Se você sonha em estudar em terras americanas, não tem que se preocupar apenas em conquistar uma oportunidade por lá. Tão importante quando isso é conseguir o seu visto de estudante nos EUA. Mas como isso deve ser feito exatamente? Vem descobrir agora!
Como tirar o visto de estudante nos EUA?
Seja para fazer um intercâmbio de línguas ou para estudar em um curso de graduação em uma universidade americana, você irá precisar de um visto. E o processo de solicitação desse visto, que deve ser feito antes da viagem para os Estados Unidos, é bem rigoroso. Você deverá passar por várias etapas, tanto presenciais quanto online, e providenciar uma série de documentos e formulário obrigatórios.
Obviamente, você só poderá dar início ao processo de solicitação de visto de estudante nos EUA depois que for aprovado para alguma oportunidade no país (e tiver como provar isso).
Já o tipo exato do seu visto de estudante nos EUA irá depender de qual será sua experiência no país. Normalmente, os estudantes que têm os Estados Unidos como destino vão para o país com um desses três tipos de visto:
- Visto F-1: para estudantes matriculados em cursos acadêmicos;
- Visto M-1: para estudantes que estejam indo para os EUA para fazer um curso não vinculado a instituições de ensino. Esse é o caso, por exemplo, de cursos oferecidos por empresas;
- Visto J-1: para estudantes matriculados em cursos de pós-graduação, cursos curtos ou intercâmbio de trabalho.
Quais formulário devem ser preenchidos?
Para solicitar o seu visto de estudante nos EUA você deverá preencher dois formulários principais. O primeiro deles é o DS-160, que é um formulário obrigatório para qualquer pessoa que tenha o desejo de solicitar um visto americano, independentemente de qual seja o propósito da viagem (estudos, lazer, trabalho, etc.).
Esse formulário não precisa ser todo preenchido de uma só vez. Você pode anotar o seu Application ID (número de aplicação) e retomar o preenchimento do formulário quando quiser. Depois de concluir o preenchimento, é importante imprimir ou dar um print na página de confirmação.
Outro formulário necessário e exclusivo para estudantes é o I-20 (ou o DS-2019, em alguns casos), que é enviado pela instituição de ensino americana para o estudante em até 1 mês após a aprovação. É fundamental analisar todos os detalhes após o recebimento e conferir se todas os seus dados pessoais estão corretos. Se não estiverem, você deve entrar em contato com a instituição de ensino imediatamente.
Taxa SEVIS
O primeiro passo no processo de obtenção do visto de estudante nos EUA é o pagamento da taxa SEVIS, que deve ser realizado a partir do preenchimento de um formulário. Essa taxa tem, atualmente, um valor que varia entre 180 e 200 dólares, dependendo do curso de destino no país.
O SEVIS nada mais é que o sistema de estudantes e intercambistas nos EUA, e é a sua instituição de ensino de destino em terras americanas que tem a responsabilidade de te cadastrar nesse sistema. Depois de confirmar seu pagamento, mais uma vez é fundamental imprimir ou dar um print na página de confirmação.
Inscrição no site da Embaixada
Depois de preencher os formulários e pagar a taxa SEVIS, o próximo passo é se inscrever no site de solicitação de visto da Embaixada dos Estados Unidos. É necessário criar um cadastro no site, tanto para dar continuidade no processo (que é longo e cheio de informações obrigatórias) quanto para acompanhar o andamento da solicitação. O segredo aqui é responder todas as perguntas com honestidade, e você vai entender o motivo abaixo.
Entrevista presencial
Depois da sua inscrição, você deverá agendar sua entrevista para obtenção do visto de estudante nos EUA. E lembra das perguntas que você respondeu na sua inscrição? Essa é a hora que o seu entrevistador irá utilizar suas repostas para conduzir sua entrevista. E se você tiver dado uma informação falsa, poderá cair na armadilha de não se lembrar mais do que respondeu. E é em casos como esse que muitas pessoas têm seus vistos reprovados, então tenha cuidado!
Como mandar bem na entrevista do visto americano?
No dia da entrevista é importante levar todos os documentos que você julgue necessário para comprovar os seus planos de estudar nos EUA, assim como a situação financeira da sua família. Lembre-se que você deverá comprovar que tem as condições financeiras necessárias para manter os seus estudos por lá. Se você estiver indo para os Estados Unidos com uma bolsa, leve os documentos que comprovem o recebimento dessa bolsa.
Acompanhamento do processo
Depois de ter feito todos esses passos é só esperar e torcer. O andamento do processo poderá ser acompanhado no site da Embaixada americana, e toda a comunicação entre você e a Embaixada também acontecerá através do e-mail fornecido na sua inscrição.
Como trabalhar com um visto de estudante nos EUA?
Muita gente, quando não consegue uma boa bolsa de estudos, pensa em trabalhar nos Estados Unidos para poder financiar um intercâmbio por lá. É claro que não é o ideal, mas essa acaba sendo uma alternativa para essas pessoas. Porém, elas esbarram em uma dúvida: dá para trabalhar com um visto de estudante nos EUA? A resposta é: SIM. Porém, depende do trabalho que será exercido. Entenda mais sobre isso no texto abaixo!
A primeira coisa que você deve ter em mente é que, como estudante internacional com um visto, você não poderá simplesmente sair procurando emprego por lá e conseguir o trabalho que quiser. Existem regulamentos que você deverá seguir e trabalhar ilegalmente nunca é uma boa opção. A não ser que você queira se meter em problemas com o governo americano.
As oportunidades para os estudantes internacionais
Para fazer um intercâmbio, a principal modalidade de visto de estudante nos EUA é o F-1. De fato, você só vai poder estudar por lá depois que esse visto for emitido, mesmo que já tenha sido aprovado(a) e matriculado(a) em uma escola ou universidade. Isso porque a categoria de visto F-1, como já dissemos, é reservada para estudantes e acadêmicos matriculados em universidades, faculdades, escolas secundárias, programas de treinamento de idiomas e outras instituições acadêmicas dos EUA.
No caso desse visto, os estudantes internacionais podem sim trabalhar nos EUA, mas normalmente apenas por 20 horas semanais, para não comprometer os estudos, e geralmente em funções desenvolvidas dentro do próprio campus da universidade ou das dependências da instituição escolhida.
É importante conversar com a instituição antes
Se você decidir trabalhar durante os anos de estudo, a primeira coisa a fazer é conversar com o departamento da escola que é responsável por essa área. Desde que você possua um visto de estudante válido e esteja em boas condições acadêmicas (notas, frequência, etc.), o processo deve ser tranquilo.
Basta entrar em contato com o funcionário encarregado, que geralmente é o DSO, uma sigla para Designated School Official (algo como Oficial Escolar Designado). Em outras palavras, é uma pessoa que estará a disposição dos alunos internacionais na universidade para ajudar com questões ligadas ao cotidiano universitário, incluindo a busca por trabalho.
Geralmente os estudantes fazem contato com o DSO logo nos primeiros dias na faculdade. Mas se por acaso você começar a estudar e não conhecê-lo logo de cara, qualquer funcionário da universidade será capaz de indicar a pessoa ou departamento certo.
Além de orientar em todas as etapas importantes para conseguir trabalho com visto de estudante nos EUA, o DSO também tem o papel fundamental de ajudar os alunos estrangeiros a se inscreverem para obter um Número de Segurança Social (SSN). E isso é importante porque esse número é obrigatório para todos os universitários que trabalham no país, sejam eles americanos ou estrangeiros. Ou seja, é o que vai te permitir exercer uma função remunerada em solo norte-americano.
O DSO também vai te indicar as funções que estão disponíveis e que são ideais para você. Como já foi dito, a maioria dos cargos disponíveis são para funções dentro do campus. E essas vagas são também as mais fáceis de conseguir. Mas ainda existem algumas opções fora das dependências da instituição. Essas, no entanto, têm muito mais condições e acabam sendo mais difíceis.
Trabalho dentro do campus (On-Campus)
Seu visto de estudante nos EUA irá permitir que você trabalhe no campus por até 20 horas durante o período de aulas, mas você poderá trabalhar em tempo integral durante feriados e períodos de férias (até 40 horas por semana). Se você optar por trabalhar em mais de um emprego no campus, o total de horas combinadas por semana não pode exceder 20 horas.
O trabalho dentro do campus é definido como o trabalho que ocorre nas dependências diretas da instituição ou em um local fora do campus que é associado à escola. Isso inclui, por exemplo, trabalhar em uma livraria universitária, em uma lanchonete dentro do campus, no dormitório da instituição ou em outras instalações onde os alunos possam ajudar, direta ou indiretamente. Também seria possível, por exemplo, trabalhar em um laboratório de pesquisa afiliado à universidade, mas localizado fora do campus.
De acordo com o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, os locais fora do campus associados a universidade devem se encaixar em pelo menos um desses dois requisitos para serem considerados como tal:
- Devem ser associados ao currículo estabelecido pela universidade;
- Devem ser relacionados a projetos de pesquisa financiados por contrato em nível de pós-graduação
Vale a pena enfatizar especialmente esse último tópico, já que muitas faculdades e universidades americanas têm prédios e parcerias educacionais, principalmente no nível de pós-graduação, espalhados por toda a cidade onde elas estão inseridas.
Para conseguir esse tipo de trabalho, você deve se inscrever até 30 dias antes do início das aulas. E, para isso, é necessário entrar em contato com o funcionário encarregado (o nosso já citado DSO). Se você for bem-avaliado, seu DSO vai fornecer uma carta de aprovação, que é o documento necessário para obter um Número de Segurança Social que citamos anteriormente.
Lembre-se que os trabalhos dentro do campus são os únicos que você poderá começar a buscar já no primeiro ano da faculdade. Esse tipo de trabalho On-Campus geralmente é mais comum entre os estudantes com visto F1.
Trabalho fora do campus (Off-Campus)
Apesar de ser permitido em certos casos, o trabalho fora do campus é mais difícil de conseguir. Para isso, existem alguns programas de treinamento nos quais os alunos com visto F1 podem obter permissão para trabalhar.
Mas, em resumo, os trabalhos Off-Campus são direcionados apenas para estudantes internacionais que concluíram um ano acadêmico completo e que enfrentam dificuldades econômicas qualificáveis ou uma situação emergente.
Em outras palavras, para conseguir é preciso já ter terminado pelo menos 1 ano de estudos nos EUA e também comprovar ao Departamento de Segurança Interna a necessidade de desempenhar essa função remunerada.
Uma dificuldade econômica que poderia qualificar um estudante estrangeiro para um trabalho fora do campus envolve circunstâncias novas e inesperadas além do controle do aluno, como:
- Perda de auxílio financeiro ou emprego no campus (se o aluno não tiver responsabilidade direta no acontecido);
- Grandes aumentos nas mensalidades ou custo de vida;
- Diminuição substancial no valor relativo da moeda da qual o aluno depende para pagar as despesas;
- Mudanças inesperadas nas condições financeiras das fontes de apoio financeiro de um aluno;
- Contas médicas inesperadamente grandes não cobertas pelo seguro;
- Outras despesas substanciais e inesperadas
Já a "situação emergente" que citamos mais acima se refere a eventos mundiais que afetam um grupo específico de alunos com visto F-1 e que os fazem sofrer severas dificuldades econômicas, incluindo, mas não se limitando, a desastres naturais, guerras e conflitos militares, e crises financeiras nacionais ou internacionais.
Se um estudante se encaixa nessa situação emergente, os requisitos descritos acima podem ser suspensos. Nesses casos, o aluno recebe uma ajuda especial conhecida como Special Student Relief.
Existem dois programas criados especialmente para estudantes que desejam adquirir experiência profissional em seu campo de estudo:
- Treinamento Prático Opcional (Optional Practical Training ou OPT, em inglês);
- Treinamento Prático Curricular (Curricular Practical Training ou CPT).
Para verificar sua elegibilidade, o estudante precisar entrar em contato com o departamento responsável da sua instituição.
Para se candidatar a um emprego fora do campus, o estudante deve entrar em contato com o DSO, que deve aprovar o motivo e recomendar o emprego Off-Campus como a primeira parte do processo de inscrição.
Observe que você não poderá começar a trabalhar enquanto sua inscrição ainda estiver sendo processada pelo Departamento de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos. Portanto, o ideal é fazer a inscrição com antecedência para estar com toda a documentação pronta quando você receber uma oferta de emprego. Se aprovado, assim como nos trabalhos dentro do campus, você poderá trabalhar por apenas 20 horas por semana.
Treinamento Prático Curricular e Treinamento Prático Opcional
Se você chegou até aqui no texto, já sabe que o Treinamento Prático Opcional (OPT) e o Treinamento Prático Curricular (CPT) são dois programas que foram criados para que os estudantes ganhassem experiência profissionais em suas áreas de especialização antes de "se jogarem" no mercado de trabalho. Mas qual é exatamente a diferença entre essas duas categorias?
Treinamento Prático Curricular
O Treinamento Prático Curricular, como o próprio nome indica, deve fazer parte do currículo escolar. Ele foi projetado para dar ao aluno a experiência do mundo real em seu campo de estudo, através de um estágio ou prática com um empregador parceiro da universidade.
Ao contrário de outras categorias de emprego, o CPT pode funcionar em tempo integral, sem limite de horas semanais. Você também pode ter mais de uma autorização CPT ao mesmo tempo.
Lembre-se de que, se você participar de um ano ou mais de CPT em tempo integral, não poderá se qualificar para o Treinamento Prático Opcional (sobre o qual você irá ler mais abaixo).
Para se qualificar para o CPT, você deve ter concluído um ano acadêmico completo, a menos que seja um aluno de pós-graduação cujo programa exija CPT imediato. Em qualquer caso, o recomendado é buscar o apoio do seu DSO (olha ele aqui de novo!) como sua primeira etapa.
Treinamento Prático Opcional
O Treinamento Prático Opcional se refere ao emprego temporário relacionado à sua área de estudo. Trabalhar em uma emissora de televisão, por exemplo, seria qualificado como um OPT se você for um estudante de Jornalismo. Os alunos qualificados podem participar desse tipo de treinamento por um período de até 12 meses.
Existem dois tipos de Treinamento Prático Opcional:
- OPT antes da conclusão do curso: Esta opção está disponível quando você conclui um ano acadêmico completo em uma faculdade ou universidade americana. Nesse caso é possível trabalhar até 20 horas por semana quando a universidade/faculdade estiver em funcionamento ou em tempo integral quando não estiver.
- OPT pós-conclusão: Você pode se inscrever para esta opção após concluir seus estudos. Aqueles que estão autorizados para o OPT pós-conclusão podem trabalhar em tempo parcial ou integral.
Mas seja qual for o seu tipo de treinamento prático, você irá precisar da aprovação de seu DSO, que endossará sua inscrição e ajudará a enviá-la aos Serviços de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos.
Lembre-se de que se você participar do OPT de pré-conclusão e pós-conclusão, o período máximo de trabalho de 12 meses será dividido entre os dois. Ou seja, se você participou de 9 meses de OPT de pré-conclusão durante seu tempo como estudante, só pode participar de 3 meses de OPT de pós-conclusão depois de se formar.
Extensão STEM OPT
Se você terminar seus estudos e participar de um período de OPT pós-conclusão, poderá se qualificar para a extensão STEM OPT, que é um período de treinamento temporário de 24 meses que está diretamente relacionado ao seu programa de estudo.
Esta extensão está disponível apenas se o seu empregador estiver inscrito no programa E-Verify, que é um site do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos que permite às empresas determinar a elegibilidade de seus funcionários, tanto cidadãos americanos quanto estrangeiros, para trabalhar nos Estados Unidos.
Outro pré-requisito é que você tenha um diploma em um dos campos STEM (Ciências, Tecnologia, Engenharia ou Matemática). A lista é grande e inclui cursos como Nutrição Animal, Computação Gráfica, Ciências Biológicas, Design de Engenharia, Ciência Computacional, Arqueologia, Ciências Marinhas, Nanotecnologia, Oceanografia Operacional e Biopsicologia. Confira a lista completa aqui.
Não tente contornar as regras
Quer ganhar um dinheiro nos EUA fazendo qualquer outro tipo de atividade paralela? Saiba que o governo americano vê isso como um trabalho. E, para torná-lo legal, você teria que se qualificar e se inscrever para o OPT, que abordamos acima.
Ao dar os próximos passos em direção ao emprego, esteja ciente de que trabalhar sem a autorização adequada pode levar à deportação e impossibilidade de retornar aos Estados Unidos. Aí você poderá dar adeus ao sonho de fazer sua faculdade por lá, e ninguém quer isso, não é?
Então não arrisque! Não vale a pena comprometer todo o esforço e despesas financeiras que você terá que investir para chegar até lá. O segredo para conseguir o melhor trabalho com visto de estudante nos EUA é utilizar os recursos que estarão disponíveis para você, começando pela sua própria universidade no país.
Universidade do Intercâmbio
Como você viu, tirar o visto de estudante nos EUA é um processo rigoroso, mas não impossível; e existem sim oportunidades para trabalhar com visto de estudante por lá. Apesar disso, o mais interessante seria ir para os Estados Unidos com uma ótima bolsa de estudos, não acha? A nossa mentoria especializada pode te ajudar a se preparar para conquistar uma! Clique aqui e faça agora mesmo seu teste de perfil!
Texto escrito por Rafael Cerqueira (2021) e Lucas Almeida (2020)