Se você quer se formar no ensino superior, com certeza deve ter duas questões em mente. A primeira delas é a qualidade do ensino na instituição do seu interesse e ainda: quanto esse curso vai te custar! Mas é possível ter um ensino gratuito e de muita qualidade.
Além do Brasil, que tem universidades e instituições de ensino superior gratuitas, outros países também têm essa possibilidade. É que, mesmo no exterior, alguns países não têm anuidades ou mensalidades para os estudos.
As instituições são, muitas vezes, mantidas pelo governo. Mas, mesmo assim, não são restritas apenas aos estudantes nativos ou residentes. Algumas universidades não têm anuidades, inclusive, para os alunos internacionais.
Se você está em busca de uma chance de estudar fora de graça, vamos conferir agora quais são essas oportunidades gratuitas (ou de baixo valor das anuidades) pelo mundo.
(Zen Chung/Pexels)
Bolsa full ride ou universidade sem anuidade?
Uma bolsa full ride é aquela que, além de cobrir seus gastos de anuidade, ainda oferta um valor para a sua manutenção no país, com alimentos, alojamento e tudo mais necessário para a vida lá fora. Esse é o sonho de todo intercambista. Outra boa chance é uma bolsa full tuition, que já arca com toda a anuidade dos estudos.
A diferença é que das universidades sem anuidades nenhum estudante paga para estudar. Já as bolsas full ride são exclusivas para alunos de grande destaque, que tem as anuidades bancadas pela bolsa. Ou seja: são dois tópicos diferentes, mas que você precisa conhecer para estudar fora do Brasil.
Mas, além das bolsas fully-funded ou full tuition, outra oportunidade para estudar no exterior de graça é em países que contam com universidades sem anuidades. Em outros casos, é possível estudar pagando pouco, em instituições que as anuidades são de baixo custo.
Em países como Noruega, Áustria, Alemanha e Finlândia, por exemplo, é possível estudar sem pagar anuidades ou com custos baixos das taxas para estudantes internacionais.
Noruega
A Noruega é uma das nações que têm universidades gratuitas. Por lá, é possível estudar de graça. Muitas das vezes, é cobrada apenas uma taxa por semestre, dependendo da instituição. O valor é entre 300 e 600 NOK a cada seis meses.
Dessa forma, sua única preocupação ao estudar lá seria manter suas despesas de vida, como moradia e alimentação. Esse pode ser um desafio considerando que o custo de vida na Noruega é mais alto. O que realmente pode pesar no bolso por lá é o alto custo: a capital Oslo está entre os 2% mais caros do mudo para se viver.
Em contrapartida, a qualidade de vida também é alta, com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país chegando a 0,954. Dessa forma, é possível conciliar um emprego de meio período com os estudos.
Outro desafio para se ter em mente é o idioma. Lá, a população fala e têm aulas na língua norueguesa. Quando se trata de aulas da pós-graduação, como mestrado e doutorado, é mais comum que alguns cursos sejam realizados em inglês. Mas no caso da graduação, a maioria das aulas são em norueguês.
Confira algumas instituições de destaque:
1. Universidade de Oslo
A Universidade de Oslo é a mais antiga das universidades norueguesas. Foi fundada em 1811, quando o país encontrava-se em domínio dinamarquês. Hoje é em dia, é considerada a melhor instituição do país e, no mundo, segundo o QS Raking de 2022, fica em 102.º lugar.
Localizada na capital norueguesa, de mesmo nome, a universidade conta com cerca de trinta e oito mil estudantes e mais de quatro mil empregados atualmente. Para estudar lá, é fundamental ser fluente em norueguês, no caso da graduação. Já para a pós, alguns cursos têm aulas em inglês.
2. Universidade de Bergen
A Universidade de Bergen (UiB) é uma universidade pública gratuita, situada na cidade de mesmo nome na Noruega. Fundada no ano de 1946, atualmente abriga mais de 14.000 alunos, dos quais 13% são estrangeiros. Isso demonstra a abertura da instituição para os alunos internacionais.
A UiB oferece programas de graduação nas áreas de Belas Artes e Música, Humanidades, Direito, Matemática e Ciências Naturais, Medicina, Psicologia e Ciências Sociais. A universidade é reconhecida como a segunda melhor escola do país. Já o QS Ranking de 2022, a universidade fica em 199.º.
3. Universidade de Tromsø (também chamada de Arctic University of Norway)
A Universidade de Tromsø (também chamada de Arctic University of Norway — UiT) é a instituição educacional mais ao norte de todo o mundo. Abriu suas portas pela primeira vez em 1972 e atualmente oferece cursos nas áreas de Ciências da Saúde, Ciência e Tecnologia, Humanidades e Educação, Biociências e Pescas, Belas Artes, Direito e Esportes e Serviço Social.
A UiT é classificada como a terceira melhor instituição da Noruega, sendo a sexta maior do país, com mais de 14.000 alunos — estima-se que 11% deles são estrangeiros. No QS Ranking, a instituição está em 440.º lugar.
(Arif Syuhada/Pexels)
Alemanha
Desde outubro de 2014, praticamente todas as universidades na Alemanha não cobram nenhuma taxa de matrícula, nem anuidade para programas de bacharelado e mestrado, incluindo estudantes internacionais.
Em alguns estados por lá, as universidades cobram uma contribuição semestral ou taxas voltadas para a administração, durante a graduação. Os valores são de cerca de 50 euros, ou seja: bem mais baixos do que as anuidades que vemos em outros países.
O mestrado na Alemanha costuma ter taxas e anuidades, mas não são tão altas quanto em outros países. Já os doutorados são gratuitos, mas demandam contribuições de taxas por semestre.
Ou seja, assim como na Noruega, podemos dizer que o estudo lá é gratuito, mas pode ter taxas de contribuição. Bem como na situação da outra nação europeia, é necessário arcar com os seus custos de vida na Alemanha. Em comparação com a Noruega, o país alemão é mais em conta.
Em relação ao idioma, o desafio por lá também é grande. É que grande parte das universidades têm aulas em alemão e exigem que você comprove a sua proficiência para estudar lá. Portanto, se você não domina o idioma, talvez seja melhor repensar a escolha.
Além da língua, outros critérios são exigidos para realizar seus estudos na Alemanha, como um determinado resultado acadêmico (até mesmo se você não cumprir o básico, terá que passar por um estudo de nivelamento).
Também separamos algumas instituições relevantes da Alemanha:
1. Universidade Técnica de Munique
No QS Ranking de 2022, a instituição é indicada como a 50.ª melhor de todo o planeta. A Universidade Técnica de Munique (Technische Universität München), faz parte da TU9, uma associação das nove universidades técnicas mais prestigiadas da Alemanha. Ou seja, a qualidade de ensino é amplamente reconhecida!
2. Universidade Ruprecht-Karls de Heidelberg
Fundada em 1386, a Universidade de Heidelberg é a mais antiga da Alemanha. Os alunos internacionais compõem cerca de 18% do total de estudantes — número bastante importante! E essa é a 63.ª melhor instituição de ensino de todo o mundo, segundo o QS Raking.
3. Universidade Ludwig-Maximilians
Logo na sequência na lista, vem a Universidade Ludwig-Maximilians. A sua posição no Ranking da QS é de 64.ª lugar. Localizada em Munique, a LMU é uma das principais instituições acadêmicas e de pesquisa da Europa.
Áustria
Já na Áustria, as universidades públicas têm um valor bastante reduzido. Portanto, apesar de não ser totalmente gratuito, pode ser uma possibilidade em conta. No caso dos estudantes internacionais, que não são naturais ou residentes de países da União Europeia, os valores são de cerca de 730 euros a cada semestre, além de 20 euros de associação estudantil e taxa de seguros.
Mas, separamos a Áustria na lista justamente porque lá é possível conquistar a isenção do pagamento das taxas ou o reembolso total ou parcial. Isso vale para determinadas bolsas de estudos e para estudantes participantes de alguns programas de intercâmbio e parcerias universitárias.
O que pode ser um pouco caro por lá é o custo de vida. É que a Áustria foi considerada como o 18.º país mais caro do mundo para se viver. Portanto, é preciso analisar as finanças para verificar se cabe no orçamento.
O idioma também é um desafio a ser considerado. Por lá, se fala o alemão austríaco e também será necessário dominar a língua para frequentar grande parte das aulas da graduação.
1. Universidade de Viena
Essa instituição sediada em Viena é a mais antiga do mundo, quando se trata do ensino em língua alemã. Fundada em 1365, a Universidade de Viena é uma das universidades mais baratas da Áustria para estudantes internacionais com um custo entre 20 e 750 euros. Essa é a melhor instituição do país e, segundo o QS Ranking, ocupa o posto de 151ª melhor do mundo.
Por isso, apesar de não ser totalmente sem anuidade, pode ser uma boa chance de estudar no exterior de forma mais barata!
Finlândia
Na Finlândia, os estudos de doutorado não têm custos de anuidades para os selecionados, portanto, no país europeu é possível estudar de graça, mas só no caso daqueles aprovados para realizarem seu doutorado por lá. Portanto, se esse é seu objetivo, você vai precisar ser aprovado nos programas de pós-graduação.
Já para a graduação e mestrado, será necessário pagar as anuidades. Por outro lado, o país conta com bolsas de estudos que podem garantir as taxas de estudo por lá.
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Estudar de graça no exterior!
Como vimos, em alguns países não há a cobrança de anuidades ou mensalidades para os estudos. As instituições são, muitas vezes, mantidas pelo governo e, inclusive, englobam os alunos internacionais na gratuidade dos estudos.
Os maiores desafios para um intercambista estudar nessas instituições são os seguintes:
1. Custo de vida
No caso dos aprovados em instituições sem taxas de anuidades, o custo para se manter nesses países deve ser arcado pelo estudante. E por esse motivo, é preciso colocar na ponta do lápis quais são os gastos e como você vai se organizar para quitá-los. Trabalhos de meio período, estágio ou bolsas de estudos são formas de conquistar recursos para se manter no exterior durante seus estudos.
2. Língua estrangeira
No caso dos países europeus, a língua pode ser um grande desafio. Seja norueguês, alemão ou outro idioma, será necessário ter grande domínio para estudar nas instituições de ensino do exterior. Claro que, com estudo e dedicação, é possível se tornar fluente e, assim, frequentar as aulas com tranquilidade.
Além das aulas, todo o envio dos documentos para o processo de seleção vai demandar que você saiba, pelo menos, o básico do idioma daquela nação. Em algumas situações, o inglês também será necessário para se comunicar.
3. Aprovação nas instituições
Não é pelo fato de o ensino ser gratuito ou mais barato que a aprovação será simples ou fácil. Na maioria dos casos, é necessário enviar suas notas, cartas de recomendação, resultado em testes de proficiência do idioma e demais documentos. Além disso, grande parte dos processos seletivos vão exigir a realização de uma entrevista e todo o processo burocrático de escolha dos aprovados.
Dessa maneira, a preparação é fundamental. Em alguns casos também é possível conquistar uma bolsa de estudos que vai arcar com as despesas de anuidades ou contribuir para a vida no exterior.
Para os países que não cobram anuidades e taxas de estudos, você pode conquistar uma bolsa para ajudar no custo de vida. Assim, fica muito mais fácil de estudar por lá. Mas claro que para ser um bolsista ou até mesmo um selecionado nessas instituições, é necessário preparação.
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