O que não faltam são motivos para conhecer a França, né? Os mais óbvios são a comida sensacional e os pontos turísticos conhecidos no mundo todo. Mas, além de um bom destino para viagens, o país pode ser um lugar incrível para fazer sua graduação ou pós-graduação no exterior. Por isso, hoje vamos te apresentar as melhores universidades da França. Confira!
Quais são as melhores universidades da França
A França é um país conhecido por sua importância tanto na História quanto na Ciência. É de lá que veio o Movimento Iluminista, que baseou grande parte do pensamento moderno. Aliás, algumas das faculdades que vamos falar aqui já existiam na época desses acontecimentos marcantes!
Porém, as universidades daquela época já não são mais exatamente as de hoje. As instituições de ensino superior francesas passaram por reformulações e por reagrupamentos. Com isso, algumas das melhores universidades locais têm menos de uma década de existência.
Parece confuso, né? E é um pouco difícil de entender mesmo. É que, na França, mais de 80% das universidades são públicas e alguns governos fizeram grandes transformações nas instituições, fundindo algumas e desmembrando outras. O objetivo disso tudo, claro, é atingir a excelência.
Se o propósito era ter universidades com maior reconhecimento internacional, os franceses conseguiram. Desde a última reforma, em 2019, o país passou a ter quatro universidades entre as 100 melhores do mundo. Mas quem ficou no topo do QS World University Rankings 2023? É isso que você descobre agora!
1. Université PSL
Posição no ranking da QS: 26.ª
Fundada muito recentemente, em 2010, a Université PSL (Paris Sciences & Lettres) ocupa a primeira posição entre as melhores universidades da França. A PSL é o resultado de uma união de onze faculdades e escolas francesas que já existiam. Algumas dessas instituições, como o Collège de France (fundado em 1530), existem há mais de um século.
O principal foco da Université PSL é ramo de pesquisas. O próprio Collège de France é uma referência nacional no assunto, com ganhadores do Prêmio Nobel e da Medalha Fields entre seus afiliados. O curso de Matemática é o melhor da instituição e o 12.º melhor do mundo.
Apesar do destaque no campo de STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), a instituição cobre todas as áreas do conhecimento. Por lá, os cursos vão desde Ciência e Engenharia, até Artes, Humanidades e Ciências Sociais. O curso de Filosofia, por exemplo, é o 29.º melhor do planeta de acordo com o QS by Subject.
A PSL tem mais de um campus, porém, o principal deles fica no Quarter Latin, em Paris. Atualmente a universidade conta com mais de 17 mil estudantes e 2.900 pesquisadores. Os alunos e professores da instituição têm acesso a mais de 70 bibliotecas especializadas e gerais, bem como arquivos, bancos de dados, revistas online e museus.
2. Instituto Politécnico de Paris
Posição no ranking da QS: 48.ª
Uma das escolas mais recentes desta lista é o Instituto Politécnico de Paris. Ele foi criado em maio de 2019 a partir da fusão de cinco das mais prestigiosas escolas de engenharia da França. Seus membros fundadores são: a Escola Politécnica, a ENSTA Paris, a ENSAE Paris, a Télécom Paris e a Télécom SudParis.
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Dessas, a mais importante é a École Polytechnique, ou Escola Politécnica, em portugês. Fundada em 1794, ela também é chamada de “L’X”. A escola combina pesquisa, ensino e inovação de alto nível, sempre na vanguarda da Ciência e da Tecnologia. Em anos anteriores ela ocupava a segunda posição francesa no ranking QS.
Todas as escolas ligadas ao Instituto Politécnico ficam em Paris. No total, elas atendem cerca de 8 mil estudantes, sendo 35% deles vindos de outros países. As especialidades do instituto são nas áreas de:
- Bioengenharia;
- Cibersegurança;
- Clima e Meio Ambiente;
- Defesa;
- Estratégia e Geopolítica;
- Inteligência Artificial e Ciência de Dados;
- Lasers e Ciência de Plasma;
- Materiais Inovadores e Tecnologia Quântica;
- Redes e Internet das coisas;
- Robótica;
- Transição Energética.
3. Universidade Sorbonne
Posição no ranking da QS: 60.ª
A Sorbonne Université também é uma universidade fundada muito recentemente, em 2018. Ela nasceu da junção de duas outras instituições: a Universidade Paris-Sorbonne (Paris IV) e a Universidade Pierre & Marie Curie (Paris VI).
Mesmo sendo tão recente, você provavelmente já ouviu o nome Sorbonne antes desta data. É que este é o nome de um prédio localizado no Quartier Latin, na capital francesa. Neste prédio foi fundada a Université la Sorbonne ainda no século XII.
No século seguinte, a universidade passou a integrar a Universidade de Paris. Porém, entre o fim dos anos 1960 e início dos anos 1970 a universidade foi desmembrada em 13 instituições. Foi então que Sorbonne original, especializada em Ciências Humanas, passou a se chamar Paris VI, ou Universidade Paris-Sorbonne.
Desde 2018 a Universidade Sorbonne atual conta com três faculdades: a de Letras, a de Ciência e Engenharia e a de Medicina. Com essa junção, hoje a instituição conta com cerca de 10 mil funcionários (entre professores e técnicos administrativos) e aproximadamente 55 mil estudantes. Desses alunos, mais de 10 mil são intercambistas.
Além dos cursos tradicionais, a universidade oferece também opções de ensino bi-disciplinares e interdisciplinares. Além disso, também possui institutos transdisciplinares excepcionais e também é a sede do Centro Europeu de Pesquisa Biológica Marinha.
Mesmo se destacando em diversas áreas do conhecimento, os cursos de Ciências Humanas ainda são os mais prestigiosos. A Universidade Sorbonne tem o 7.º melhor curso de História Antiga e Línguas Clássicas do planeta. Completando o pódio dos melhores cursos da universidade estão os de Línguas Modernas e Arqueologia.
4. Universidade Paris-Saclay
Posição no ranking da QS: 69.ª
Outra universidade francesa que tem sua origem na fusão de outras instituições é a Universidade Paris-Saclay. Ela surgiu de um projeto desenvolvido em 2014 para formar um grande centro tecnológico, similar ao que vemos no Vale do Silício ou na cidade de Cambridge, nos Estados Unidos.
Inicialmente, o projeto planejava unir 19 universidades em um grande centro próximo à Paris, com o nome Paris-Saclay. Porém, o projeto passou por reformulações. Em 2019, a Université Paris-Sud ganhou o nome de Universidade Paris-Saclay e se uniu ao Paris AgroTech, à Escola de Pós-Graduação Instituto de Óptica, à Escola Normal Superior Paris-Saclay e à CentraleSupélec.
De todas essas, a mais conceituada era a CentraleSupélec (CS), que ocupou o posto de quarta melhor da França até 2019. A CS é uma instituição francesa de pesquisa e ensino superior em Engenharia e Ciência. Também foi criada recentemente, em janeiro de 2015, como resultado de uma fusão entre duas grandes faculdades, a École Centrale Paris e a Supélec.
Após a fusão entre as universidades, o desempenho de todas elas cresceu consideravelmente. A CS ocupava a 138.ª posição mundial no QS 2021 (feito em 2020), o último ano que foi avaliada individualmente. Levando em conta que a Universidade Paris Saclay ocupa o 86.º lugar, a instituição subiu 52 posições.
Além da elevação nos rankings internacionais, a fusão também gerou mais oportunidades para os alunos. Atualmente a universidade representa 13% do potencial de pesquisa da França. Para isso, a Paris-Saclay tem 275 laboratórios, 9 mil professores, 11 mil técnicos e 65 mil estudantes.
5. Escola Normal Superior de Lyon
Posição no ranking da QS: 111.ª
O sistema educacional francês é bastante diferente do que vemos aqui no Brasil. Por lá, existem escolas especializadas apenas em um tipo de formação. É o caso das Escolas Normais Superiores, que foram criadas em 1794.
A Escola Normal Superior de Lyon (ENSL) é uma das herdeiras desta tradição francesa. Ela foi fundada da maneira como é hoje em 2010, a partir de outras duas escolas normais, a Fontenay-aux-Roses (exclusiva para garotas) e a Saint-Claud (apenas para garotos).
O objetivo dessas escolas na década de 1880, quando foram criadas, era treinar professores do ensino básico. Com o passar dos anos, as Escolas Normais passaram a formar também professores de ensino superior, pesquisadores e servidores públicos.
(foto: Wikimedia Commons)
Um século depois de sua formação, as duas escolas passaram a aceitar alunos de ambos os sexos com um vestibular único. Assim surgiu a Escola Normal Superior Fontenay Saint-Claud em 1981. Nos anos seguintes a escola voltou a passar por transformações, quando o governo viu necessidade de criar escolas normais (ENS) em outras cidades da França.
Em 1987, foi criada a primeira Escola Normal Superior fora de Paris. O local escolhido foi um distrito da cidade de Lyon. Muitos professores de Saint-Claud se mudaram para a nova escola. Assim, a ENS Lyon passou a se dedicar às Ciências Naturais, enquanto a ENS Fontenay Saint-Claud estudava Humanidades.
Foi só em 2010 que as duas escolas se tornaram uma só, com o nome de Escola Normal Superior de Lyon. Ela reúne 800 professores e pesquisadores, além de 2.300 alunos que vieram de 74 países além da França. A especialidade da instituição seguem sendo as Ciências Naturais.
6. École de Ponts ParisTech
Posição no ranking da QS: 174.ª
A École de Ponts ParisTech é uma das mais antigas instituições desta lista. Diferente das demais, que passaram por grandes reformulações ao longo dos séculos, a ParisTech não foi nem desmembrada nem fundida a outra universidade.
Desde sua fundação, em 1747, até hoje, a instituição apenas mudou de nome. Inicialmente a escola se chamava École Royale des Ponts et Chaussées, mas em 1775 ela ganhou o nome que tem até hoje.
A escola sempre foi focada nas áreas de STEM. Essa ênfase tem muita relação com seu fundador, Daniel-Charles Trudaine, que foi um importante engenheiro civil, responsável pelo sistema rodoviário atual francês. Até hoje a escola é uma das mais respeitadas do país.
(foto: "Magnus the Great"/WikimediaCommons)
Quem quer estudar na ParisTech pode escolher entre uma graduação em algumas áreas da engenharia, economia, ciência da computação e urbanismo ou cursos de pós-graduação. A escola tem tanto programas de mestrado quanto de doutorado.
Ao todo, a ParisTech tem 1900 alunos. Cerca de metade deles são estudantes de cursos de pós-graduação. Já o corpo docente é composto por cerca de 500 professores, que estão envolvidos tanto em atividades de ensino quanto de pesquisa.
7. Université Paris Cité
Posição no ranking da QS: 248.ª
A Université Paris Cité está entre as universidades francesas que passaram por muitas reformulações em 2019. Mesmo assim, a U Paris, como também é conhecida, segue sendo uma das mais tradicionais da França. Sua história está muito ligada à da Universidade Sorbonne.
Assim como a Sorbonne, a atual Université Paris Cité foi criada a partir de faculdades que até 1970 formavam a Universidade de Paris original. Essa nova versão da universidade é uma união da Universidade Paris Diderot (Paris VII), da Universidade Paris Descartes (Paris V) e do Instituto Global de Física de Paris, que não era ligado à universidade original.
(foto:Mbzt/Wikimedia Commons)
Após a junção das instituições, a Université Paris Cité passou a ter 63 mil alunos e 4.500 professores e pesquisadores. Eles se dividem entre os cursos de graduação, mestrado e doutorado que abarcam desde áreas como Ciências da Vida até Humanidades e Informática.
O melhor curso oferecido pela instituição é o de Matemática, que ficou no 53.º lugar mundial. Mas a universidade também se destaca na grande área de Medicina e Ciências da Vida, em que conquistou a 81.ª posição mundial.
8. Sciences Po
Posição no ranking da QS: 259.ª
A Sciences Po pode não estar entre as 100 melhores instituições do mundo, mas ela é uma das mais prestigiosas universidades da França. A instituição foi fundada há aproximadamente 150 anos, em 1872. O objetivo era ajudar a formar uma “nova França”, com pensamentos mais modernos após a Guerra Franco-Prussiana.
Ao contrário da maioria das universidades da França, a Sciences Po surgiu como uma instituição privada. A estatização só ocorreu em 1945, mas a universidade se orgulha de ter mantido sempre sua independência científica e busca por inovação.
Outra diferença entre a Sciences Po e a maioria das universidades francesas bem posicionadas no QS World University Ranking é a sua especialidade. A Science Po tem um grande foco na área de Ciências Humanas e Sociais, em especial em campos ligados à Política.
(foto: Antony-22/Wikimedia Commons)
De acordo com o QS World University Ranking by Subject, a Sciences Po é a terceira melhor universidade para se estudar Política em todo o planeta, ficando atrás apenas de Harvard e Oxford. A escola é ainda melhor se você quer fazer Relações Internacionais, já que ela tem parcerias com 478 instituições no mundo todo e permite que você faça parte da sua graduação fora.
Por outro lado, estudar na Sciences Po é bastante concorrido. Todos os anos cerca de 20 mil candidatos tentam conquistar uma vaga por lá, mas apenas em torno de 4 mil conseguem integrar o grupo de 14 mil estudantes da instituição.
9. Universidade Paris 1 Panthéon-Sorbonne
Posição no ranking da QS: 300.ª
Como indicado no próprio nome, a Universidade Paris 1 Panthéon-Sorbonne é mais uma das herdeiras da antiga Universidade de Paris, dividida na década de 1970. A partir, a faculdade que se dedicava ao estudo da Economia passou a se chamar Universidade Paris 1, ou Paris I.
Assim como a Sorbonne original, a Panthéon-Sorbonne fica no Quartier Latin, um dos endereços mais famosos de Paris. A diferença é que a Paris I fica no prédio Panthéon, que lhe dá nome.
Mas esta não é a única semelhança entre a Paris 1 e a Sorbonne original. A Panthéon-Sorbonne também tem uma ótima performance nos cursos de Ciências Humanas. Atualmente ela é a 10.ª melhor do mundo na área de História Antiga e Línguas Clássicas e a 18.ª no curso de Direito.
(foto:Peter Haas/Wikimedia Commons)
Além desses campos, a instituição tem outras especialidades. Até hoje, como em sua fundação, a universidade é muito reconhecida no campo da Economia. A Paris 1 também se tornou referência nacional em Direito, Ciências Sociais e Gestão.
Mesmo não carregando o nome da antiga Universidade Sorbonne, a Paris 1 se considera uma de suas principais herdeiras. Hoje a Panthéon-Sorbonne é a maior instituição de ensino superior do país no campo das Humanidades e Ciências Sociais. São quase 44 mil alunos que buscam a escola para cursos nesta área, tanto na graduação quanto na pós.
10. Universidade Grenoble Alpes
Posição no ranking da QS: 317.ª
Fechando a lista das melhores universidades francesas está a Universidade Grenoble Alpes (UGA). Esta é uma das únicas instituições da lista que não está localizada em Paris ou em seus arredores, assim como a Universidade de Lyon.
Como o próprio nome indica, a Grenoble Alpes fica nos Alpes Franceses, no sudeste do país. A cidade de Grenoble é conhecida por ser uma região histórica e a universidade é parte importante dessa trajetória.
A UGA foi fundada, inicialmente, em 1339, mas a universidade foi fechada e reaberta outras duas vezes. Naquela época, a existência da universidade dependia do interesse da realeza. Quase um século depois do delfim (príncipe herdeiro) Humberto II ter criado a UGA, outro delfim, o Luís II, mandou fechar a universidade.
O fim do regime monárquico fechou novamente a instituição que havia voltado à vida no século XVI. Em 1896 a UGA foi inaugurada pela terceira vez. Mas isso não quer dizer que ela não tenha passado por transformações. Na verdade, a universidade foi desmembrada em 1968 dos séculos e só voltou à sua forma completa em 2020.
Hoje, uma das principais características da instituição é a diversidade. No total, a UGA acolhe 59 mil alunos, sendo que 10 mil deles são internacionais. Essa proporção é ainda maior na pós-graduação. Nos doutorados, 47% dos estudantes são estrangeiros. Além disso, 30% dos cursos de mestrado são lecionados em inglês.
Como estudar nas melhores universidades da França?
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Este texto foi escrito por Lucas Almeida (2019) e Ana Resende Quadros (2021 e 2022).