Uma dúvida muito comum entre quem tem vontade de fazer um intercâmbio é qual é o momento ideal para estudar fora. A resposta para essa pergunta não é tão simples. Contudo, a principal coisa a se fazer quando essa dúvida surgir é uma análise do momento em que você se encontra e em qual nível de preparação você está. Precisa de mais ajuda para decidir? Então confira algumas dicas para escolher qual é a melhor idade para fazer intercâmbio!
Existe uma idade para fazer intercâmbio?
Intercâmbios são muito associados a jovens que passam um período estudando um idioma ou fazendo faculdade fora do país. Pouca gente sabe que, na verdade, não existe uma idade certa para fazer intercâmbio. Qualquer um, a partir dos 12 anos, pode encontrar uma oportunidade no exterior.
O momento ideal para estudar fora varia de acordo com as expectativas e a preparação de cada um para ter uma experiência internacional. Porém, existem mais de 60 oportunidades de intercâmbio e nem todas elas estão disponíveis para todas as idades.
A principal divisão é nas modalidades para menores e maiores de 18 anos. Porém, existem algumas opções que exigem critérios específicos, como já ter concluído a faculdade. Aqui, vamos listar as melhores oportunidades e a idade ideal para cada uma delas.
Intercâmbios para qualquer idade
Alguns tipos de intercâmbio são coringas e podem ser feitos a partir dos 12 anos de idade. Eles costumam ter uma duração menor, partindo de algumas semanas e se estendendo por, no máximo, alguns meses. São eles:
Cursos de idiomas
Essa é a opção de intercâmbio mais popular, principalmente para quem tem menos de 18 anos. A língua mais buscada é o inglês, claro, que também é a língua mais falada do mundo. Porém, é possível fazer intercâmbio de idiomas em quase todos os países.
Algumas nações estão acostumadas a receber intercambistas de idiomas. É o caso da Austrália e da Argentina, por exemplo. Em lugares assim é muito fácil encontrar opções de escolas particulares com diversos planos. Existem até escolas que providenciam acomodação ou permitem que uma família estude em conjunto.
Porém, existe uma grande desvantagem de escolher escolas especializadas: elas são muito mais caras. Uma boa sugestão nesses casos é procurar as melhores universidades do destino escolhido. Geralmente essas instituições oferecem cursos do idioma local para estrangeiros e os preços são bem mais acessíveis.
Outra vantagem de escolher essa modalidade é a possibilidade de conseguir bolsas. O programa de bolsas do Santander, por exemplo, tem parcerias com universidades renomadas para oferecer cursos de idiomas para estudantes.
Há ainda organizações que oferecem cursos de línguas gratuitos. Um caso notável é a biblioteca pública de Nova York. Mas é importante destacar que essas oportunidades gratuitas ou de bolsas são mais comuns para quem tem mais de 18 anos.
Cursos de verão e cursos curtos
Um curso de verão te permite ter uma experiência internacional fora do período de aulas, durante as férias de verão no Hemisfério Norte. Por isso, eles são ideais para quem ainda está estudando no Brasil, seja maior ou menor de idade.
Mesmo que os cursos de verão estejam disponíveis para todas as faixas etárias, o tipo de curso pode mudar conforme a sua fase na vida. Existem programas voltados apenas para adolescentes, outros que atendem apenas estudantes de graduação ou pós-graduação.
O que muda nesses casos, além da idade, claro, é o que você vai estudar durante aquele período. Programas para adolescentes costumam ter o objetivo de ajudar os estudantes a descobrirem o que querem fazer na faculdade.
Por outro lado, programas voltados para alunos de pós-graduação são dedicados às pesquisas. Os que atendem pessoas que ainda não se formaram na faculdade podem oferecer especializações em uma área profissional específica e assim por diante. As opções são muitas.
Summer Camp: as melhores oportunidades nos Estados Unidos
As variedades temáticas são ainda maiores nos cursos curtos. Nesse caso, eles podem ser oferecidos várias vezes ao ano. Essa pode ser uma boa opção para quem já trabalha e não tem férias no meio do ano. De toda forma, tanto os cursos curtos quanto os de verão oferecem muitas vantagens, como:
- As admissões para esses cursos são, em geral, mais simples do que para uma graduação completa no exterior;
- É possível tanto se aprofundar em algum conhecimento que você já domina ou se dedicar a alguma coisa totalmente nova sem empregar muito tempo ou dinheiro;
- Você pode ter sua experiência internacional sem precisar se comprometer com um curso de longa duração;
- Um curso desses no currículo abre suas portas para novas oportunidades no exterior;
- Caso você encontre uma outra experiência no futuro, já vai estar preparado(a) para a vida longe do Brasil.
Outra característica interessante dos cursos de verão ou dos cursos curtos é que eles estão disponíveis em qualquer lugar do mundo. É fácil encontrar esses programas em universidades dos Estados Unidos, mas também é possível fazer cursos assim em Portugal, por exemplo.
Intercâmbios para quem tem menos de 18 anos
Pessoas com menos de 18 anos têm menos opções de intercâmbio do que os maiores de idade. Porém, isso não quer dizer que não existam oportunidades interessantes e até com bolsa. Nós já falamos dos cursos curtos e de verão e dos intercâmbios de idiomas, mas também são possíveis:
Boarding Schools
As Boarding Schools não são tão conhecidas no Brasil, mas estão entre as melhores opções de intercâmbio para quem tem a partir de 12 anos. Essas escolas são colégios internos que oferecem moradia e educação de qualidade para os estudantes.
Geralmente, as pessoas da alta sociedade são o público principal das boarding schools. A maioria dos membros da família real britânica frequentou esse tipo de escola, por exemplo. Isso significa que os preços cobrados pelas boarding schools costumam ser elevados. Porém, existem bolsas de estudo para estudantes com bom desempenho ou necessidade.
O modelo de boarding schools está presente no mundo todo e essas escolas estão acostumadas a receber alunos internacionais. A principal vantagem é que as crianças ficam sob responsabilidade da escola por todo ano letivo.
As boarding schools também costumam ter uma qualidade superior às das escolas convencionais. No Reino Unido, por exemplo, os alunos desse tipo de escola têm um bom desempenho nos A-levels, o Enem britânico.
Intercâmbio no Ensino Médio
Outra opção para os menores de idade que querem estudar fora do Brasil é fazer o ensino médio, ou parte dele, no exterior. Essa opção pode ser muito vantajosa tanto pela qualidade do ensino quanto pela facilidade de acesso a universidades internacionais.
A qualidade com certeza é o fator que mais conta. Segundo dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), o Brasil não tem uma boa educação básica. Enquanto isso, lugares como a China, a Coreia do Sul, o Reino Unido e o Canadá estão entre os melhores países do mundo para estudar.
Assim como acontece no Brasil, várias nações oferecem ensino público e gratuito disponíveis para todos. Ou seja, a única preocupação que os alunos têm é com acomodação e alimentação.
Mesmo com o curso gratuito e de qualidade, os custos de vida em outros países costumam ser mais elevado que no Brasil. Por isso, pode ser uma boa ideia aplicar para uma bolsa para cursar o Ensino Médio, como a do programa United World Colleges (UWC).
Nesse programa, os alunos são selecionados por provas para ingressar e morar em uma das 18 escolas participantes. Estas instituições estão espalhadas por todo o mundo e seguem o modelo de currículo do International Baccalaureate, reconhecido internacionalmente.
Programas para jovens
Outra opção interessante para quem ainda não completou 18 anos é ir em busca de programas de incentivo para jovens. Eles são oferecidos por governos, universidades e empresas de todo o mundo. A intenção é descobrir e incentivar novos talentos.
A Universidade de Cambridge, por exemplo, oferece concursos de redação anualmente. O prêmio da Reach Cambridge e da Immerse Essay Competition é uma viagem para a universidade para participar de um curso. A bolsa inclui também acomodação e alimentação.
O governo dos Estados Unidos também tem um programa parecido, o Jovens Embaixadores. Quem consegue essa bolsa oferecida pela embaixada dos EUA no Brasil ganha uma viagem para Washington e participa de vários minicursos na capital estadunidense.
Intercâmbios para quem tem mais de 18 anos
Não dá para negar que a maioria das oportunidades internacionais são voltadas para quem tem mais de 18 anos. Neste caso, o mais comum é fazer uma graduação ou pós-graduação no exterior. Mas as opções não param por aí.
Graduação
Fazer graduação no exterior é uma das modalidades de intercâmbio mais tradicionais no Brasil. Desde os tempos em que éramos uma colônia de Portugal nossos jovens vão fazer faculdade no exterior.
É claro que, de lá para cá muita coisa mudou. Uma das principais transformações é que hoje não é preciso ter muito dinheiro para ir estudar fora. As melhores universidades do mundo oferecem bolsas de estudos que podem cobrir todos os seus custos para estudar fora.
Outra mudança importante é que hoje é muito mais fácil se inscrever nessas universidades. Essa facilidade é graças a plataformas únicas de aplicação como a Common Application. Com apenas uma inscrição você pode concorrer a uma vaga em várias universidades do mundo. Isso vale tanto para quem está saindo da escola agora quanto para quem quer pedir transferência.
Quanto custa fazer faculdade no exterior?
Outra boa ideia é optar por uma graduação sanduíche. Essa é a melhor opção para quem já fez grande parte da faculdade aqui no Brasil e só quer passar um período no exterior. Mas, neste caso, é importante prestar atenção às regras das duas instituições e ter certeza de que você vai poder aproveitar as disciplinas que fez lá fora.
A principal vantagem de escolher fazer uma graduação no exterior é que não existe uma limitação de idade. Em alguns países, como a Espanha, as formas de ingresso nos cursos podem variar de acordo com a sua faixa etária, mas, geralmente, basta ter 18 anos e cumprir os requisitos de ingresso para estudar.
Pós-graduação
Se você acredita que uma pós-graduação é a melhor opção para estudar fora, então pode começar a se preparar já durante a graduação para conquistar a sua oportunidade. Pesquise sobre os países, as universidades, as bolsas e os cursos e esteja pronto(a) para fazer a aplicação no período correto.
As opções de pós são várias. Fazer um MBA no exterior pode ser uma ótima oportunidade. Mestrados acadêmicos e PhD também são escolhas comuns entre quem quer estudar no exterior. Uma das principais vantagens dessas modalidades é a facilidade em encontrar bolsas que cobrem todos os gastos, como taxas da universidade, acomodação e até a viagem, em alguns casos.
25 melhores bolsas de estudos no exterior
Assim como acontece nas graduações, há a possibilidade de fazer uma pós-graduação sanduíche. Essa modalidade é mais comum durante o doutorado, que é um curso maior, com duração de 4 anos. As opções incluem tanto bolsas do governo brasileiro quanto de governos de outros países e instituições privadas.
Os pós-doutorados também são uma opção comum entre os que querem fazer intercâmbio. Nesse caso, o pesquisador vai para outra universidade trabalhar com um grupo de pesquisa. O pós-doc não é uma pós-graduação de fato, ele funciona mais como um estágio.
Estágios e trabalho
Além dos estágios de pesquisa, como o pós-doutorado, também é possível fazer estágios convencionais no exterior. Para isso basta participar de um processo seletivo em uma organização com vagas abertas para estrangeiros.
O melhor caminho para encontrar esse tipo de vaga é procurando no site das organizações e das universidades. Neles é importante observar quais são as vantagens da vaga. Em alguns casos, você pode até receber bolsas para estagiar fora. Já instituições como a ONU tem estágios sem remuneração, mas abrem vagas no mundo todo.
Quem começa no exterior como estagiário também tem boas chances de se consolidar em uma vaga fixa de trabalho. Porém, arrumar um emprego nos melhores países do mundo para trabalhar pode ser até mais fácil do que no atual contexto brasileiro.
Isso acontece porque no exterior existe um fenômeno chamado “skill shortage”. Ou seja, faltam profissionais qualificados para ocuparem as vagas. Assim, brasileiros com alto nível de formação podem conseguir boas vagas fora do país com remunerações de 25 a 100 mil dólares anuais.
Intercâmbio voluntário e Work and Travel
Graduações, pós-graduações e empregos são os intercâmbios ideais para quem quer passar um longo período no exterior. Mas se o seu interesse é viajar por apenas algumas semanas e sem gastar muito, as melhores opções são os intercâmbios voluntários e os work and travel.
Essas duas modalidades são bem próximas e envolvem trocar o seu trabalho por acomodação e, em alguns casos, alimentação. A grande diferença é que no intercâmbio voluntário você fará um serviço com impacto social. Já no work and travel você pode trabalhar em empresas convencionais, como hostels.
Um dos programas mais famosos do mundo de work and travel é o Disney Cultural Exchange Program. Nele, estudantes universitários podem trabalhar nos parques de diversão da empresa a troco de acomodação e um pequeno salário.
O programa da Disney exige que os candidatos estejam cursando a faculdade, mas essa regra não vale para todas as oportunidades. No WorldPackers, por exemplo, o único critério costuma ser a idade mínima de 18 anos. Mas é importante prestar atenção às exigências de cada vaga.
Como escolher a melhor opção de intercâmbio para você?
Se você estava em dúvida de qual era a melhor idade para fazer um intercâmbio agora já tem a resposta: tem opções para todas as idades. Mas sobra uma questão: como saber qual é a oportunidade ideal para você?
Existem dois caminhos para descobrir. O primeiro é clicar aqui e baixar o nosso Guia Definitivo do Intercâmbio. Mas o caminho mais seguro é entrar para a maior escola de intercâmbios do mundo: a Intercâmbio Academy. Lá você aprende como conquistar as melhores oportunidades com 40 especialistas que já viveram esta experiência. Acesse aqui!
Este texto foi escrito por Lucas Almeida (2020) e Ana Resende Quadros (2021)