é comum encontrar oportunidades na Engenharia.
Que outros destinos valem a pena?
Os Estados Unidos são líderes em TI, engenharia e educação universitária. Ainda assim, eles não aparecem entre os melhores países para trabalhar no exterior. Porém, isso não quer dizer que ir para os EUA seja uma má ideia. Na verdade, essa pode ser uma excelente opção. Venha conhecer o passo a passo de como trabalhar nos Estados Unidos clicando aqui! Conheça também quais são as melhores profissões para morar no Canadá, em Portugal e no Reino Unido. Para isso é só clicar no nome de cada país!