A Itália recebe dezenas de milhões de turistas todos os anos. Roma, a capital italiana, está entre os destinos favoritos dos brasileiros. Mas, se você quer viajar para a Itália, provavelmente já se perguntou: “será que eu preciso de um visto italiano?” Neste texto você fica sabendo quem precisa do documento e o que fazer para conseguir o seu.

Quem precisa de visto italiano?

A primeira coisa que você precisa saber é que turistas brasileiros não precisam do visto italiano, desde que fiquem até 90 dias no país. Isso porque o Brasil fez um acordo diplomático com os países membros do Espaço de Schengen e os brasileiros só precisam de visto se forem passar mais de três meses nesses lugares.

Porém, a partir de maio de 2023, a União Europeia vai adotar o Sistema Europeu de Informação de Viagem e Autorização (ETIAS). Com o novo sistema, os brasileiros e todas as pessoas isentas de visto terão que pagar uma taxa de 7 euros para ingressar no bloco. Além disso, será preciso solicitar a autorização para entrar na Itália antes de viajar.

Coliseu de Roma (Imagem: Domínio Público)

Por outro lado, caso você tenha a cidadania italiana, não precisa pagar essas taxas nem solicitar um visto para nenhum país do Espaço de Schengen. Isso porque quem tem dupla cidadania tem todos os direitos de um cidadão nascido na Itália. Lembrando que isso só vale para quem já conseguiu o reconhecimento da nacionalidade e não para quem está com o processo em aberto.

Se você tem a intenção de passar mais de 90 dias na Itália e não é cidadão europeu, vai precisar de um visto. Existem várias categorias disponíveis de acordo com o tipo de atividade que você vai desempenhar no país. Ao todo, a Itália tem 22 tipos de visto, mas nem todas estão disponíveis para os brasileiros. Algumas das mais comuns são:

Dentre essas categorias existem algumas subdivisões. Por exemplo, os vistos para pesquisadores exigem documentos diferentes daqueles pedidos para os estudantes de graduação. Da mesma forma, trabalhadores autônomos precisam entregar documentos diferentes daqueles entregues por pessoas com contrato de trabalho.

Além do visto, assim que você chegar na Itália terá que pedir um Permesso di Soggiorno, que é, em português, uma permissão de residência. Ela deve ser solicitada em até 8 dias úteis (sem contar feriados e finais de semana) após a sua chegada na Itália.

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Assim como acontece com o visto, o Permesso di Soggiorno vai depender do propósito da sua viagem. A principal diferença entre cada um desses documentos é o tempo que ele te autoriza a permanecer na Itália. Estudantes, por exemplo, devem renovar a permissão a cada 12 meses.

Como conseguir visto italiano?

O primeiro passo para conseguir um visto é saber em qual categoria você se encaixa. Para isso, basta preencher um questionário indicando o tempo que você quer ficar na Itália e o que pretende fazer enquanto estiver por lá. A partir daí, o próprio sistema gera uma lista de documentos necessários para fazer a sua solicitação.

Assim que você reunir os documentos necessários, basta seguir alguns passos para solicitar seu visto. Esses passos são os mesmos em qualquer situação, o que muda são os documentos que você deve fornecer. Veja:

  1. Fazer o seu registro na plataforma oficial do governo da Itália e marcar um dia para visitar o consulado;
  2. Imprimir e preencher um formulário de solicitação do documento disponível no site dos Consulados Italianos no Brasil;
  3. Comparecer no dia agendado com todos os documentos;
  4. Realizar a sua entrevista no consulado;
  5. Pague as taxas e aguarde a finalização do processo.

Para ter seu visto aprovado, é essencial que você entregue todos os documentos requeridos. Por isso, aqui separamos uma lista com as principais documentações exigidas nos casos mais comuns de vistos para a Itália.

Além desses, existem documentos específicos dependendo de cada situação. Confira:

Visto para estudante

Os vistos de estudantes na Itália se dividem conforme o tipo de curso que você vai fazer. Ou seja, o visto do estudante de graduação é diferente do de pós-graduação ou do da pessoa que vai fazer um curso curto. Ainda assim, é possível identificar alguns documentos básicos exigidos de todos os estudantes:

Caso você vá fazer um curso de graduação ou pós-graduação na Itália, é preciso ter certeza que a universidade que você escolheu tem autorização do governo para oferecer aquele curso.

Outra situação especial é para os alunos que vão fazer estágio ou apenas uma parte do seu curso fora, como em um doutorado sanduíche. Nesses casos, os estudantes precisam de uma carta ou comprovante da instituição que vai te receber que confirme que você foi selecionado(a) para a vaga.

Professores de universidades estrangeiras que vão fazer uma pesquisa na Itália também precisam de um visto específico. Neste caso, é preciso comprovar que sua pesquisa foi aprovada e que você tem vínculo empregatício com uma universidade ou instituição de pesquisa fora da Itália, como no Brasil.

A maioria dos documentos exigidos dos pesquisadores são os mesmos que os de estudantes. Porém, o visto de pesquisador não se enquadra na mesma categoria que os demais. Além de não exigir uma matrícula em uma universidade italiana, ele custa o mesmo que vistos de trabalho, por exemplo.

Visto de trabalho

Assim como acontece com os vistos para estudos na Itália, quem quiser trabalhar no país tem que aplicar para um visto específico, dependendo da categoria. Ao todo, são oito modalidades diferentes de vistos para quem quer trabalhar na Itália.

Um bom exemplo disso é que atletas, trabalhadores marítimos e jornalistas (mesmo os freelancers) têm vistos específicos. Na Itália, até donos de star-ups e autônomos podem pedir para permanecer no país por mais de 90 dias, desde que tenham a documentação adequada.

Porém, a maneira mais fácil de conseguir um visto de trabalho na Itália é se você já tiver um contrato ou pré-contrato assinado com uma empresa italiana. Nesse caso, você vai precisar apresentar todos os documentos listados anteriormente e uma autorização de trabalho do escritório de imigração.

Algumas das vantagens de conseguir o visto de trabalho com contrato assinado é que o governo não pede comprovação de renda ou de residência. Já nos casos de investidores, por exemplo, é necessário comprovar que tem como se sustentar na Itália e estabelecer seu negócio.

Demais vistos

Existem muitas categorias de visto para a Itália. Porém, a maioria delas pede documentos parecidos, capazes de comprovar a sua identidade e suas intenções na Itália. Assim, quem quer um visto para tratamento médico ou por razões familiares vai precisar comprovar as motivações da viagem.

Uma categoria de visto interessante é a de “residência eletiva”. Esse visto é voltado para pessoas que querem viver na Itália, mas não vão trabalhar no país. É o caso dos aposentados, por exemplo. Para conseguir esse documento é preciso comprovar que c consegue se sustentar na Itália sem trabalhar por lá, além de ter comprovante de residência italiano. 

Permesso di Soggiorno

A permissão de residência na Itália deve ser pedida depois da sua chegada no país. Ele é um alvará eletrônico que identifica que você pode viver na Itália, por quanto tempo e por qual motivo. Por isso, para conseguir o documento é preciso levar ao posto de Correio local os seguintes documentos:

Quando você entregar todos os seus documentos, vai receber um comprovante do agendamento da sua entrevista no Questura da Polizia di Stato, que é a sede da Polícia Estadual. É essa instituição que vai processar o seu requerimento de residência.

 

Quanto custa tirar o visto italiano?

O valor para tirar o visto italiano varia conforme a categoria do visto. Porém, de maneira geral, existem dois valores. Os vistos de estudante custam 50 euros e os demais custam 116 euros. A única exceção é o visto de adoção, que pode ser emitido gratuitamente.

Geralmente, essas tarifas podem ser pagas na moeda local de onde você solicitar o visto. Ou seja, quem solicita o documento no Brasil pode pagar a tarifa em real, que equivale à cotação do euro. Os valores podem ser pagos no cartão de débito ou crédito.

Já o Permesso di Soggiorno tem valores diferenciados dependendo do tempo que você for passar no país. Os preços, atualmente, são os seguintes:

Por outro lado, algumas pessoas não precisam pagar pela permissão de residência na Itália. Menores de idade, refugiados, pessoas em tratamento médico e seus acompanhantes além de quem está solicitando a renovação do documento não pagam nenhum tipo de taxa.

Roma (Foto: Domínio Público)

Quanto tempo leva para conseguir sua autorização?

Os pedidos para o visto devem ser feitos com alguma antecedência. Não existe um prazo pré-definido para a avaliação do consulado. Porém, na maioria das vezes, os documentos são emitidos em um mês.

Em alguns países e consulados o prazo pode ser menor, variando entre 2 e 3 semanas. Trabalhadores contratados por empresas italianas costumam ter seus vistos aprovados dentro de um mês. Por outro lado, vistos com menos urgência podem levar até 6 meses.

Mas é importante lembrar que você não deve deixar a emissão do visto para a última hora. Isso porque nem todas as pessoas que solicitam o documento têm seus vistos concedidos. Caso você deixe de apresentar algum documento ou alguma informação encaminhada ao Consulado esteja incorreta, seu visto pode ser negado.

Já quanto ao Permesso di Soggiorno, o prazo é bem maior. Geralmente, o documento leva entre 1 e 3 meses para ficar pronto. Durante esse período, você pode comprovar que tem direito a residir na Itália com o seu visto e o requerimento da permissão.

Onde aplicar para o visto italiano?

Você já sabe que para conseguir seu visto vai precisar comparecer a uma Embaixada ou Consulado do país. Mas onde ficam esses lugares? No Brasil, existem sete opções para quem precisa desse tipo de serviço:

Você poderá escolher em qual consulado ou embaixada deseja fazer a sua solicitação no momento que fizer o seu registro e der início ao processo.

Quais são as melhores oportunidades na Itália?

Como você viu aqui, para conseguir seu visto italiano você tem que saber exatamente o que quer fazer no país. Mais que isso, para que seu documento seja aprovado, é necessário, na maioria dos casos, já estar com a oportunidade garantida em solo italiano.

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Ana Resende Quadros
AUTOR

Ana é jornalista, mestra e doutoranda em Comunicação. Sua paixão é levar informação e conhecimento para todos e, assim, contribuir para a ampliação da cidadania.