Não fui bem no Enem, ainda dá para fazer intercâmbio?

Tempo de leitura: 7 minutos

Chega o domingo de prova, você dá o melhor de si e… a sensação final não é das melhores. As questões não foram como esperado, o tempo apertou, e aquela ansiedade pós-Enem bate forte.

Mas aqui vai a verdade que quase ninguém te conta: uma nota baixa no Enem não determina seu futuro – muito menos seu caminho no exterior.

A maioria das oportunidades internacionais não depende da nota do Enem, e mesmo aquelas que aceitam o exame geralmente não exigem um desempenho perfeito.

Se o seu sonho é estudar fora, você ainda tem MUITAS portas abertas — e grande parte delas pode ser acessada independentemente da sua performance no exame brasileiro.

Neste guia, nós te mostramos como continuar no caminho do intercâmbio mesmo sem ter ido tão bem no Enem.

O que você vai aprender:

• Por que o Enem não define suas chances de estudar fora
• Programas de intercâmbio que não exigem nota do Enem
• Opções acadêmicas para quem quer graduação, short courses ou cursos de idioma
• Estratégias para começar sua preparação internacional ainda este ano
• Como transformar sua trajetória num application forte, mesmo sem nota alta

O Enem não é obrigatório fora do Brasil — e isso já muda tudo

A maior diferença entre estudar dentro e fora do país é simples:
universidades internacionais não usam o Enem como principal critério de seleção.

Isso significa que:

• Você não precisa de uma nota alta.

• Pode se candidatar mesmo que não tenha feito a prova.

• Seus resultados escolares, competências, interesses e motivação importam muito mais.

Na maioria dos processos, o que pesa de verdade é:

• seu histórico escolar do ensino médio;

• sua carta de motivação;

• suas experiências pessoais ou extracurriculares;

• sua proficiência em inglês (quando exigida);

• provas internacionais específicas, dependendo do país.

Ou seja: ainda dá para seguir em direção ao seu intercâmbio sem nenhum obstáculo por causa do Enem.

Intercâmbios que NÃO usam a nota do Enem

Aqui estão opções totalmente independentes da prova:

1. Cursos de idioma no exterior

Programas de inglês, espanhol, italiano e outros idiomas não avaliam desempenho acadêmico.

O requisito principal geralmente é:

• ter mais de 16 ou 18 anos;

• pagar o curso ou conquistar uma bolsa parcial.

Alguns países oferecem cursos gratuitos ou com bolsas específicas — principalmente na Europa.

2. Summer Schools e cursos de curta duração

Cada vez mais universidades europeias oferecem cursos de verão acessíveis a jovens brasileiros sem nenhum vínculo com o Enem.

Neles, você aprende conteúdos acadêmicos, faz networking internacional e experimenta a rotina universitária de outro país.

3. Work & Travel e Work on Campus

Programas de trabalho temporário para estudantes também não exigem o Enem.

Nos EUA, por exemplo, o foco é ser estudante universitário no Brasil — não a nota que você tirou no vestibular.

4. Graduação internacional sem Enem

Vários países aceitam brasileiros por meio do histórico escolar ou de provas internacionais, como:

• SAT (EUA);

• ACT (EUA);

• A-level Foundation (Reino Unido);

• Baccalaureate Access Programs (diversos países europeus).

Portugal é uma exceção porque muitas universidades aceitam a nota do Enem — mas isso não te impede de aplicar por outras vias, caso você queira.

E na Europa? Ainda dá!

Se o seu plano é estudar na Europa, aqui vai o mais importante:
a maior parte dos países europeus não depende do Enem para nada.

Alguns exemplos:

• Alemanha: usa histórico escolar (Abitur comparável).

• Irlanda: exige proficiência e histórico.

• Países Baixos: avaliam disciplinas cursadas no ensino médio e motivação.

• Itália e França: pedem proficiência e, às vezes, provas internas.

Nada disso passa pelo Enem.

Como se preparar para estudar fora sem depender do Enem

Aqui está um plano prático para continuar sua jornada internacional:

1. Analise para qual tipo de oportunidade você quer aplicar

Graduação? Curso de idioma? Trabalho temporário? Summer school?
Cada caminho tem requisitos diferentes.

2. Comece a melhorar seu inglês agora

Ele é praticamente universal nos applications, especialmente na Europa e nos EUA.

O tempo que você dedicaria à revisão pós-Enem pode ser realocado para:

• treinar conversação;

• estudar gramática;

• consumir conteúdos nativos.

3. Organize seus documentos acadêmicos

Quase todas as oportunidades pedem:

• histórico escolar do ensino médio;

• documento de identidade ou passaporte;

• currículo acadêmico;

• carta de motivação.

Quanto mais cedo você organizar isso, mais simples fica seguir adiante.

4. Pense em experiências extracurriculares

Muita gente acredita que extracurricular significa algo gigantesco, mas pode incluir:

• voluntariado;

• iniciação científica;

• clube de estudos;

• projetos pessoais;

• participação em eventos.

Tudo isso deixa seu application mais forte do que qualquer nota de prova.

5. Selecione bolsas e programas que combinam com o seu perfil

Existem bolsas para cursos de verão, mobilidade, mestrado, pesquisa e até graduação — e muitas delas não têm relação com o Enem.

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Foto de capa por Chris Hardy na Unsplash