Funcionários da Universidade Columbia informaram que a instituição não vai participar do ranking feito pelo US News & World Report este ano. O anúncio da ausência vem após um professor questionar os dados que seriam submetidos à pesquisa, o que fez com que a reitoria decidisse revisar as informações.
“Os líderes da Columbia levam essas questões a sério e imediatamente embarcamos em uma revisão de nosso processo de coleta e envio de dados”, escreveu a reitora da universidade, Mary Boyce, na última quinta-feira (30).
À luz desse trabalho em andamento, a universidade não enviará seus dados para a participação no ranking, que é um dos mais importantes do mundo, ao lado de outras listas, como a da QS World University Rankings e da THE World University Rankings. O limite para submissão era até a sexta-feira (1.º) e, dada a análise necessária para revisar as informações, eles não puderam concluir o trabalho necessário até o prazo.
Biblioteca Butler, da Universidade Columbia (ajay_suresh/Flickr)
O problema nos dados da Columbia
Em fevereiro deste ano, um professor de matemática da Columbia, Michael Thaddeus, levantou questões sobre os dados que a universidade da Ivy League apresentou para o ranking das faculdades norte-americanas. A instituição havia subido para a segunda posição nos Estados Unidos, empatando com a Universidade Harvard e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
Thaddeus escreveu que a ascensão da instituição de Nova York ao longo dos anos foi gratificante, mas também o deixou curioso. “Eu só me perguntava: como é que estamos tendo um desempenho tão bom neste ranking contra universidades que objetivamente têm certas vantagens sobre nós?”, questionou o professor em entrevista ao jornal Washington Post. “Eles têm orçamentos muito maiores. Eles têm muito mais espaço físico”, acrescentou.
Quando analisou mais a fundo, ele concluiu que “várias das peças-chave que apoiam a alta classificação da Columbia são imprecisas, duvidosas ou altamente enganosas”. O tamanho das turmas de graduação foi uma variável que chamou sua atenção: com base em sua experiência de quase 25 anos na universidade, ele estava cético quanto ao fato de mais de 80% das turmas terem menos de 20 alunos. Ele puxou os números de matrículas, criou uma planilha e concluiu que o percentual provavelmente era consideravelmente menor.
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Professor Michael Thaddeus (David Payr/NYT)
Rankings de universidades têm longo histórico de críticas
A lista da U.S. News & World Report e outros rankings semelhantes, divulgados todos os anos, são consultados por muitos estudantes para determinar onde vão estudar e utilizado por universidades em ascensão, além de serem frequentemente criticados.
Em sua publicação em fevereiro, Thaddeus citou Colin S. Diver, que recentemente escreveu um livro sobre a indústria de rankings, seu impacto nas instituições e o que fazer a respeito do problema. “Os rankings criam incentivos poderosos para manipular dados e distorcer o comportamento institucional”, diz o livro.
“Escândalos acontecem o tempo todo”, disse Thaddeus na entrevista, “com pessoas e instituições acusadas de manipular dados”. Para ele, fundamentalmente é muito difícil reduzir as complexidades das instituições acadêmicas de uma maneira comparável. “O sistema é extremamente disfuncional. A grandeza de uma universidade é algo que simplesmente não pode ser medido por uma classificação”, defende.
O autor Colin S. Diver disse em seu livro que, quando era reitor da Carey Law School, da Universidade da Pensilvânia, viu a influência dos rankings nas decisões de admissão, dando vantagem aos candidatos com pontuações mais altas nos testes padronizados, como o SAT e o ACT.
Depois, nos anos 1990, quando se tornou presidente de uma conceituada escola de artes liberais, a Reed College, passou a se recusar a enviar informações para rankings. “Foi um alívio”, disse o autor. Porém, a instituição que ele presidia começou a cair vertiginosamente nas classificações.
No ano passado, Christopher L. Eisgruber, presidente da Universidade de Princeton, que lidera a lista de universidades nos Estados Unidos há mais de uma década, escreveu que os rankings são um problema porque produzem “incentivos prejudiciais''.
“Por exemplo, algumas faculdades evitam fazer coisas difíceis, mas valiosas — como admitir estudantes talentosos de baixa renda que podem prosperar na faculdade se receberem o apoio adequado — em favor de estratégias mais fáceis com maior probabilidade de adicionar pontos à fórmula da U.S. News”, explicou.
As reações à ausência no ranking
Kim Castro, editor e diretor de conteúdo da U.S. News & World Report, escreveu em um e-mail para o Washington Post que “o reconhecimento da Universidade Columbia de que eles não conseguem atender aos padrões de dados da U.S. News & World Report para o 2023 Best College Rankings levanta uma série de questões”.
Segundo ele, eles estão “preocupados e analisando várias opções, incluindo a análise de dados enviados anteriormente pela Columbia, para garantir que as classificações continuem mantendo os mais altos níveis de integridade”.
"A U.S. News está comprometida em fornecer informações de qualidade sobre instituições em todo o país”, disse Castro, “para que os futuros alunos e suas famílias possam tomar decisões informadas ao longo de sua busca pela faculdade”.
Na declaração da Columbia, a reitora escreveu que, apesar do que eles acreditavam ser um “processo completo para coletar e relatar dados institucionais”, eles agora estão “revendo de perto os processos à luz das questões levantadas”. “A revisão em andamento é uma questão de integridade”, escreveu Boyce. “Não tomaremos atalhos para acertar.”
Thaddeus disse que gostaria que a universidade abordasse as questões específicas que ele levantou. Já Diver disse que ficou satisfeito em ver a Columbia iniciar uma revisão — mas ele preferiria que a instituição buscasse uma auditoria independente por uma firma de advocacia ou contabilidade.
Independente da posição nos rankings…
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